Joias do Lance!: conheça Sidney, capitão e pioneiro da nova base do Bahia
Volante é uma das lideranças da base tricolor

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Sidney Duarte tem apenas 19 anos, mas já carrega uma responsabilidade de gente grande. Um dos atletas mais experientes da base do Bahia, ele é um dos pioneiros deste novo projeto do Grupo City de tornar o clube uma referência de formação em todo o país.
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Em 2023, antes mesmo do conglomerado assumir o controle de 90% da SAF do Bahia e de todo o futebol do clube, com a promessa de resultados expressivos a longo prazo, Sidney dava sinais de que o Tricolor de fato tinha futuro, mas não necessariamente precisava gastar rios de dinheiro. A solução poderia estar no quintal de casa.
Uma das joias entrevistadas pelo Lance! em todo o Brasil, ele foi um dos primeiros a mostrar que a história da base do Bahia seria reescrita.
— Foi uma grande mudança. O impacto é de certa forma muito grande. Os processos são mais claros e acreditamos mais nestes processos. Sabemos que a base ainda está passando por um processo de transformação e desenvolvimento. Mas já melhorou muita coisa — destacou Sidney ao falar sobre os novos processos do Bahia sob o comando do Grupo City.

Desde o ano passado, as divisões de base do Bahia vivem um novo momento. Antes ofuscada pela "Fábrica de Talentos" do Vitória, que sempre revelou grandes jogadores, agora é o Tricolor que forma atletas para a seleção brasileira ou mesmo para o exterior. O que antes era raro, agora virou cotidiano. E tudo começou com a geração de Sidney.
A ascensão de Sidney
Criado na Ilha de Maré, ilha na Baía de Todos-os-Santos pertencente ao município de Salvador, Sidney foi formado no clube do coração. Passou por todas as categorias, do sub-15 ao profissional e chegou ao ápice da sua curta carreira no final de 2023.
— Comecei a jogar na escolinha do meu pai, na Ilha de Maré que fica em Salvador. Teve uma peneira do Estrela de Março, fui aprovado e fiquei no clube por um tempo. Depois teve um amistoso contra o Bahia, me destaquei, fui selecionado e estou desde 2019 no clube — lembrou Sidney, uma das joias do Bahia entrevistadas pelo Lance!.
O volante foi convocado para fazer parte da seleção brasileira no Mundial Sub-17, que seria disputado na Indonésia. Sidney não só integrou o elenco como foi titular nos cinco jogos da equipe até a eliminação nas quartas de final para a Argentina. Ele esteve ao lado de nomes como Estêvão, Vitor Reis e Kauã Elias.
O Grupo City, inclusive, se orgulha de tê-lo no grupo dos primeiros jogadores da nova gestão a integrarem a seleção brasileira de base. Além dele, os goleiros Jampa (sub-15) e Victor (sub-17) também defenderam a amarelinha em 2023.
— Com certeza foi a maior experiência de base que eu tive. Estar com jogadores do mais alto nível do Brasil e do mundo, foi sem dúvidas um momento que eu vou guardar para o resto da minha vida. E também vestir a camisa do meu país e representá-lo, foi uma realização de um sonho. Agregou em tudo na minha vida.

No início de 2024, diante do seu destaque nas categorias inferiores e na Seleção, Ceni quis observá-lo melhor e o levou para integrar a delegação do time profissional durante a pré-temporada em Manchester, na sede do "primo" do Bahia e principal clube do conglomerado, o Manchester City.
Foi uma experiência em tanto para Sidney, que, além de conhecer um novo país, teve uma imersão com o elenco profissional que ele vai levar para a vida toda.
Do profissional à volta para a base do Bahia

Quando voltou da pré-temporada, o garoto Sidney ainda participou de outros três jogos pelo profissional do Bahia no Campeonato Baiano (Jacobina, Itabuna e Jacuipense) e sempre era relacionado para os confrontos.
Contra o Jacobina, inclusive, ele fez sua primeira partida junto com o elenco principal, já que havia estreado no time de cima no início de 2023, quando o Bahia usou todo o aparato do Sub-20 para jogar as primeiras rodadas do Baianão.
As conquistas foram importantes para a trajetória de Sidney, mas também representavam uma certa pressão para o menino de 18 anos que vivia o ponto alto da carreira. Mas com cabeça boa e apoio da família, o atleta conseguiu lidar com tudo.
— Sou um cara muito paciente, centrado nas minhas coisas e sabendo que tudo é no tempo de Deus. Com certeza tudo me preparou e agregou pro meu crescimento. Aqui no Bahia temos um acompanhamento psicólogico do clube, mas o principal é minha família, minha namorada e amigos do clube que estão comigo.
Ainda jovem, Sidney também tentar colocar os estudos na rotina, mas admite ser difícil conciliar a rotina do futebol com a rotina na sala da aula.
— Como os treinos variam de acordo com o profissional, as vezes de manhã e as vezes pela tarde, eu tento colocar a aula de inglês no turno oposto do treino. Não é fácil ser atleta e estudar aqui no Brasil, porque o sistema de estudo não está pronto para os atletas. Já concluí os estudos e faço aula de inglês. Estou 100% focado no Bahia. Treino, faço academia e estudo — destaca.

