Renato avalia classificação do Fluminense sobre o Inter: ‘Regulamento debaixo do braço’
Técnico tricolor admite erros técnicos, mas exalta entrega da equipe no Maracanã
- Matéria
- Mais Notícias
Técnico do Fluminense, Renato Gaúcho admitiu baixo nível técnico do empate por 1 a 1 com o Internacional nesta quarta-feira (6), que rendeu à equipe a classificação às quartas de final da Copa do Brasil. Em entrevista coletiva após a partida no Maracanã, apesar dos erros, o treinador exaltou a entrega do time tricolor.
Relacionadas
➡️ Sorteio das quartas de final e chaveamento da Copa do Brasil tem data definida
— Eu posso falar que tecnicamente não foi um grande jogo. Muitos passes errados das duas as equipes. Mas eu tenho que destacar a entrega do meu time. Isso prevaleceu durante o tempo todo, nós conversamos ontem no vídeo, hoje na preleção, essa atitude que eles tiveram foi bonita de ver. Eu sempre falo para eles que tem dias que tecnicamente o jogo não vai estar bem, mas não pode nos deixar de ter a entrega. E eles lutaram o tempo todo, tivemos pouquíssimas oportunidades da mesma forma que eles, mas nós tínhamos o regulamento debaixo do braço, e eu usei o regulamento de baixo do braço somente na parte final do jogo. O nosso objetivo era conseguirmos a classificação. A gente conseguiu, com sofrimento, com entrega. Disputamos seis pontos, ganhamos quatro, e estamos na próxima fase — declarou o comandante.
Renato seguiu, elogiando a fase de Guga. O jogador vem atuando improvisado na lateral esquerda e tem feito boas atuações.
— O Guga é um cara que eu admiro por tudo, como jogador, como pessoa. Ele é um dos líderes também do grupo, faz colocações importantes, bonitas, e sempre que eu preciso dele, ele dá conta do recado. Seja na lateral direita, seja na lateral esquerda, improvisado nesses dois, três últimos jogos praticamente, ele foi muito bem. Eu gosto de jogadores que atuam em mais de uma posição. Ele tem atuado na lateral esquerda e tem ido muito bem, tem jogado bastante. É importante esse tipo de jogador para o técnico — completou.
O técnico do Fluminense declarou que conversou com o presidente Mário Bittencourt e pediu a chegada de um zagueiro. Além disso, admitiu que o clube tem dois reforços que "pode anunciar a qualquer momento"; o Tricolor tem encaminhadas as contratações de Santi Moreno e Lucho Acosta.
— Nós temos três bons atacantes, Everaldo, Cano e John Kennedy, isso não é uma prioridade nossa. Temos dois jogadores que o presidente pode anunciar a qualquer momento. Eu troco bastante ideia diariamente com o presidente, falei que nós temos necessidade de um zagueiro, justamente pelas lesões. Hoje eu tinha dois zagueiros. O Thiago Silva e o Ignácio, no mínimo mais umas três semanas (para voltar). Então, eu pedi para ele trazer mais um zagueiro para compor o grupo, porque são muitos jogos. Vamos torcer para os que estão jogando não sintam nada. Essa é a prioridade no momento — revelou o treinador.
➡️ Fluminense mantém soberania sobre o Internacional em mata-matas e avança na Copa do Brasil
Apesar das poucas movimentações do Tricolor na janela de transferências até o momento, Renato afirmou não estar incomodado com a demora para chegada de reforços. Ele diz entender a realidade financeira do clube e confiar no grupo que tem à disposição.
— Quanto mais opções o treinador tiver, melhor. Mas eu, sinceramente, em momento algum eu me aborreci. Muita gente falou que estava aborrecido. Não, de maneira alguma. Eu converso diariamente com o presidente, entendo o lado financeiro do clube. Entendo que muitas vezes se consegue o dinheiro, mas não tem o jogador. Já falei para ele que a gente não pode errar nas contratações agora justamente por isso. E temos prazo até dia 2 de setembro se por acaso acontecer alguma coisa e tiver que ir para o mercado para procurar algum jogador de alguma posição. Mas acho que principalmente pelo o que esse grupo fez no Mundial, acho que todo mundo ficou satisfeito com o grupo. É lógico que quanto mais opções eu tiver, melhor. Mas sempre confiei nos jogadores — disse Renato
— Você falou sobre o Manoel, que era o quinta, sexto. O Manoel sempre esteve no bolo dos jogadores, concentrou, sempre treinou, é um grande profissional. Falo para eles treinem forte para jogarem forte. Porque daqui a pouco vai aparecer a oportunidade. Porque se o jogador acha que não está no esquema do treinador, não está jogando e daqui a pouco aparece a oportunidade. Se ele não der conta, aí está todo mundo vendo. Todo jogador que tem entrado, o próprio Guga improvisado na lateral (esquerda) deu conta do recado. Esse grupo é muito bom, apesar de que muita gente acha que a gente precisa de reforços. Óbvio que quanto mais reforços, melhor. Em momento algum me aborreci, pelo contrário. Sempre procurei dar força para todos eles. A única coisa que cobro é a resposta dentro de campo. A entrega que tiveram hoje contra o Internacional lá, tiveram contra o Grêmio. Entrega e concentração que não tivemos nos três, quatro jogos que perdemos, não foi a mesma concentração do Mundial. Falo para eles, no momento que entrar e não tiver a concentração do Mundial a conta vai chegar. Foram os quatro jogos que perdemos seguidos, mesmo assim jogamos bem, mas não ficamos focados nos 90 minutos. Tomamos os gols — concluiu.
