LANCENET! mostra como os spotters trabalham na Nascar
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Um dos personagens mais importantes da Nascar não fica nem no carro nem nos boxes, mas no ponto mais alto do autódromo: munido de rádio e binóculo, o spotter orienta o piloto na prova sobre o posicionamento na pista, pois as velocidades atingem 300 km/h e há pouca visão pelo espelho.
O LANCENET! seguiu na sexta-feira o trabalho de Mike Calinof, spotter de Nelsinho Piquet, na prova da Truck Series em Daytona. Nas primeiras 30 voltas, ouvimos a comunicação entre eles e foi possível sentir a importância do trabalho – por segurança, o regulamento exige spotter a todos os pilotos.
Em Daytona, os spotters ficam a 40 metros de altura, com visão total da pista. Antes da prova, o chefe de segurança da Nascar passa as últimas instruções aos spotters. Na corrida, eles ficam lado a lado, uns falam mais alto e outros, como Mike, são calmos e concisos.
– Nos ovais o spotter é fundamental, os pilotos precisam ser orientados. Tento passar sempre a posição dos outros e sugerir a linha que ele deve seguir. Nelson fala pouco, mas eu falo muito – explicou Calinof, que também é jornalista e na Sprint Cup (divisão de elite) é spotter do campeão de 2003 Matt Kenseth.
Antes da volta de apresentação, Mike e Nelsinho fizeram o último teste do rádio. Segundos antes da largada, Calinof desejou boa sorte:
– Será uma temporada longa e vamos trabalhar juntos para conseguirmos nossas metas. Boa prova!
Nelsinho agradeceu e manteve o segundo lugar atrás do companheiro e compatriota Miguel Paludo.
No início, Paludo manteve a linha inferior do traçado e foi seguido por Piquet após orientação de Mike:
– Siga por dentro, continue, não há ninguém por fora. Mantenha isso, você está fazendo um bom trabalho.
Depois, adversários encostaram:
– Fique por dentro, mas atenção ao lado de fora, há caras ali.
Na primeira bandeira amarela por acidente, Calinof alertou:
– Amarela, bandeira amarela, colisão atrás. Tudo limpo à frente, siga!
No fim, o próprio Nelsinho seria envolvido numa colisão após liderar a corrida. John King foi o vencedor.
FRASES
“No passado, tive um spotter ue falava demais e me acostumei. Hoje trabalho com o Eddie D'Hondt, spotter do (tetracampeão) Jeff Gordon na Sprint. Ele pensa mais antes de falar e fala só o que eu preciso”
Miguel Paludo
Piloto brasileiro da equipe Turner
“Se houver uma falha no rádio com o spotter, o piloto tem de ir para os boxes senão é desclassificado, então nossa função é fundamental”
Mike Calinof
Spotter de Nelsinho Piquet
COM A PALAVRA
Nelsinho Piquet
Obviamente ainda não estou 100% confortável e seguro, e não consigo fechar o olho e depender só do spotter. Em Daytona, a relação piloto/spotter precisa ser muito boa. Os pilotos da Sprint Cup já estão mais acostumados, como se fosse uma rotina.
O spotter não atrapalha, só ajuda. O que ainda falta é eu conseguir aproveitar o máximo do spotter, de ele me falar quando estou limpo ou não, para subir ou descer, ainda não estou conseguindo otimizar.
Há pilotos que gostam de um cara animador e que force, tem piloto que se vira sozinho, tem piloto que fica nervoso e o spotter também. Eu me identifiquei com o Mike, ele foi meu primeiro spotter e gosto de como ele trabalha. Confio nele.
Todo mundo fica nervoso antes da largada e o trabalho do spotter também é de psicólogo, então envolve um pouquinho de tudo.
O editor viaja a convite da equipe Turner, dos brasileiros Nelsinho Piquet e Miguel Paludo
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