‘Revanche’? Classificação argentina para o Mundial-2018 pode ficar nas mãos do Brasil

Caso 'hermanos' não façam sua parte, partida dos brasileiros com os chilenos pode ser crucial nas Eliminatórias. Situação de dependência de resultado já rendeu polêmica em Mundial e 'campeonato moral' ao Brasil

Na Copa de 1978, o Brasil dependia que a Argentina não goleasse o Peru para ir à final. Mas amargou a eliminação
(Foto: Reprodução / Internet)

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A busca por uma vaga no Mundial-2018 pode ganhar contornos ainda mais dramáticos para a Argentina. Ocupando a quinta colocação das Eliminatórias, a seleção albiceleste corre o risco de chegar à última rodada com sua classificação nas mãos do... Brasil.

Caso não faça sua parte diante do Peru, a Argentina precisará torcer para que o Chile seja derrotado. Seja pelo Equador, nesta quinta-feira ou, em último caso, na rodada final, por um Brasil que já assegurou sua vaga na Copa. A "torcida" por resultados não é algo inédito entre brasileiros e argentinos, e já rendeu boas doses de polêmica.

Medindo forças no Grupo B para obter a vaga da final da Copa do Mundo de 1978, tanto Brasil quanto Argentina chegaram à rodada final com três pontos. Em Mendoza, a Seleção Brasileira que tinha nomes como Zico, Roberto Dinamite, Dirceu e Leão duelava com a forte Polônia.

Coube a Nelinho abrir o placar para o Brasil, em uma cobrança de falta precisa. Porém, ainda no primeiro tempo, Lato (algoz em 1974) igualou o marcador.

Na volta do intervalo, a partida seguiu equilibrada. Mas, aos 12, veio o segundo gol brasileiro: Jorge Mendonça carimbou a trave e, no rebote, Roberto Dinamite estufou a rede. Animados, os brasileiros seguiram em cima, e garantiram o terceiro gol. Em lance incrível, após a bola bater na trave por três vezes, Dinamite completou e decretou o 3 a 1.

Terminando o Grupo B com cinco gols de saldo, restava à Seleção Brasileira torcer para que a Argentina não obtivesse uma vitória com um placar dilatado sobre o já eliminado Peru. Entretanto, o panorama foi completamente diferente em Rosário.

Ainda no primeiro tempo, os argentinos abriram vantagem com gols de Kempes e Tarantini. A porteira se abriu de vez na etapa final: em quatro minutos, Kempes e Luque marcaram outros dois. Houseman e Luque decretaram o 6 a 0 para a Argentina.

A Argentina se classificava à final, com oito gols de saldo (três a mais que o Brasil), e mais tarde daria a volta olímpica com uma vitória sobre a Holanda por 3 a 1.

Décadas depois, as suspeitas a rondar o Mundial de 1978. "Armação" para os argentinos ganharem a Copa e fortalecerem a ditadura que assolava o país, a acusação de um suposto "corpo mole" dos peruanos (inclusive o de Quiroga, goleiro argentino de nascimento e naturalizado peruano) e até de uma "venda do jogo".

Nada provado. Restou à Seleção Brasileira se despedir com a vitória por 2 a 1 sobre a Itália na decisão do terceiro lugar e terminar a competição de forma invicta (com três vitórias e três empates). E nas palavras do técnico Cláudio Coutinho, ficou o conformismo: "Nós somos os campeões morais desta Copa".

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