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Do vestiário ao Morumbi lotado: Cicinho revive e celebra os 20 anos da Libertadores de 2005

Cicinho comemora 20 anos de conquista histórica

imagem cameraCicinho relembrou a conquista histórica do São Paulo (Foto: Divulgação/ Instagram/ @Cicinho)
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Izabella Giannola
São Paulo (SP)
Dia 14/07/2025
06:00

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Há exatos 20 anos, no dia 14 de julho de 2005, o São Paulo erguia a terceira taça da Copa Libertadores. Mais uma vez pintou a América de vermelho, preto e branco. Na primeira final brasileira da história do continental, estava Cicinho, lateral que foi importantíssimo na campanha e que conversou com o Lance! em uma entrevista exclusiva contando todos os bastidores - do vestiário ao Morumbis com quase 72 mil torcedores.

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Mas para entender os bastidores, é preciso voltar na história daquele jogo, que começou em 2004. Sem conseguir as vagas em 1999, 2000 e 2002, encerrou o Brasileirão de 2003 na terceira colocação, cavando a vaga no ano seguinte. O time chegou na semifinal, mas eliminado pelo Once Caldas, um time de menor expressão e que causou um trauma lembrado até hoje pelos torcedores.

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- Havia também a questão de ser uma final entre duas equipes brasileiras. Percebemos a diferença em relação a outros confrontos. Em 2004, fomos eliminados na semifinal contra o Once Caldas. Em 2005, na final da Libertadores, o Atlético Paranaense não possuía a mesma tradição do São Paulo. Enfatizamos a força da nossa camisa, a nossa história. Respeitamos a equipe adversária, cientes de que não encontraríamos a mesma estratégia de outros times - relembrou Cicinho.

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Em 2005, a campanha foi diferente. A engrenada veio. O São Paulo havia disputado quatro jogos na fase de grupos da Libertadores de 2005, com duas vitórias e dois empates, quando passou por uma mudança no comando técnico. Emerson Leão deixou o cargo de treinador, e Milton Cruz, então auxiliar, assumiu a equipe na quinta partida, que terminou empatada fora de casa contra a Universidad de Chile. Paulo Autuori, então, chegou.

No mata-mata, o São Paulo eliminou um velho conhecido da Libertadores. O Palmeiras foi superado com duas vitórias do Tricolor: 1 a 0 no Palestra Itália e 2 a 0 no Morumbis. Nas quartas de final, destaque absoluto para Rogério Ceni, que brilhou no jogo de ida contra o Tigres com dois gols e ainda desperdiçou um pênalti, na goleada por 4 a 0. A volta, no México, teve clima de formalidade, embora tenha representado a única derrota da equipe no torneio. Já a semifinal contra o River Plate garantiu a vaga na final. A decisão foi contra o Athletico-PR. No jogo de ida, um empate por 1 a 1. Na volta, a goleada do São Paulo por 4 a 0.

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Do vestiário ao Morumbis: os bastidores de Cicinho

O São Paulo não conquistava uma Libertadores desde 1993. Outro cenário, outros jogadores. Cicinho contou ao Lance! que entendia essa pressão e o peso que isso carregava. Para ele, aquele momento contra o Athletico foi um sonho de criança.

- Foi um momento mágico, a realização de um sonho de criança, conquistar um título aqui. A Libertadores coincidiu com esse sonho. O estádio lotado, a torcida gritando meu nome… foi inesquecível. Também foi um momento de alívio. O São Paulo carregava a pressão de não conquistar um título desde 1993, na Libertadores. Poder escrever meu nome na história foi marcante. Até hoje, ao voltar a este estádio, revivem-se as memórias da comemoração e das dificuldades que enfrentamos para chegar à conquista - contou ao Lance!.

Como dito, o primeiro jogo terminou em 1 a 1. Na ida, que aconteceu no Beira Rio, o gol não foi marcado por um jogador do São Paulo, mas sim contra, por Durval. No Morumbis, na volta, era tudo ou nada. Nada resolvido, ninguém em vantagem. O São Paulo tinha um estádio com quase 72 mil torcedores e uma missão.

- Conhecíamos nossa força no Morumbi. O vestiário estava leve, e a preparação para a final também foi tranquila. Sabíamos do nosso potencial e o colocamos em prática. Ao chegar ao estádio, aquele mar de torcedores, os familiares torcendo… sabíamos que, para nos vencer, o adversário precisaria ser impecável. Demos o nosso melhor até o último instante, e foi o que aconteceu - relembrou.

