Paiva sai em defesa de Jair após classificação do Botafogo: ‘Juventude’
Técnico do Glorioso concede entrevista de imprensa após a vitória sobre a Universidad de Chile

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Técnico do Botafogo, Renato Paiva poupou críticas ao zagueiro Jair, expulso ainda no primeiro tempo da vitória por 1 a 0 sobre a Universidad de Chile, que rendeu ao Glorioso a classificação às oitavas de final da Libertadores. Em entrevista coletiva após a partida no Nilton Santos nesta terça-feira (27), o português defendeu o jovem defensor, afirmando que não irá criticá-lo por fazer algo que "pediu" para ser feito.
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— Nós temos que estar preparados para isto. É juventude. Qualquer profissional que começa na sua área é menos experiente, vai cometer naturalmente mais erros do que depois, mais para a frente. Portanto, é para isso que nós temos que estar preparados. Não está em questão a qualidade do Jair, o que ele tem. E depois eu o dei um abraço, ele vai aprender com o erro, mas eu não posso deixar de olhar para trás tudo aquilo que o Jair tem feito, num crescimento às pressas em função das lesões. Tudo aquilo que o Jair tem feito, com um ou outro erro, este mais claro. É um jovem, o que é importante para o Jair é que ele perceba o que fez — afirmou o treinador alvinegro.
— O que eu lhe disse foi: "se acontecer isto, que seja fazendo aquilo que pedimos". E o que eu queria naquele momento era, em função do posicionamento defensivo, que a saída com a zaga, quando ganhassem vantagem, progredissem no campo para eliminar adversários. Portanto, não vou criticá-lo por eu fazer uma coisa que nós trabalhamos e pedimos para ele fazer — completou Paiva.
O comandante do Glorioso usou a coletiva para exaltar a torcida presente no Nilton Santos. Paiva diz que a equipe em nenhum momento jogou com um jogador a menos, já que os botafoguenses equilibraram o confronto.
— Disseram que nós jogámos com 10 um monte de tempo. Não jogámos não. Nós começámos com 12 e, quando o Jair foi expulso, jogamos com 11. Por de fato, a torcida deixa qualquer profissional deste clube sem palavras. Começamos a ganhar o jogo na recepção que tivemos no ônibus, quando chegamos. Um mosaico fantástico, gera um ambiente de grande apoio e também de alguma intimidação ao adversário, para perceber onde está e veio jogar. E depois, naquele momento em que era mais fácil entrar a descrença, não acreditar, foi um momento em que eles equilibraram o jogo da forma que equilibraram. Um apoio constante durante os 90 e muitos minutos. De fato, para mim era praticamente impossível ganhar este jogo ou manter esta vantagem se não fosse o 12º e depois 11º jogador desta equipe. Então a primeira palavra é de agradecimento, do fundo do coração, para a torcida, para o trabalho que fez antes e durante o jogo. Foram fundamentais — comentou o técnico do Botafogo.
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Paiva analisa o jogo
Renato Paiva acredita que o resultado positivo não foi apenas fruto do esforço, mas do entendimento tático da partida mesmo com um a menos. Ele elogiou o adversário, mas considera que as melhores chances foram do Glorioso.
— Não foi só no querer, se olharmos para o jogo, nosso adversário joga muito bem com bola. Poderia ter vindo para cá e se fechar lá atrás com um bloco muito baixo e não abdicou do 5-3-2. Mas, de fato, tiveram mais a bola, assim tinha de ser. Mas a grande oportunidade é um arremate de longe que vai no travessão e uma cabeçada que a bola passa longe. De resto foi uma vitória da compreensão tática dos jogadores do que é preciso fazer sem nunca deixar de ameaçar a baliza adversaria. Era fundamental para não sermos ameaçados e deixarmos o adversário sempre sentindo o momento que tínhamos, especialmente quando recuperávamos a bola. Acho que as oportunidades foram mais claras do que as deles. Fizeram uma fase de grupos muito boa. Por tudo, é merecido — avaliou o treinador.
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Outras respostas de Paiva após Botafogo x Universidad de Chile
O que falaria para Ancelotti sobre Igor Jesus
— Eu não vou dizer nada ao Ancelotti porque não precisa, é o treinador mais vencedor do mundo. Hoje ele veio aqui exatamente para ver os jogadores. Tudo aquilo que eu disser ao meu colega Ancelotti é redundante, porque ele certamente viu com muita atenção. A partir daí, eu nunca interferiria num trabalho que não é meu, é dele. Ele tem a grandíssima responsabilidade e dificuldade de escolher uma relação de jogadores num país, para mim, maior e melhor na produção de jogadores e da seleção mais vencedora. Acho que ele já tem problemas suficientes, ele tem olhos para ver, tem uma experiência enorme. Se e o telefonasse, não seria para sugerir o Igor. Seria para desejar toda sorte do mundo e que é um grande orgulho para o povo brasileiro e para ele também treinar essa seleção.
Superação com um a menos
— É uma vitória que demonstra muito a marca desse grupo de jogadores. Não é a primeira vez que acontece e nem a primeira vez em momentos de muita tensão em decisões. Isso demonstra a capacidade de acreditar, lutar e defender esse escudo da estrela solitária. É uma marca deste grupo. Vou para casa de coração absolutamente cheio e me sentindo um dos treinadores mais orgulhosos do mundo ao liderar esse grupo de jogadores — comentou o treinador.
