Tiago Splitter relaciona calendário da NBA com altos salários: ‘Ninguém quer’
Técnico brasileiro volta à NBA após temporada vitoriosa em Paris
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A polêmica da larga quantidade de jogos foi um dos destaques da última temporada de 2024/25 na NBA. Criticado por grandes nomes da liga, o calendário foi apontado como "culpado" por lesões e quedas de rendimento de atletas.
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Em entrevista exclusiva ao Lance!, o ex-jogador e técnico Tiago Splitter reconheceu que as 82 partidas podem, de fato, ter impacto negativo no desempenho, mas ressaltou que qualquer mudança exigiria adaptações estruturais, como os salários, o que nem sempre é bem aceito por todos os envolvidos.
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— Olha, o que eu vou dizer é o seguinte: obviamente são 82 jogos, são bastantes jogos, e é muito difícil você competir 100% todos os dias, fisicamente você tem que ser um fora de série. Então, é aí que vem os dias que alguns jogadores descansam, é aí que vem alguns dias que o time não corre da mesma forma, não defende da mesma forma, e acabam às vezes esperando os playoffs, onde realmente vale muito mais uma vitória — comentou Splitter.
Apesar do quesito de desempenho, muito abordado por atletas e técnicos, Tiago Splitter apresentou outro ponto importante sobre o calendário da NBA. O grande número de jogos pode ser visto como problema, mas também está diretamente ligado com o valor de atuação de cada jogador, ou seja, o quanto ganham de salário.
— Então, é um tema complicado, porque se você também diminuir o número de jogos, você diminui o número do salário dos jogadores, isso ninguém quer fazer — afirmou.
Além disso, qualquer critério de comparação — elemento comum no ambiente esportivo — precisaria ser revisto de forma significativa. Com isso, marcas estabelecidas em contextos anteriores deixariam de servir como referência, tornando-se praticamente inalcançáveis, enquanto novos recordes passariam a ser construídos sob parâmetros distintos.
— E depois tem também toda a questão dos números do NBA, das estatísticas, dos recordes, que tudo isso vai mudar se você diminuir a quantidade de jogos. É um debate que vai continuar aí por muito tempo, não sei se vai mudar, mas com certeza são bastantes jogos. Uma maratona pesada não só para os jogadores, como também para toda a comissão técnica, que faz parte disso no dia-a-dia — acrescentou Splitter.
Adesão da Copa da NBA na longa temporada
Com 82 jogos a ser disputados, os times da NBA costumavam "relaxar" no início do calendário de temporada. Para resolver esse problema, a liga norte-americana aderiu, em 2023/24, uma nova competição "dentro" da temporada regular: a Copa da NBA. As duas edições do torneio foram um sucesso, mas trazem ainda opiniões adversas entre os fãs do esporte.
Vale destacar que a Copa acrescenta um jogo apenas para os dois times finalistas, que disputam a decisão "extra-temporada". A diferente iniciativa da NBA foi bem recebida por Splitter, que se mostrou positivo sobre a inclusão do torneio, principalmente no início da temporada.
— Eu gosto, eu gosto, eu particularmente gosto, talvez porque cresci jogando na Espanha, onde tem a Copa do Rei, onde tem a Supercopa, e você joga diferentes competições. Eu acho que é, sim, um sabor diferente para o começo da temporada. Você estar brigando por algo, não é só mais um jogo. Então, eu particularmente gosto.
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Tiago Splitter de volta à NBA
Apesar da temporada ainda não ter começado, o trabalho de Splitter com o Portland Trail Blazers se inicia já na NBA Summer League, que acontece em Las Vegas. O ex-pivô assumirá o cargo de auxiliar técnico da franquia, que busca reformulação na liga norte-americana.
Ainda na offseason, ele pode não estar na quadra com o jovem time, mas estará na cidade para o primeiro contato com os jogadores do Trail Blazers. O time já disputou dois jogos no torneio de verão desta temporada, com uma vitória, contra o Golden State Warriors, e uma derrota, contra o Memphis Grizzlies.
Não é a primeira vez que Tiago Splitter faz parte de uma comissão técnica na NBA. Antes mesmo de assumir o cargo principal no Paris Basketball, Splitter esteve como auxiliar do Brooklyn Nets, entre 2018 e 2023, além do Houston Rockets, na temporada de 2023/24.

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