Allano, do Operário-PR, recebe ataques racistas nas redes sociais
Jogador do Fantasma denunciou o meia Miguelito por injúria racial

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O atacante Allano, do Operário-PR, foi alvo de ataques racistas nas redes sociais durante os últimos dias. A onda de mensagens começou após ele denunciar o meia Miguelito, do América-MG, por injúria racial na partida da sexta rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, no domingo (4).
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Desde o episódio, Allano passou a receber comentários em suas postagens no perfil do Instagram. Em boa parte, as manifestações são de cunho racista, com figuras e imagens de macacos, gorilas e bananas.
É possível encontrar ofensas escritas também, como "mono" (macaco, em espanhol), além de frases de apoio ao jogador boliviano no América-MG. Por conta disso, Allano limitou os comentários nas publicações para evitar novos ataques.
Acusado do crime previsto na Lei nº 7.716/89, Miguelito chegou a ser preso e dormiu na delegacia de Ponta Grossa na madrugada de segunda-feira (5), mas foi liberado no mesmo dia. Segundo o atleta do Operário, Miguelito o chamou de "Preto do C***". Em depoimento, o capitão alvinegro Jacy disse que também escutou a expressão.

STJD suspende Miguelito
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) suspendeu preventivamente na terça-feira (6) o meia Miguelito, do América-MG, pela acusão de injúria racial. Com isso, ele fica impedido de atuar pelo Coelho até o julgamento do caso, ainda sem data definida.
O atleta do Coelho foi denunciado pelo artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que "pune a prática de atos discriminatórios, desdenhosos ou ultrajantes relacionados a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência". A pena pode ser de suspensão de cinco a 10 partidas e multa de R$ 100 mil reais.
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Posicionamento do atacante Allano
"Venho, por meio desta nota, me manifestar sobre o episódio lamentável de injúria racial que sofri durante a partida entre Operário e América Mineiro, pelo Campeonato Brasileiro da Série B.
Infelizmente, mais uma vez, o racismo mostrou sua face cruel dentro de um espaço que deveria ser de celebração, respeito e igualdade. Ser ofendido pela cor da minha pele é algo doloroso, revoltante e, acima de tudo, inaceitável.
Não vou me calar. Não por mim apenas, mas por todos os que já passaram por isso e por aqueles que ainda lutam para que esse tipo de violência acabe de vez. O futebol, como a sociedade, precisa dizer basta ao racismo. Precisamos de justiça, responsabilidade e, sobretudo, empatia.
Agradeço ao Operário pelo apoio, aos meus companheiros de equipe, à minha família e a todos que têm se solidarizado comigo neste momento. A luta contra o racismo é de todos nós, e ela não vai parar enquanto houver injustiça.
Miguelito foi revelado nas categorias de base do Santos e é uma das principais apostas da Bolívia para os próximos anos. Com a camisa da Seleção Sul-americana, disputou 22 jogos e marcou seis gols. Ele é o vice artilheiro das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026".
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