Nascar tem central ‘antidoping’ dos carros

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A Nascar tem um dos controles de fiscalização para evitar trapaças mais rígidos do mundo. Um "antidoping" difícil de ser burlado, e que não está relacionado com a coleta de urina ou sangue dos pilotos, antes e depois das corridas. Eles, na verdade, nem fazem tanto assim parte do processo. Na categoria mais popular dos Estados Unidos, são os carros que "sofrem" para provar que estão "limpos" para correr.
O "laboratório" tem nome: Centro de Pesquisa e Desenvolvimento. Fica localizado na cidade de Concord, próxima a Charlotte, nos Estados Unidos. E antes de entrar em qualquer pista, toda equipe tem de enviar o seu equipamento para ser analisado. Cuidadosamente.
Veja fotos do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento
Uma equipe de 53 pessoas cuida para que tudo seja verificado. Medições de chassi, pneus, carenagens, motor, até do banco do piloto. Há um padrão para cada uma delas, e se algo não passar no pente fino dos profissionais que trabalham no local, a punição é garantida.
Há, ainda, assim como na maioria dos esportes, o controle pós-provas. Todo carro vencedor, além de um escolhido aleatoriamente, de duas divisões da Nascar, a Nationwide (a segunda, em uma "hierarquia" de três) e a Cup (a principal), é levado para os galpões para ser analisado.
- Somos como a polícia da Nascar. Estamos aqui para monitorar esses caras. Temos o poder de um juiz de futebol. Quando o cara erra, damos um cartão amarelo. Mas, se merecer, damos um vermelho. Somos os caras que ninguém entre as equipes gostam, mas fazemos o nosso trabalho pela segurança. Isso é o mais importante, que todos tenham boas condições para correr da melhor maneira possível - explica Mike Fisher, diretor do lugar.
As equipes não têm de gastar dinheiro para as inspeções. Trata-se de uma medida para que não haja limitações para que todos tentem manter o equipamento em uma condição máxima de igualdade.
- O importante é que, além de seguros, possamos dar a todos uma condição de competir da maneira mais igual possível. Assim, resgatamos o verdadeiro espírito da Nascar, que é o de privilegiar a habilidade do piloto - emenda Fischer.
BATE-BOLA
Mike Fisher
Diretor do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Nascar
LANCENET!: Por que esse centro foi criado?
MF: Para que possamos trabalhar bem três pontos: segurança dos pilotos, desenvolvimento dos carros e redução de custos para as equipes. Trabalhamos em conjunto com as montadoras e fábricas para desenvolver o carro. Nunca vai ser o carro que elas querem ver na pista, nem o carro que a Nascar quer ver na pista. Mas sim o resultado de um carro no qual trabalhamos juntos, ou seja, vai ser o carro que os dois querem ver na pista.
LNET!: E há muita trapaça entre as equipes?
MF: Sempre há. Temos um espaço no qual guardamos as gambiarras que as equipes fazem. Se fazem algo muito grande, trazemos o carro inteiro para cá e ele fica aqui. Nas corridas, temos um espaço onde deixamos exposto para o público e todo mundo ver mostrando qual equipe fez o que na tentativa de burlar o regulamento. É uma espécie de Hall da Vergonha (risos).
LNET!: Qual o limite para se desenvolver um carro assim, para que as características da Nascar, que começou como uma corrida entre mecânicos que faziam seus carros nas próprias caragens, não sejam perdidas?
MF: Nós pensamos muito nisso. Muito mesmo. E sabemos que já existe uma Fórmula 1 no mundo, não queremos outra. Estamos desenvolvendo a categoria, mas vamos querer sempre ouvir o ronco dos motores, o cheiro de gasolina. Se colocarmos coisas como telemetria, com mais profissionais trabalhando do lado de fora dos boxes, analisando dados em computador, do que dentro, começamos a perder a essência da Nascar. E isso nos tiraria nossos fãs, que são a coisa mais preciosa que temos.
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