E a conexão com a torcida foi algo especial. "El Morumbi te mata". Esta era a manchete de grande parte dos jornais da época. Aquele jogo contaria com um dos maiores públicos do estádio do São Paulo. E para Cicinho, o time entendia a dívida, muito pelo jejum e pelo o que aconteceu no ano anterior. De acordo com as suas palavras, aquilo ali foi essencial.

- Tínhamos uma conexão especial com a torcida. Em 2004, e principalmente em 2005, a torcida abraçou a equipe. Essa sinergia nos impulsionava a dar o nosso melhor. Mesmo quando as coisas não saíam como esperávamos, com o apoio da torcida, nos superávamos. Criamos uma grande força e identificação com a torcida, o que nos rendeu frutos - contou.

Capa do Lance! após a conquista (Foto: Acervo)

E como lidar com o nervosismo?

Em finais assim, histórias e bastidores surgem. Tudo começa antes do apito inicial. Ao ser questionado, Cicinho contou que o time estava leve, destacando o trabalho de Autuori. Mas escondido, existia um nervosismo, normal. E como resolveram? Comendo bolacha recheada escondida do técnico no vestiário.

- O clima era leve, mas também havia nervosismo. O Paulo Autuori era diferente dos demais treinadores com quem trabalhei. Ele era gentil na maneira de se dirigir aos atletas, com uma fala suave, sem gritaria, tudo bem explicado. Ele já conhecia nossa equipe e, resumidamente, nos disse: "Entrem lá, desfrutem desse momento que vocês construíram - lembrou, com carinho.

- Quanto às curiosidades, as preparações, comendo bolacha recheada no vestiário escondido… há muitas histórias - revelou Cicinho.

(Foto: Reginaldo Castro/Lancepress)

O gol 10.000

Ao relembrar os 20 anos da conquista, algumas histórias voltam no passado. Mesmo que a comemoração seja neste dia 14 de julho, dias antes Cicinho ajudou a carimbar esta vaga. Nas oitavas, contra o Palmeiras, marcou gols nos dois jogos. Mas um destes gols teve um peso especial para Cicinho: foi o gol de número 10.000 na história da Libertadores. Ao L!, também trouxe o assunto à tona.

- Tive a felicidade de marcar gols em ambos os jogos. O primeiro, no antigo Parque Antarctica, nos proporcionou uma vantagem importante para a partida de volta. Lembro-me do Rogério Ceni, no vestiário, dizendo: "Ganhamos por 1 a 0, com um gol do Cicinho de esquerda, dificilmente não seremos campeões" - contou.

- Embora houvesse uma certa tensão, ele quebrou o clima com bom humor, criando um ambiente descontraído. No segundo jogo, marquei no último lance, em uma cobrança de falta. O Júnior me perguntou qual seria minha intenção. Respondi que chutaria para o gol, pois o jogo estava no fim. Ele me incentivou: "Chute, então! Se fosse eu, tocaria para o lado, já estávamos vencendo por 1 a 0". Decidi chutar e o gol entrou para a história, pois foi o gol de número 10.000 da Libertadores. Foram momentos marcantes, ainda mais considerando a importância da final da Libertadores - relembrou.

Cicinho comemora gol contra o Palmeiras, na Libertadores-2005<br&gt;​
São Paulo x Palmeiras, Cicinho comemora gol de número 10.000 (Foto: Ari Ferreira)

Time de Guerreiros

O São Paulo foi e fez. Foi tricampeão, com um elenco que ficou conhecido mais tarde como "Time de Guerreiros". Mais tarde, seria tricampeão Mundial. E até hoje, é o único time brasileiro que carrega este posto.

Para viver o presente, é preciso repetir o passado...

Se 20 anos atrás, a torcida do São Paulo estava comemorando, hoje o contexto é diferente. O Tricolor nunca mais venceu uma Libertadores, embora ainda esteja vivo na competição. No Brasileirão, vive um jejum de vitórias. E Cicinho deu a letra sobre qual deve ser o caminho do Tricolor para voltar a empilhar taças.

- Finalizando, a Libertadores de 2005 foi a última conquistada pelo São Paulo. Para que o clube repita o sucesso, é preciso, acima de tudo, contar com jogadores que se destaquem em momentos decisivos. Jogadores que se mostrem em momentos decisivos. Onde se encontra a grandeza de um time? Estão no banco, nos treinos, em todos aqueles que dão o seu melhor para o grupo. É essencial que todos estejam focados no mesmo objetivo, deixando de lado as ambições individuais - concluiu.

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