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Assim como no ano do tri, São Paulo tem 1% de chance de ser campeão

Capa Corriere Dello Sport
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Dia 28/10/2015
03:47

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1%. Cinco anos depois, novamente a pequena probabilidade matemática de se consagrar campeão brasileiro desafia o São Paulo. O número poderia ser encarado com desânimo, mas o torcedor não se esquece da forma como o tricampeonato foi conquistado.

Em 31 de agosto de 2008, os matemáticos apontavam que o Tricolor só tinha uma chance em cem de conquistar o troféu, que veio na última rodada. Naquela ocasião, o Brasileirão já estava na 23ª rodada, a equipe era quinta colocada e o líder Grêmio estava dez pontos na frente.

Segundo o matemático Tristão Garcia, o “impossível” é até mais fácil de acontecer dessa vez já que o Atlético-MG ainda tem 20 jogos para disputar e possui mais chances de perder pontos. Porém, o Galo atravessa fase espetacular e só foi derrotado em dois jogos em todo o ano.

Um dos destaques da vitória sobre o Corinthians, o volante Denilson não se preocupa com os números e acredita que o atual elenco são-paulino pode repetir o feito de 2008:

– Não gosto (de matemática). Até porque não entendo muito. Acho que o que vale é dentro de campo, você trabalhando e em cada jogo ganhando de meio a zero são três pontinhos que sobem na tabela e deixam o São Paulo em primeiro. Eu acredito muito nesse elenco. Tenho certeza que vamos dar uma engrenada boa.

Presente naquela conquista, o capitão Rogério Ceni prefere ainda não pensar no topo da tabela.

– Momentaneamente, a gente tem de traçar objetivos mais curtos. Não sei se teremos oportunidade de encostar nos líderes até o fim do campeonato. A curto prazo não vamos encostar. Agora, essa briga com os que estão mais próximos é uma briga que temos de pensar já – analisou o goleiro, dono da camisa 01.

O Atlético-MG é dono do melhor aproveitamento da história do primeiro turno, mas nenhum jogador do São Paulo joga a toalha. Todos sabem que é mais fácil ser campeão da Sul-Americana, mas se o raio cair duas vezes no mesmo lugar...

Com a palavra, Hernanes, peça importante na arrancada de 2008 e eleito o craque daquele Brasileirão:

"Lembro que no primeiro turno daquele Brasileirão tivemos que dividir as atenções com a Libertadores. Além disso, no meu caso, fiquei um mês fora disputando as Olimpíadas. No segundo turno, o time todo estava muito focado. Houve ainda uma atuação muito ruim, diante do Atlético-MG, no Mineirão, que mexeu com os brios de todos os jogadores. Aí começamos a obter alguns bons resultados e os outros times começaram a tropeçar. Foi quando nossa equipe começou a acreditar que era possível.

Foi uma arrancada interessante, pois foram muitos jogos importantes, cheios de emoção, nos quais conseguimos fazer os resultados. Foi bonito participar daquele momento. Aos poucos, com as vitórias, fomos conseguindo a motivação para a conquista do tri. Lembro que antes de uma das partidas falei que muitos tinham sido campeões brasileiros, poucos bicampeões, mas o tri era só para nós!! Só para o São Paulo!! Para aquele grupo! Foi um momento espetacular!!

Eu acredito que esse time pode fazer o mesmo, pois tem muita qualidade. E a vitória importante no clássico, no último domingo, pode ser uma motivação a mais para o grupo. Mas é claro que vai depender do que acontecer no decorrer do Campeonato Brasileiro."

Com a palavra, Tristão Garcia, matemático:

"O que o São Paulo fez em 2008 é muito difícil de alguém fazer. Nas últimas 12 rodadas, aquele time ganhou dez jogos e empatou dois: é um recorde na finalização do campeonato.

É algo comparado ao Grêmio de 2003, que reverteu 94% de chances de rebaixamento. Mas, mais do que isso, foi o Fluminense em 2009, que tinha 98% de chances de cair faltando dez rodadas. A equipe tinha só 22 pontos em 28 rodadas. Nas últimas dez, fez 24 pontos. É algo heroico, que só confirma que o cara tinha 98% de chances de cair mesmo e essa é a graça do futebol. Só o clube e o time têm forças para contrariar os números.

