Por que Índia e China, países mais populosos do mundo, não conseguem disputar a Copa do Mundo?

Com mais de um bilhão de habitantes, apenas os chineses já tiveram uma oportunidade de disputar o Mundial<br>

Irrwing de Freitas - seleção da China
China disputou apenas a Copa do Mundo de 2002 e enfrentou o Brasil (Divulgação/Assessoria de Imprensa)

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Apesar de terem crescido no futebol nos últimos anos, principalmente na questão financeira, China e Índia são figurinhas carimbadas fora das Copas do Mundo. Tanto que, desde 1930, apenas China já esteve em um Mundial, o de 2002, enquanto a Índia nunca participou. Mas o que explica dois países com mais de um bilhão de habitantes estarem fora do Mundial quase sempre?

Muito se passa pela falta de investimento no futebol local, em especial na formação de jogadores. Recentemente, uma bolha explodiu, em especial no mercado chinês, onde jogadores de todo o mundo se transferiram para atuar por lá, por cifras milionárias. Não à toa, o brasileiro Oscar, ex-Chelsea e que jogou a Copa pelo Brasil, tem um dos maiores salários do planeta. Entretanto, neste boom financeiro, os chineses investiram mais em jogadores estrangeiros do que em seus próprios atletas.

Mesmo assim, a China mostra evolução no incentivo ao esporte. A segunda maior economia do mundo atualmente, tem investido cerca de 460 bilhões de dólares nos esportes, com a ideia de gastar mais de 800 bilhões de dólares até 2025. Sendo assim, a indústria esportiva tende a transformar a China em potência em todos os setores - como já é na maioria - ficando aquém apenas no futebol.

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Os chineses incentivam a prática do esporte mais popular do mundo hoje em academias e escolinhas, além de escolas comuns. A ideia é tentar voltar à Copa do Mundo em 2026.

Nas últimas Eliminatórias, a China não chegou nem perto de disputar o torneio. Depois de passar pela frágil segunda fase da competição, fez apenas seis pontos em dez jogos no Grupo B, que classificou Japão e Arábia Saudita e levou a Austrália à repescagem. Venceu o lanterna Vietnã e teve como seu melhor resultado, contra os mais fortes, um empate com a Arábia Saudita, em Pequim.

CHINA NA COPA E CONTRA O BRASIL

Em 2002, a China surpreendeu o Mundo e carimbou uma das vagas para a Copa do Mundo, realizada pela primeira vez na Ásia. Sem a concorrência de Japão e Coreia do Sul, países-sedes, a China pegou uma das três vagas ao fazer uma ótima campanha nas Eliminatórias, deixando para trás favoritos como o Irã e Arábia Saudita.

Em seu primeiro e único Mundial, a China encarou Brasil, Costa Rica e Turquia. Estar na Copa já era o grande feito, porém os chineses passaram sem marcar qualquer gol. Perderam por 2 a 0 para a Costa Rica na estreia, foram goleados por 4 a 0 pelo Brasil - com gols de Roberto Carlos, Ronaldinho, Rivaldo e Ronaldo - e encerram a disputa com um revés de 3 a 0 para a Turquia.

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ÍNDIA DESISTIU DA COPA DO MUNDO NO BRASIL

Se a China conseguiu se classificar para a Copa do Mundo em 2002, a Índia conseguiu o feito em dois anos: em 1950, no Brasil e em 1954. Contudo, acabou que não esteve na competição.

No caso do torneio em que o Brasil foi vice-campeão em casa para o Uruguai, a Índia acabou desistindo, pois não entendia a importância da competição, e a Federação entendeu que os gastos eram muito elevados. Já sabendo da importância, qualificou-se em 1954, mas acabou tendo sua inscrição impedida pela Fifa para o torneio por questões financeiras.

A tradição do futebol indiano é tão pequena que até mesmo para a Copa da Ásia só conseguiu se classificar em quatro oportunidades. Nas Eliminatórias atuais a seleção local nem sequer passou da segunda fase, ficando em 3º colocado no Grupo B, com apenas sete pontos em oito jogos.

SUSPENSÃO EM 2022

Além de não garantir vaga para a Copa do Mundo, a seleção da Índia ainda foi suspensa pela Fifa este ano. A decisão correu devido interferências externas, o que viola os estatutos da entidade. 

A punição se deu porque o ex-presidente da federação de futebol do país, Praful Patel, permaneceu mais de 12 anos - limite máximo - no cargo, e ainda exerceu diversos cargos políticos, o que é proibido pela Fifa. Outros países, como Quênia, Paquistão e Zimbábue, já haviam recebido a mesma punição pela entidade máxima do futebol.

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