Allan
— Está demonstrando cada vez mais a importância nesse grupo. Não começou bem a temporada, as pessoas perguntavam por que jogava o Patrick e não ele. Porque estava muito mal de início em termos físicos. O treinador tenta sempre jogar com os melhores e naquele momento o Patrick estava melhor que o Allan. Os jogadores não jogam comigo pelo nome. O Allan, se não está em condições físicas e esportivas, não jogará só porque se chama Allan. Hoje, graças ao seu trabalho, dedicação e profissionalismo, ele conseguiu construir uma forma física e esportiva que permita fazer o jogo que fez contra o Flamengo, contra o Capital não foi por um problema pessoal e hoje voltou a entrar e dar sinais. Depois vem para cá o senhor Ancelotti, que gosta muito do Allan, que andou com ele durante muito tempo. Nunca se sabe.
Críticas influenciam nas decisões?
— Lamento, mas as pessoas têm o direito de opinar em relação a mim. Não devem e não podem influenciar o meu trabalho no dia a dia. As minhas decisões são sempre em cima do trabalho, do dia a dia, do conhecimento dos jogadores que eles fazem. E obviamente a leitura tática que o jogo te pede. Os jogadores interpretaram perfeitamente o jogo, e momento nenhum ficamos na defesa e deixamos de atacar. O jogo quando começa em 0 a 0, você precisa acreditar em quem inicia a partida. Precisa acreditar em uma ideia, mesmo com um jogador a menos. Eu nunca fui e nunca serei covarde em relação ao jogo. Minha história como treinador desde o Benfica foi com um jogo propositivo e com o objetivo de fazer muitos gols. Mas você precisa ser responsável com o que faz. Depois do gol, precisa pensar em duas coisas: tem uma vantagem, mas a qualquer momento a vantagem é mínima. O empate pode vir a qualquer momento. Eu substituo quando vejo que a equipe precisa, e hoje vi que o time não precisava diante do que criamos. Então, fui controlando o 1 a 0, não deixando de procurar o 2 a 0, e caso chegássemos ao placar, poderia fazer outras movimentações.
Semana antes do jogo
— A disciplina tática, de fato, é fruto do trabalho diário que fazemos. Desde que os jogadores tenham compreensão do jogo, nós podemos jogar em vários sistemas. O que fizemos hoje foi puxar o Gregore para trás e não deixar de ameaçar na frente com o Artur e o Igor, duas setas. O Marlon no meio distribuindo o jogo, o Cuiabano vindo de trás com sua potência e o Savarino solto. Se olharmos de forma mais pragmática, foi muito arriscado, mas eu precisava fazer (Risos). Porque precisávamos ganhar. Mesmo assim, minha intenção nunca foi recuar. As substituições do Savarino e do Cuiabano têm a ver com questões físicas, nada mais. A equipe estava bem e entendeu bem o que tínhamos que fazer. EU sabia que, em desvantagem, a equipe chilena ia carregar mais para frente a linha, deixando espaço para atacar essas zonas. Foi aí que construímos, pronto. Eles cumpriram isso de forma fantástica. Nós falamos do Igor, que fez um trabalho fantástico. E o Gregore, que nem zagueiro é? Foi um monstro. E o Allan, o Barboza, o Danilo… Portanto, claramente foi uma vitória da disciplina tática da minha equipe.
Trabalho encaixando?
— Esse tipo de confiança ou desconfiança vem com os resultados, exibições e decisões que tomamos que nem sempre vão agradar a todos. Contra o Flamengo, as pessoas queriam que eu fizesse substituições, eu entendi que não. Outras acharam que eu pensei bem. Estou em uma posição, como qualquer treinador deste mundo, de que temos de tomar decisões. É algo que digo sempre: posso tomar decisões corretas ou erradas, mas há sempre uma justificativa. Sempre. Não tomo decisões porque sim, está sol ou chuva. Sempre me apoio no trabalho diário. E tenho essa vantagem com quem está de fora e só vê os jogos. A partir daí, nem Deus é unânime. Vou ser eu? Não posso pensar nisso, mas posso ter a consciência tranquila do que eu e meu grupo fazemos. Isso é inegociável.
Desempenho de Igor Jesus
— Ele fez um jogo monstruoso, mas não posso olhar só para ele. Tenho de olhar desde o John até o Igor, mais os que entraram. Hoje a vitória é do coletivo. O Igor contribuiu bastante, em uma determinada faixa do campo, assim como outros que contribuíram. Seria muito injusto com esse grupo fantástico olhar só para o Igor.
Detalhe para o Botafogo se classificar em segundo
— Primeiro porque, se ficássemos nos números, o Estudiantes foi melhor do que nós. Nós não jogamos sozinhos, nem Libertadores, nem Brasileiro ou competição nenhuma. Temos sempre que dar algum crédito e mérito aos adversários. Obviamente que entramos na competição sendo os detentores do título. Muitas vezes as pessoas se agarram à teoria, mas no futebol muitas vezes a prática contraria a teoria e você não sabe o porquê. A verdade é essa. Se não ganhasse hoje, seria porque o Botafogo jogou com 10 e o adversário com 11, mas o futebol não tem lógica. Hoje nós fomos melhores que a La U, e na regularidade o Estudiantes foi melhor que nós. Porque nós, de fato, fora, em detalhes, não fomos tão competentes quanto o Estudiantes. No final de seis jogos tem que dar os parabéns a quem foi mais regular. É eficácia, nada mais que isso. Eu sinto que, se fizer um balanço qualitativo, não quantitativo, acho que no global fomos mais equipe que o Estudiantes e as outras equipes. Em questão de saber jogar, de interpretar os momentos do jogo. Acho que fomos mais equipe, mais completos e mostramos isso em casa. No 3 a 2 sobre o Estudiantes aqui, que todos sabem como foi, a primeira parte foi um amasso absoluto que vulgarizou uma equipe que acabou no primeiro lugar do grupo. Portanto são esses detalhes que o futebol às vezes te dá. Hoje o mais importante era passar. Queríamos passar em primeiro, não foi possível. Mas o objetivo foi concluído.

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