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Os desafios do esporte brasileiro após a divulgação do PIB

Relatório inédito foi divulgado pela Sou do Esporte, nesta quinta-feira

Fabiana Bentes, presidente da Sou do Esporte, durante apresentação do PIB do Esporte Brasileiro (Divulgação/COB)
imagem cameraFabiana Bentes, presidente da Sou do Esporte, durante apresentação do Relatório do PIB do Esporte Brasileiro (Divulgação/COB)
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Gustavo Loio
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 26/06/2025
14:26
Atualizado há 2 minutos

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Nesta quinta-feira (26), em solenidade no Parque Maria Lenk, no Rio, a Sou do Esporte apresentou um inédito relatório do PIB do Esporte Brasileiro. Em entrevista exclusiva ao Lance!, Fabiana Bentes, presidente da entidade, falou sobre os desafios para o esporte no país, após a divulgação desse minucioso levantamento.

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Porque 2023 foi analisado?

Porque o projeto, de autoria do então deputado federal Paulo Ganime (hoje CEO do Lance!), só foi liberado em 2024. Então, começamos em abril de 2024, fazendo referência ao ano de 2023. A ideia é o projeto seja repetido, no máximo, a cada dois anos.

Primeiro desafio

A Lei de Incentivo ao Esporte hoje não é perene, a Lei Rouanet é. A Lei de Incentivo ao Esporte tem a probabilidade, com a reforma tributária, de acabar no final de 2027. A primeira questão é tornar essa lei perene, deixar de ser provisória.

A segunda questão relacionada à lei, é que, na iniciativa privada, na Lei Rouanet, uma pessoa ou uma organização do terceiro setor pode ser proponente de projetos. Na Lei de Incentivo de Esporte não pode, só pode organização do terceiro setor. Na Lei Rouanet, a Daniela Mercury pode fazer um show, e, na Lei de Incentivo ao Esporte, a WSL ou o Rio Open não pode pegar Lei de Incentivo, exceto se for por incentivo do terceiro setor.

Falta de moblização

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Há uma mobilização da cultura, sempre. É uma coisa que critico sempre, é a falta de união do segmento. O setor cultural consegue mobilizar as pessoas, o esporte mobiliza por áreas: do futebol, esporte olímpico, paralímpico, não há uma união, enfraquece muito o segmento. Para se ter uma ideia, Existe uma lei de reciclagem que, ao invés de ser a dedução da lei da reciclagem, o setor cultural se mobilizou e a lei da reciclagem acabou dividida com a Lei de Incentivo ao Esporte. A Lei do Esporte tem 2% de dedução. Se, por exemplo, a Coca-Cola quer apoiar um projeto de reciclagem e um esportivo, tem que dar 1% para a reciclagem e 1% para o esporte, não poderia dar 2% ao esporte, ela divide, ela compete. Já a Lei Rouanet tem 4% e não compete com ninguém, isso é outro absurdo.

Retorno certo

A outra questão, apresentada no relatório do PIB do Esporte Brasileiro, é que somos maiores que a cultura e, agora, temos um dado de muita relevância: para cada R$ 1 de investimento pújblico, temos R$ 12 de retorno. Ou seja, 12 vezes mais de retorno. Essa Lei de Incentivo ao Esporte não pode acabar, porque a gente dá retorno. E a gente também não pode ficar à margem da Lei Rouanet porque a gente, além de ter um PIB maior, temos a comprovação do retorno.

PIB deve ser ainda maior

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Outra questão também é que todos os dados que apuramos foram super, super conservadores. Em relação à geração de empregos, por exemplo, foram mais de 3,3 milhões de CLT, só que o esporte tem muita informalidade, como os personais trainers. Com certeza, não só a geração de emprego, mas o PIB é maior.

Quando se fala em emprego, falamos em CLT. Mas com certeza a informalidade no Brasil tem um peso muito grande. Então, como geração de empregos, o esporte é uma força que não se pode ignorar.

Faltam dados

O segmento do Esporte tem muita dificuldade de colocar dados, o que dificultou o levantamento. Por exemplo, sobre e-sports, só conseguimos os dados do Fifa Soccer, não conseguimos dos eventos, das ações, dos outros jogos. Não conseguimos dados relacionados às apostas, que só estão sendo regularizadas neste ano. Então, os dados oficiais de apostas só vão valer para o ano que vem, relacionados a 2025. Mas as apostas que patrocinaram os clubes diretamente a gente conseguiu contabilizar.

Importância dos clubes

Os clubes têm uma participação importante no PIB, de 4,41%, se não me engano, geram mais de 8 bilhões dentro do PIB. Ou seja, um valor que não se pode ignorar. Então, a relevância dos clubes é muito importante também.

Turismo qualificado

Turismo esportivo, por exemplo, precisamos fazer o turismo qualificado. Por exemplo, o turista chega no hotel, aeroporto, rodoviária e diz para um show ou uma competição, precisamos qualificar esse turista. Também não temos esses dados relacionados aos balanços dos atletas que estão nas entidades.

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Investimento no esporte

Nessa questão da reforma tributária, tem se olhado o esporte como gasto, mas, na verdade, é investimento. Para cada R$ 1 de investimento público, retornam R$12,36. Na verdade, é uma falácia, é uma perda de dinheiro, se o governo faz isso. Para cada real investido no esporte, principalmente o privado, voltam 23 reais, isso significa que as empresas quando aportam no esporte, a cadeia produtiva amplia, de uma forma monumental, e fortalece a economia, e, obviamente, fortalece o consumo do produto do patrocinador. Então, é uma cadeia produtiva positiva, tanto do investimento público quanto do privado.

Retorno certo

Se os governantes olharem os resultados, se eles olharem os resultados, municípios e estados vão querer investir, porque é retorno certo. Os secretários que se empenham no esporte viram uma razão para mobilizar o recurso para dar retorno, vai ser muito importante.

Temor

Teinha muita expectativa de falhar, meu objetivo era trazer a importância do esporte, mas não sabia que número a gente iria ter. A minha surpresa foi ter um número relevante, meu temor era ter um número que não fosse relevante, vamos dizer assim. Mas confiante de que seria relevante. Minha surpresa foi sermos maiores que a cultura. Tanto cultura como esporte são muito relevantes para a sociedade e, por isso, toda legislação deveria se equiparar, minimamente, entre as duas áreas. Para o desenvolvimento humano, as duas são muito relevantes.


O estudo completo já está disponível para consulta no site da "Sou do Esporte".

Sobre a 'Sou do Esporte'

A "Sou do Esporte" nasceu em 2015, fundada pela jornalista Fabiana Bentes, com o intuito de melhorar o ambiente de negócios no esporte, fortalecer o esporte como uma ferramenta imprescindível no desenvolvimento socioeconômico do país, e promover como alicerce do esporte, a governança, pautando o combate a corrupção e os abusos de poder no esporte. Um dos seus principais projetos é o "Prêmio Sou do Esporte", que ocorre sempre no final do ano, reunindo as principais referências da gestão esportiva brasileira, e, agora, o relatório PIB do Esporte Brasileiro, o primeiro estudo que trouxe uma fotografia do setor esportivo e toda a sua relevância para a economia nacional.

Marco La Porta (presidente do COB) e Fabiana Bentes (presidente da Sou do Esporte) durante a apresentação do PIB do Esporte Brasileiro (Divulgação/COB)

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