Rizek cita motivos para a desvalorização de técnicos brasileiros na América do Sul
Jornalista avaliou o cenário dos treinadores nas seleções sul-americanas

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Cinco dos seis treinadores que se classificaram para a próxima Copa do Mundo com seleções sul-americanas são argentinos. A exceção está justamente na Seleção Brasileira, comandada pelo italiano Carlo Ancelotti. O jornalista André Rizek analisou a escassez de técnicos brasileiros no cenário internacional.
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Rizek começou a análise contextualizando o sucesso recente dos treinadores argentinos, em especial na disputa das Eliminatórias para a Copa do Mundo. O jornalista destacou os trabalhos internacionais dos comandantes e avaliou o desempenho deles em suas seleções.
- Argentina, Equador, Paraguai, Uruguai e Colômbia. Sabe o que essas cinco seleções classificadas para a Copa têm em comum? Elas são dirigidas por treinadores argentinos. A outra equipe sul-americana que se classificou para a Copa, o Brasil, é dirigida por um italiano. E só maluco acha isso ruim - disse, antes de completar.
- A Argentina está na mão do campeão do mundo, Scaloni. O Uruguai tem El Loco Bielsa, que dirigiu um time na Premier League, o Leeds United. O Beccacece, que faz um trabalho excepcional no Equador, rodou bastante no continente, deu trabalho para vários times brasileiros quando dirigiu equipes argentinas. O Alfaro dirigiu a Costa Rica na última Copa América e agora transformou o Paraguai. E o Nestor Lorenzo cumpre com sua obrigação de levar a Colômbia para a Copa do Mundo - destacou Rizek.
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Rizek avalia a desvalorização de treinador brasileiro
Durante a análise, Rizek avaliou que a desvalorização do treinador brasileiro se deve aos altos valores envolvidos no futebol nacional. Para ele, o ciclo vicioso de mudanças no comando técnico das equipes fez os treinadores se acomodarem e se tornarem figuras locais.
- Estou analisando o que virou o cenário do futebol sulamericano e mundial para o treinador brasileiro. Na média, o técnico aqui no Brasil gosta de dizer que a imprensa desvaloriza o trabalho deles, que cobra mais eles que os estrangeiros. Mas será que a gente tem esse poder, de por exemplo, não ter nenhum treinador brasileiro nesse momento garantido na Copa do Mundo? Isso não é porque eles sejam inferiores aos demais não. Isso tem muito haver com uma acomodação aqui na realidade do Brasil - destacou, antes de finalizar.
- Eu explico, o futebol brasileiro paga muito bem. O próprio Vanderlei já teve a oportunidade de dirigir o Equador, uma época. Não ia porque o salário lá era três vezes menor que um time da elite aqui paga num técnico. Então, era muito mais cômodo esperar vagar uma das 20 cadeiras da Série A, que em algum momento eles seriam empregados e ganhando muito bem. E depois, ao serem demitidos, ganham fortunas com multas rescisórias que os clubes pagam quando eles são demitidos. Então essa roda fez o treinador brasileiro ser local - concluiu.
Antes de finalizar, o jornalista citou o exemplo de André Jardine, técnico campeão olímpico com a Seleção Brasileira, em 2016. O técnico vem se aventurando no futebol mexicano desde 2022 e conquistou a confiança dos torcedores do América-MEX, clube que comanda há duas temporadas.

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