Em menos de três dias, Zubeldía mostra sua cara no Fluminense
Argetino venceu na estreia contra o Botafogo

- Matéria
- Mais Notícias
Zubeldía desembarcou no Rio de Janeiro na última sexta-feira, comandou apenas dois treinos no CT Carlos Castilho e, menos de 48 horas depois, estreou oficialmente à beira do campo no clássico contra o Botafogo. Em pouco tempo de trabalho, o argentino já deixou suas primeiras marcas no Fluminense: ajustes na saída de bola, uso mais ativo dos laterais na construção e um time compacto que soube controlar o rival no Maracanã.
➡️Martinelli é sincero sobre vitória do Fluminense sobre Botafogo: ‘Incomodado’
Tricolor no ataque
Um dos primeiros pontos a se destacar no Fluminense de Zubeldía foi a redução das bolas longas. Isso não significou, porém, que o time voltou a adotar um modelo de posse excessiva, no estilo “toqueira”. O que se viu foi uma saída mais apoiada, com estrutura pensada para ganhar campo de maneira progressiva, mas sem exagerar na troca de passes curtos.
O Flu construiu sua saída de bola com Thiago Silva e Freytes como dupla de zaga, tendo Martinelli à frente, atuando quase como um camisa 5 clássico. Nas laterais, Renê e principalmente Samuel Xavier assumiam papéis de apoio. Samuel, inclusive, encaixou no modelo que privilegia laterais construtores, algo que Zubeldía já valorizava em trabalhos anteriores. O lateral tinha muita liberadade para atacar. Em alguns momentos, o camisa dois ficava como meia ou até como atacante. Nessas horas, Hércules ajudava na base da jogada, como lateral-direito. Canobbio entrava para dentro do campo quando Samuel abria pela direita. Esse arranjo formava um 2-3-1-4, que por vezes se transformava em 2-3-5 na fase ofensiva.

Zubeldía não buscou atrair a pressão alvinegra próximo da área tricolor. A construção acontecia mais na intermediária, aproveitando o fato de o Botafogo marcar nesse setor. A chave era simples: assim que o Fluminense quebrava a primeira linha de pressão, os quatro homens de frente corriam às costas da defesa adversária, alargando o campo. Isso abria espaço para Martinelli, Hércules, Samuel e até Serna e Canobbio conduzirem com liberdade.
Com Cano, Lucho Acosta e Serna posicionados à frente, o Flu manteve sempre amplitude e profundidade. Esse desenho ofensivo permitia criar superioridade nos corredores laterais e gerar campo para infiltrações.
➡️ Tudo sobre o Tricolor agora no WhatsApp. Siga o nosso canal Lance! Fluminense
Estrutura defensiva do Fluminense
Sem a bola, o time não alterou muito: o 4-4-2 foi a base, com Cano e Lucho Acosta na primeira linha de pressão. Os gatilhos para subir existiam, mas a marcação foi considerada moderada.
Diferente da postura das Copas, o Fluminense não baixou tanto suas linhas, mantendo-se competitivo e equilibrado, mas sem assumir riscos excessivos. Nesse aspecto, a equipe mostrou um perfil mais próximo do que vinha apresentando no Brasileirão, só que com maior consistência.
A estreia trouxe um contraste: o time não teve a intensidade “copa”, mas também não sofreu tanto quanto em alguns jogos recentes no Brasileirão sob Renato. Zubeldía deu sinais de buscar equilíbrio entre verticalidade e posse, evitando extremos.
Agora, o argentino terá pouco tempo para treinar. O calendário já reserva viagem para enfrentar o Sport, na Ilha do Retiro, na quarta-feira (1), sem uma semana cheia de trabalhos. O desafio é ajustar a equipe na prática, jogo a jogo, enquanto vai impondo suas ideias.
Tudo sobre
- Matéria
- Mais Notícias