Sidney, aos poucos, voltava a integrar o elenco sub-20 do Bahia. Em 2024 ele chegou a ser relacionado para alguns jogos da Copa do Nordeste, mas ao longo do ano ficou focado 100% na base - ele só foi chamado para um jogo do time profissional no Brasileirão, o empate contra o Internacional na Arena Fonte Nova, pela 20ª rodada do Brasileirão.
Desde então, Sidney só voltou a aparecer no time de cima no início de 2025, quando foi parte da delegação do sub-20 que jogou três rodadas do Campeonato Baiano, enquanto a equipe principal estava na pré-temporada em Girona, na Espanha. Desta vez, sem a presença de Sidney.
Mesmo com vontade de estar junto com o time principal, Sidney vê com naturalidade esse retorno às categorias de base e se prepara para novas oportunidades.
— Aqui no Bahia temos a oportunidade de estarmos sempre treinando com a equipe principal e com isso ainda tenho esse convívio de vez em quando com Rogério Ceni, subindo pra treinar com a equipe principal.

Mas ele não voltou de qualquer jeito. Com experiências no time profissional, passagem pela Seleção e inúmeras partidas nas categorias de base, Sidney se consolidou como capitão do time sub-20 e é dono da faixa até hoje, posição que ele considera ser de muita responsabilidade.
— Pra mim é muito especial! Tento ajudá-los através das minhas experiências e aprendo com eles também. Já me acostumei bastante, desde o sub 16 sendo capitão então já tenho um certo conforto. O bahia me incentiva também a melhorar esta minha liderança.
Esse movimento de volta para a base vivido por Sidney também impactou outros jovens da geração dele, a exemplo de Roger Gabriel e Jota.
Sidney abriu caminhos no Bahia
Pelo time sub-20, ele testemunhou o surgimento de uma nova safra no Bahia que parece ser ainda mais promissora. Atletas como Dell, Ruan Pablo e Jampa já são figuras carimbadas na seleção brasileira sub-17, foram campeões sul-americanos e têm multas rescisórias astronômicas. Ruan Pablo, por exemplo, foi relacionado por Rogério Ceni para todas as partidas recentes do Bahia, entre elas a decisão contra o Inter pela fase de grupos da Libertadores.
Todos eles tiveram Sidney como líder em algum momento na passagem pelo sub-20 e sabem que o volante foi pioneiro de convocações para a Seleção e para o time principal neste novo momento da base sob o comando do Grupo City.

Mas a tendência é que a cada ano essa "árvore" chamada Bahia dê ainda mais frutos. Se em 2023 foram três atletas da base do Bahia convocados para defender a amarelinha, no ano passado foram sete, sem a presença de Sidney nas listas.
Tudo isso é a colheita de um projeto que começou ainda antes da SAF e ganha injeção extra com o acordo entre Bahia e Grupo City para atingir as metas. Em 2024, foram investidos R$25,1 milhões na base, R$1,8 milhão a mais em relação a 2023 e um acréscimo de mais de R$10 milhões quando comparado a 2022.
É assim que Sidney vê o Bahia reestruturar as categorias de base e abrir novas janelas para atletas como ele brilharem Brasil afora e levarem a marca do Tricolor para o mundo inteiro.
— Foi uma grande mudança. O impacto é de certa forma muito grande. Os processos são mais claros e acreditamos mais nestes processos. Sabemos que a base ainda está passando por um processo de transformação e desenvolvimento. Mas já melhorou muita coisa — avaliou.
— Meu maior sonho é ser um atleta de alto nível, conseguir fazer meu nome com a camisa principal do bahia, conqusitar títulos na Fonte Nova e jogar nas melhores competições do mundo - vislumbrou Sidney.
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