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‘Não teria melhor final para um filme de oito anos que passou’, diz Neto sobre Copa do Mundo da Tailândia

Dia 27/10/2015
22:02

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Protagonista da final contra a Espanha ao marcar dois gols na vitória por 3 a 2 na Copa do Mundo da Tailândia de Futsal, o fixo Neto tem outros motivos para comemorar: além do título no dia 18 de novembro, ele levou a Bola de Ouro, eleito como melhor jogador do torneio, e se livrou de um peso que carregava nas costas desde o pênalti perdido na semifinal também contra os espanhóis em 2004 e a ausência por lesão em 2008, quando o Brasil foi campeão sobre o mesmo rival.

- Esse ano foi realmente a consagração, pois batalhei demais para fazer parte desse grupo e sair campeão do mundo e ainda eleito melhor jogador não teria melhor final pra um filme de oito anos que passou de 2004 a 2012 - disse o jogador.

Vice-campeão da Liga Futsal neste ano com o Joinville, ele está de mudança para a Rússia, onde defenderá o Gazpron Ugra por dois anos e meio. Para Neto, apesar da falta de um sucessor para Falcão, a modalidade no Brasil continua em evolução.

Sobre o drama vivido pelo ala, que sofreu uma lesão na panturrilha esquerda na estreia contra o Japão e jogou com paralisia facial, Neto diz que o apoio médico foi fundamental.

- Ele sofreu muito com isso, porém acreditou que poderia recuperar e mostrou mais uma vez o quanto é um jogador decisivo. A convivência foi tranquila, pois ele se apegou muito a parte médica para poder se recuperar. Os médicos também merecem os parabéns por ter recuperado ele.

Nesta entrevista exclusiva para o Lance!Net, Neto também conta qual foi o momento mais difícil da decisão e dá sua opinião sobre a polêmica das estrelas com a Fifa, que pediu para o Brasil retirar de seu uniforme os dois símbolos referentes aos mundiais conquistados na época em que eram organizados pela Fifusa.

Neto, você foi um dos atletas mais festejados na volta da seleção e dividiu os holofotes com Falcão, que costuma centralizar as atenções. Como você está lidando com isso?

Fiquei muito feliz, pois isso mostra que está sendo reconhecido o trabalho do grupo e que vários tiveram participação especial nesse título. Falcão sempre esteve à frente dos holofotes, mas o Brasil também precisa criar novos ídolos, pois um ciclo talvez se termine e esse esporte sempre deve ficar em evidência.

Ao receber a Bola de Ouro, você demonstrou surpresa com a eleição, por ser fixo. Como é ser protagonista?

Estamos falando do primeiro fixo eleito o melhor jogador do mundial, portanto a surpresa, mas fiquei feliz demais e isso só veio a premiar todo o grupo com esse prêmio individual, pois sem todos eles eu não teria ganho.

Como a Seleção lidou com os problemas de Falcão na Tailândia? Vocês acompanharam de perto seu sacríficio? Como foi a convivência com ele?

Nós batalhamos quatro anos para estar naquele momento e quando isso pode ser interrompido por uma lesão é muito duro. Ele sofreu muito com isso, porém acreditou que poderia se recuperar e mostrou mais uma vez o quanto é um jogador decisivo. A convivência foi tranquila, pois ele se apegou muito à parte médica para poder se recuperar. Eles também merecem os parabéns por ter recuperado ele.

Qual foi o momento mais complicado da decisão?

Com certeza o momento mais complicado foi quando a Espanha virou o jogo para 2 a 1 e o tempo para o final se aproximava. Mas fomos muito felizes no primeiro ataque com goleiro-linha para jogar a pressão para eles, pois estavam com cinco faltas já.

Como foi a mudança de postura para o segundo tempo, já que no primeiro a Seleção ficou acuada?

No primeiro tempo eles fizeram uma marcação muito forte, sempre diminuíndo o espaço para o nosso toque de bola. Passamos momentos difíceis mas sabíamos que uma hora eles baixariam a intensidade devido ao cansaço e aí colocaríamos nosso ritmo de jogo. Foi isso que aconteceu na segunda parte.

E como está a mudança para a Rússia? Como foi feito o contato e a negociação para você ir para lá? Isso já estava acertado desde antes do Mundial? O contrato é de quanto tempo?

Estou me transferindo pra Rússia no começo do ano e já tinha fechado o contrato antes mesmo do Mundial, pois essa equipe já vinha tentando uma negociação durante três anos, mas só agora achei o momento certo de sair. Fechei um contrato de dois anos e meio.

Como você vê a situação do futsal brasileiro? Antes o time centralizava o favoritismo e agora vê outros países crescerem, como Argentina e Colômbia.

O futsal brasileiro continua forte como sempre, pois vão chegar jovens de muita qualidade pra suprir todas as baixas que teremos. A evolução do futsal é gigantesca e todos países melhoraram, mas é bom demais pra desenvolvimento do esporte e com certeza pro Brasil poder se preparar cada vez melhor.

Em algum momento a polêmica com a Fifa sobre as seis estrelas na camisa abalou a equipe? Em seu facebook, o técnico Marcos Sorato reclamou da situação. Qual sua opinião sobre o que aconteceu?

Isso nunca atrapalhou, pois queríamos conquistar mais uma estrela e tudo isso sera resolvido com a Fifa, pois os campeões de 82 e 85 merecem todo o respeito. Minha opinião é que a Fifa deve reconhecer isso, pois o Brasil tem direito e merecimento.

Você perdeu o penalti contra a Espanha em 2004 e não disputou o Mundial em 2008 por contusão. Como foi participar desta Copa e ainda se consagrar?

Em 2004 foi um Mundial muito duro devido ao pênalti e por ser o atleta mais nova aquele ano, mas isso foi superado de uma forma muito tranquila. Em 2008 talvez tenha sido o (momento) mais duro, pois vinha em um momento excepcional e a lesão no joelho acabou me tirando. Esse ano (2012) foi realmente a consagração, pois batalhei demais para fazer parte desse grupo e sair campeão do mundo. Ainda fui eleito melhor jogador, não teria melhor final para um filme de oito anos passou de 2004 a 2012.

Em entrevistas, o Falcão demonstrou uma preocupação com a falta de um sucessor. Como você vê isso? Também te preocupa?

Encontrar jogadores de habilidade sempre é complicado, porém acho que o Brasil deve dar oportunidade ao novo ídolo, assim como feito feito na transição entre Manoel Tobias e Falcão. Acho que temos mão de obra pra que isso aconteça.

Em que estágio de desenvolvimento você vê o futsal brasileiro? Antes o país tinha hemegonia, mas outras nações foram investindo e conseguiram se equipar. O que você acha que falta aqui?

Todo mundo evoluiu e vem se preparando melhor e isso deve servir de exemplo pro Brasil, pois só nós temos tamanha mão de obra. Não devemos parar no tempo e também aprender coisas dos outros países. Aqui falta um planejamento anual que valorize o atleta, pois sempre temos uma carga de jogos muito grande durante o ano e isso acaba com bastante lesão, o que atrapalha a vida do atleta.

Você jogou no Santos em 2011 e viu a equipe acabar após a saída de investidores. Como foi isso para você?

Uma pena, porque foi dado uma visibilidade gigante para uma equipe de camisa e isso poderia ser o pontapé inicial para outras equipes iniciarem os projetos e aí sim desenvolver o esporte da maneira que merece.

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