➡️Tudo sobre o Tricolor agora no WhatsApp. Siga o nosso canal Lance! Fluminense

Outras respostas de Renato Gaúcho após Fluminense x Internacional
Atuação da arbitragem
— É difícil falar. Ele esteve muito bem no jogo, tem que dar os parabéns ao árbitro e aos assistentes. Pelo menos na minha opinião eles foram bem. É a lei. Ele cumpriu a lei. Sei que você fala "ah, é difícil de voltar". Mas é difícil de voltar quando tem as cobranças de pênaltis. Hoje não sei se foi o VAR que falou para ele que tinha se adiantado, na posição que ele fica é difícil, não ia anular. Não tem condições de ter certeza que o Fábio tinha se adiantado. Mas foi no pulinho do Alan Patrick que o Fábio se adiantou um pouquinho. Ele cumpriu a lei. A única coisa que poderíamos colocar em questão é o pênalti logo no início que o VAR poderia chamar ele. Seria uma interpretação dele, muitos vão falar que estava próximo do jogador, outros dariam pênalti, enfim. Mas acho que não porque passamos de fase, pelo menos nos jogos do Fluminense os árbitros têm ido muito bem.
Martinelli sair aplaudido
— Eu fico feliz. Vou dar outro exemplo do Everaldo. É mais ou menos parecido. Quando cheguei aqui eram jogadores que havia uma cobrança muito grande por parte da torcida. Quando chego, no jogo contra o Bragantino, peço para o torcedor apoiar o Martinelli. Uma que ele é de Xerém, da base, produto do clube. Um grande profissional, menino que gosta de trabalhar, jogar todos os jogos, não gosta de sair. Cabeça muito boa e entrega grande dentro de campo. Da mesma forma que o Everaldo. Pedi para o torcedor apoiar, recuperamos da mesma forma que o Martinelli. Fico feliz porque um é da casa e o outro tem feito gols, nos ajuda também. É importante. Subiram de produção pela confiança que o torcedor passa. Não tem mais vaias, só aplausos. O jogador se sente seguro de arriscar a jogada dentro do campo. Ficamos felizes também com o apoio do nosso torcedor hoje. É assim quem tem que ser não só para os dois, mas para o grupo todo. O torcedor está vendo a entrega dos jogadores em campo. Jogando a cada três dias.
Escolhas durante o jogo
— Hoje no final usei o regulamento. Coloquei a equipe para trás, fiz basicamente duas linhas, uma de cinco e outra de quatro. Deixando o Ganso solto lá na frente. O Roger é inteligente, começou a colocar atacantes, jogadores altos. Ontem mesmo eu havia falado com o Thiago e o Facundo falando que provavelmente usaria os dois hoje porque teria um determinado momento que o Inter colocaria jogadores altos. E teríamos de aumentar nossa altura. Preferi sofrer nos últimos minutos e jogar da forma que começamos. O Internacional estava com muitos atacantes e eu não poderia tomar o gol. Fiquei no 5-4-1. Sofremos, é verdade. Mas tem horas que é melhor sofrer do que dar oportunidades ao adversário. Valeu pela entrega. Aumentei a altura do time e estávamos brigando de igual para igual com o adversário.
➡️ Canobbio exalta união no Fluminense após classificação na Copa do Brasil
Desempenho ofensivo
— Tecnicamente não foi uma partida muito boa da minha equipe. Eu gostei da entrega. Futebol é assim, tem que ter entrega. Lá o Internacional saiu mais para o jogo, deixou espaços e aproveitamos muito bem. Aqui, sabíamos que eles iam chegar em um determinado momento que abririam mão da defesa e iriam nos atacar porque precisavam do resultado. Também foi um jogo bastante estudado das duas partes. No final do jogo preferi sofrer porque sabia que eles colocariam bola de tudo quanto era parte do campo dentro da área e eu não podia tomar gol de cabeça. Eu tinha que ter jogadores altos para competir com os do Inter. Com isso, obviamente, colocando o time mais para trás, você fica mais longe do gol do adversário. Eu já tinha pensado em tudo isso, usei o regulamento debaixo do braço. Para usar isso era para conseguir o nosso objetivo, que era a classificação. É o mais importante. Às vezes você tem várias oportunidades e não consegue fazer o gol, daqui a pouco sofre um.
Prioridade para a Copa do Brasil?
— Vamos focar nas três competições. Ali na frente, trocando ideia com o presidente e o grupo, se o presidente achar que direcionar uma competição, tudo bem. No momento a gente tem que pensar nas três. Quando falo para vocês que tenho que mexer no time não é porque vamos priorizar uma competição, é por obrigação, porque daqui a pouco vou perder meus jogadores por cansaço e por lesões. Além da viagem longa que a gente vai ter, é uma coisa assim… Só nós que trabalhamos com futebol (sabemos). Eu estou cansado, imagina os jogadores que correm. A gente não consegue comer direito, dormir direito. Para cima e para baixo em avião, hotel. No momento a gente sempre vai procurar buscar ponto no Brasileiro, na Copa do Brasil, classificação na Sul-Americana. Quanto ao time, infelizmente tem que segurar por causa de todos esses motivos que falei para vocês.
Escalação contra o Bahia
— Não tem como você colocar o mesmo time em campo, até porque tem posições que eu tenho na conta do chá, justamente porque tem bastante gente no Departamento Médico. É óbvio que eu vou mexer no time pra sábado. Os garotos vão jogar porque não tem saída. Se eu botar o time que jogou hoje, pra jogar contra o Bahia, meu time não vai andar no sábado e não vai andar na terça feira também.
- Matéria
- Mais Notícias