Apresentação de Alexandre Mattos marca uma ‘Nova Era’ na direção executiva do Santos
Alexandre Mattos chega ao Santos para reformular o elenco para a disputa do Brasileirão

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O novo Diretor Executivo de Futebol do Santos, Alexandre Mattos, acredita que o time vai brigar por 'coisas grandes' até o fim desta temporada.
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Um dia após o anúncio da permanência do atacante Neymar até o final do ano, o novo diretor do Peixe foi apresentado oficialmente nesta quarta-feira (25), na Vila Belmiro, e ressaltou que não pretende fazer loucuras financeiras para reformular o elenco, pois buscará soluções nas categorias de base e também entre os atletas que ainda não conseguiram render no grupo.
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Antes das primeiras palavras do dirigente, o presidente Marcelo Teixeira elogiou o trabalho de Mattos nos últimos 20 dias e reforçou que o profissional é 'vitorioso e com visão'.
-A avaliação e a análise como devem ser feitas: sempre resguardando as prioridades do clube com a base e o profissional. Mantendo uma relação próxima com jogadores e comissão técnica, respeitando os empresários do atletas, e impondo respeito com diretrizes claras daquilo que se pretende para o Santos no departamento de futebol profissional. Fizemos uma escolha para estar com profissionais como o Gustavo Ferreira sendo gerente de futebol. Alexandre estava em um clube coirmão e conversei com o presidente Pedrinho, que deu as melhores referências possíveis- completou Teixeira.
Alexandre Mattos chega para substituir o CEO Pedro Martins, que pediu demissão no mês passado. O profissional estava insatisfeito com a falta de liberdade para trabalhar e não conseguiu bancar a permanência do técnico Pedro Caixinha no comando do time.

Relembre os últimos diretores do Santos:
Pedro Martins deixou o clube da Baixada Santista pouco depois de uma forte entrevista em que avaliou os 100 dias de sua gestão. Ao afirmar que o clube poderia 'morrer de saudosismo', acabou irritando parte da torcida santista — especialmente as organizadas — e também alguns dirigentes do Alvinegro, que não concordaram com o tom adotado.
O clube já sabia do desejo do profissional de sair e foi ao mercado em busca de alternativas, inclusive com o chamado 'perfil boleiro'. Paulinho, gestor geral do Mirassol, e Fabinho Soldado, diretor executivo do Corinthians, foram sondados, mas recusaram a oferta do Santos.
Durante a coletiva de apresentação de Alexandre Mattos, o assunto foi abordado, e o novo diretor executivo despistou, dizendo que não gostaria de opinar sobre algo que não viveu no clube.
— Eu sempre tive muito respeito por todos os profissionais e não vou criticar. São características diferentes. Ninguém é melhor, apenas ideias e pontos de vista diferentes. Eu não estava aqui e não sei o contexto do que foi dito. O que posso dizer é que estou muito satisfeito, mesmo sabendo que tudo pode melhorar. Os profissionais que estão aqui pegaram o Santos em situações difíceis: com atraso de salários, um time com dificuldades técnicas e na Série B. Mesmo assim, deram duro. É óbvio que as pessoas precisam estar sempre em evolução, mas estou satisfeito com o que estou vendo. Estou preocupado com a estrutura. Conheci o vestiário, que é um dos mais modernos, com novo centro de treinamento, reformulação da estrutura da base e melhorias na concentração com o hotel. Estou pegando um legado que considero positivo. Com a ajuda de todos e sem fazer uma grande revolução, só vou colocar algumas coisas para caminhar com o Santos — concluiu.
Mattos também se defendeu da 'fama de gastão' adquirida durante a montagem de grandes elencos no Cruzeiro e no Palmeiras. O principal objetivo agora é ajudar o clube a voltar a disputar uma competição da Conmebol e se afastar ainda mais da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro.
— As pessoas criam situações, marcas, e não param para analisar os dados e perceberem o contrário. Comecei no América-MG, sem divisão nacional. Sete anos num clube com sete meses de salários atrasados. Foi a minha universidade. Saiu de sem divisão para a Primeira Divisão. Fui para o Cruzeiro, devia salários, não tinha recursos. Foi um case de sucesso. Depois, com o Palmeiras, não tinha Crefisa, o dinheiro do Paulo Nobre que foi pago a ele, muita vontade de trabalhar, sem estrutura, nenhum atleta queria ir. Era uma batalha contratar jogador. Com sucesso, organização, três ou quatro anos depois o investimento aumentou. Fui para o Athletico, dois anos, com muito sucesso. Vice da Libertadores, campeões paranaenses invictos, fomos para a Libertadores diretamente, a maior negociação do futebol brasileiro antes do Estêvão: Cuello, Canobbio… Athletico com folha de cinco ou seis milhões de reais. Meu histórico é chegar em momento de dificuldade. Normal, se não for assim, não há chegadas ou saídas. E tive cases de sucesso em todos os clubes por onde passei. E saí com legado positivo: financeiro, títulos, estrutura, profissionais. Todos, com muita dificuldade no início, e com o tempo as coisas se desenvolveram.
Alexandre Mattos também projetou o trabalho que deseja fazer no Santos.
— Sempre trabalhei de acordo com o que o clube fornece. Aqui não será diferente. Vamos com calma, sem revolução. O Santos já fez contratações, e me incluo na obrigação, mesmo chegando agora, de fazer elas darem certo. É resgatar esses atletas que estão se dedicando. Vi compromisso deles, o resultado que tivemos em Fortaleza. Otimizar, ser assertivo, não extrapolar em nada. Maior contratação é pagamento em dia e contas organizadas. As coisas melhoram, vem o protagonismo, receitas aumentam. Teve um único episódio, o do Vasco. Não foi bem o que me falaram, e fiquei dois ou três meses e saí. As coisas caminharam para outro lado, e todos viram. Por isso fiquei pouco tempo. Sempre trabalhei com orçamento, realidade, dentro da autoridade do presidente — no caso do Cruzeiro, o dono. E vou fazer isso aqui.
O Peixe vive um processo de reformulação com a ajuda do pai de Neymar, que também está à frente das reformas do novo centro de treinamento do time profissional e da nova arena do clube, em Praia Grande.
Antes de Mattos, o Alvinegro Praiano não conseguiu se estabilizar com outros dirigentes responsáveis pelo Departamento de Futebol. Anteriormente, Paulo Bracks e Alexandre Gallo ocuparam o posto na gestão de Marcelo Teixeira.
Bracks perdeu espaço justamente com o ex-CEO Pedro Martins e acabou ficando apenas com a responsabilidade de gerenciar outras áreas que não eram ligadas ao futebol. A passagem pela Baixada Santista durou apenas sete meses.
Já Alexandre Gallo teve uma saída mais conturbada, após um ano e cinco meses de trabalho. Ele deixou o Peixe ao lado do ex-auxiliar Marcelo Fernandes.
O então coordenador de futebol perdeu força com a saída de Fábio Carille do comando do time e com a negociação frustrada com o argentino Gustavo Quinteros, além das críticas da torcida em relação às contratações e renovações de jogadores como Patrick e Willian Bigode.
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