Em 2008, o Grêmio estava forte e o São Paulo tinha acabado de tropeçar em casa para o Santos quando ficou com só 1% de chances de se tornar campeão brasileiro. Não era a maior distância entre eles, mas eram dez pontos faltando 15 rodadas para serem jogadas.

Hoje é até mais fácil porque é muito melhor faltarem 20 jogos para o Atlético-MG, mas em compensação, a diferença de pontos é maior por isso que a porcentagem se equivale. São situações muito difíceis, mas não impossíveis. O São Paulo começou a mostrar uma reação no campeonato e isso é levado em consideração no cálculo."

O que o time tem em 2012 e não tinha em 2008

10 - Diferentemente de 2008, quando foi campeão sem um camisa 10, este ano o São Paulo tem Jadson. Além de usar o número, também conta com características de atleta que atua na armação das jogadas.

Goleador - Dagoberto e Borges foram importantes em 2008, mas não lutaram pela artilharia do Brasileirão. Este ano, com nove gols marcados, Luis Fabiano, ao lado de Fred e Vagner Love, lidera a lista de goleadores. Média de um por jogo.

Decisão - Lucas, Jadson e Luis Fabiano são jogadores decisivos. Em 2008, o time se destacava mais pelo conjunto do que pelas peças individuais. Este ano, a diretoria fez alto investimento em contratações. O camisa 10 foi um deles e chegou por R$ 9 milhões.

Valorizado - Por R$ 108,3 milhões, o PSG contratou Lucas. O garoto de 20 anos é a venda mais cara do futebol brasileiro. Em 2008, durante e após o Brasileiro, o Tricolor não negociou jogadores por grandes cifras. Lucas fica no Sampa até o fim deste ano e tem como objetivo sair com um título.

Base - Desde o ano passado, o presidente Juvenal Juvêncio cobra que os jogadores revelados pela base sejam mais aproveitados pelo profissional. Do elenco, 16 são formados no CFA de Cotia. Este ano, Lucas Farias (ainda não jogou), João Schmidt e Ademilson foram aproveitados.

Renovação - Apesar de as condições físicas não serem as mesmas de 2008, Rogério Ceni tem como meta levar o Tricolor de volta à Libertadores para renovar e disputar a competição em 2013.

O que o time não tem 2012 e tinha em 2008

Leve - Com títulos em 2005, 2006 e 2007, a pressão por uma nova conquista era menor em 2008. Atualmente, sem um troféu nos últimos três anos e fora da Libertadores nos últimos dois, a cobrança vem de torcedores e diretoria. Internamente, os próprios jogadores falam da responsabilidade.

Comando - Contratado em 2006, Muricy Ramalho estava em seu terceiro ano de Tricolor. Ney Franco está para completar dois meses e tem 13 jogos. Muricy levou três brasileiros e saiu em 2009, após cair na Libertadores pela quarta vez consecutiva.

Entrosamento - Diferentemente do grupo atual, que conta com muitos jogadores que chegaram ano passado ou este ano, o elenco de 2008 já se conhecia bem. Além disso, tinha um 3-5-2 consolidado, enquanto atualmente Ney Franco ainda acerta a formação.

Currículo - Do elenco campeão em 2008, vários também estiveram presentes nos títulos de 2006 e 2007. Este ano, apenas Rogério Ceni e Luis Fabiano já ganharam algo pelo clube.

Rogério Ceni - O goleiro voltou de lesão e só esteve em nove partidas este ano. Em 2008, estava inteiro, não teve problemas físicos e foi importante com defesas e gols. Capitão, foi o primeiro a levantar a taça três vezes seguidas.

Defesa - Em 2008, com André Dias, Rodrigo e Miranda, o Sampa terminou como a segunda melhor defesa do torneio. Atualmente, ainda busca a melhor formação e é a 11 com 24 sofridos.

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