Pool da Copa: ‘Neymar não é um palhaço’

Jacques Sagot, do 'La Nación' da Costa Rica, fez seu balanço do futebol brasileiro

Brasil x Belgica
Colunista do 'La Nación' elogia Neymar: 'Não é palhaço' (Foto: AFP)

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Minha alma está envolta. Meu time, o Brasil, caiu. Aqueles que querem "hesitar" podem fazê-lo agora: nunca terão um melhor momento para fazê-lo, mas posso assegurar-lhes que nada do que eles dizem diminuirá um pouco a minha tristeza. Essas coisas me são dadas, eu as sofro, eu as interiorizo, eu as vivo e as celebro ou choro ao máximo.

Minha dor é maior porque tenho a convicção de que uma das seleções mais compactas e equilibradas que o Brasil propôs nas últimas décadas sucumbiu. Bem na defesa, bem no meio-campo (a ausência de Casemiro contra a Bélgica contida prejudicou a equipe) e bem no ataque. Um erro único, pertinente e irritante: a fidelidade de Tite ao incompetente Gabriel Jesus, com a qual o Brasil ficou sem o número nove de origem. Quão melhor seria Renato Augusto, que não foi um fenômeno, mas foi integrado ao jogo da equipe! Essas lealdades podem condenar toda a administração de um técnico. Lembre-se, para não ir mais longe, a lealdade obstinada de Telê Santana com o "mão de manteiga" Waldir Peres e com o desajeitado, gigante e grotesco Serginho na outra equipe prodigiosa, de 1982, além de um corpo de baile que um time de futebol .

Só nos últimos cinco minutos contra a Bélgica, o Brasil gerou três chances claras e Neymar, que não é um palhaço, mas um virtuoso que eu não hesito em colocar no patamar de CR7 e Messi, tinha que fazer o gol: tiro frontal muito aberto de Coutinho; baile servido em bandeja dourada por Ney para Renato Augusto, com Courtois já vendido à direita; e finalmente, a estrela do PGS decide atirar direto para o quadro: Courtois sublime salva com a ponta do dedo, mas só porque o leilão também foi sublime. Sim, Neymar é um mergulhador nascido. Ela vai amadurecer. Reparar apenas nessa característica de seu futebol é mesquinho: sua velocidade, dribles, inteligência e tiro a gol fazem dele um cometa no firmamento mundial do futebol.

Foi uma boa versão do Brasil, com um Neymar e um Marcelo que chegaram lesionados e jogaram heroicamente. Hoje eu choro. Mas talvez amanhã sorria e me acalme, exaltado, graças a Deus por este esporte, que nos maltrata às vezes, mas também sabe como nos recompensar.

* O Pool da Copa é a união de grandes veículos de comunicação do mundo para um esforço de troca de informações. O objetivo é manter seus leitores por dentro do que acontece com as seleções de outros países, porém, com uma visão local.

Montagem Lance!/La Nación
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