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NFL com Lacalle: Por que o Brasil virou peça-chave na expansão global da liga?

O crescimento da NFL no Brasil foi construído e tornou a mina de ouro da liga

Patrick Mahomes estará na NFL no Brasil para o jogo contra o Los Angeles Chargers
imagem cameraPatrick Mahomes gritando durante uma partida de futebol americano. Jogador principal da liga estará no jogo da NFL no Brasil
Dan Lacalle
São Paulo (SP)
Dia 20/05/2025
16:37
Atualizado há 1 minutos

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A NFL no Brasil deixou de ser apenas um sonho e já se tornou uma das maiores realidades no calendário da liga. Depois da primeira edição, que contou com mais de 47 mil pessoas na Arena Corinthians, a bola oval está predestinada a fazer cada vez mais parte da rotina do brasileiro. E se engana quem pensa que isso pode ser apenas uma ação passageira da competição. Isso porque o impacto foi surpreendente e positivo para a National Football League. A empresa que, somente na última temporada, atingiu um faturamento de 23 bilhões de dólares, segundo o Sports Business Journal. Tudo isso é a realização de um sonho que foi construído cuidadosamente por muitas mãos dentro dos últimos 10 anos.

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O ano é 2014. Dos pouco mais de 200 milhões de habitantes no Brasil, apenas 10 milhões se consideravam fãs da NFL. O equivalente a 18% da população, em estudo levantado pelo Ibope Repucom de 2024. Para o cenário dos dias de hoje, o caminho foi longo e muito pavimentado. Mas a primeira partida da liga em um país da América do Sul não foi por acaso. 

Isso porque a NFL bateu na porta do Brasil há 10 anos, mas não viu o país pronto para receber partidas. Não na parte estrutural, porque naquele momento diversas capitais acabavam de sair de uma Copa do Mundo. E sim, na base de fãs. Esse quesito precisava ser estimulado. 

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De lá para cá, diversos fatores foram fundamentais para o desenvolvimento da NFL no Brasil. E foi preciso superar o desafio que existe da barreira cultural e linguística com os Estados Unidos. Deixando o trabalho maior para quem se predispôs a ensinar o esporte, como emissoras de TV fechada, TV aberta, parabólica, Youtube ou qualquer rede social. Foi um consenso entender que era preciso simplificar ao máximo para o público que gostava apenas do futebol e, talvez, de um basquete ou vôlei. O futebol americano se tornou o estranho da sala, que aos poucos foi mostrando sua personalidade e deixando cada vez mais pessoas encantadas. 

Aumenta número de fãs da NFL no Brasil

Onze anos depois, a realidade é outra. Já são 41 milhões de fãs de NFL no Brasil. Apenas 35% de um país que pode respirar ainda mais desse esporte. E um crescimento de mais de 300% comparado com 2014, segundo pesquisa do Ibope Repucom. A modalidade tem índices de crescimento expressivos a cada ano, aumentando em 26% sua base. E é claro que a NFL não deixaria de enxergar a mina de ouro que o país tropical se tornou. 

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A cidade de São Paulo teve um impacto econômico de pouco mais de 60 milhões de dólares, segundo números divulgados pela prefeitura e pelo presidente da SPTuris, Gustavo Pires. E, por mais que a NFL não tenha divulgado os valores de receita que recebeu no Brasil, estima-se que esse valor não foi inferior a US$10 milhões. Tudo isso no período em que a liga ainda está buscando educar o público do país sobre o que é o esporte e o porquê dele ser tão apaixonante. 

E não à toa, a competição trouxe uma de suas principais partidas no ano de 2024 para abrir esse projeto de expansão internacional. Eagles e Packers, dois times com torcidas fortemente engajadas e que causaram o buzz necessário para um primeiro jogo. Para isso a NFL ainda ‘ressuscitou’ a sexta-feira dentro de seu calendário. Logo após a quinta-feira de abertura da temporada. Algo que não acontecia há mais de 50 anos. 

Para o segundo jogo, a notícia que vai estar em alta até o meio de setembro: o tradicional Los Angeles Chargers encara o Kansas City Chiefs. O time mais popular da NFL nos últimos 7 anos. A equipe que conta com o principal Quarterback da liga, Patrick Mahomes, e o - famoso - namorado da cantora pop Taylor Swift (além de segundo melhor Tight End da história da liga), Travis Kelce. Ou seja, a maior liga esportiva do planeta confiou no Brasil para que a sua principal ‘galinha dos ovos de ouro’ viesse ao país estrear a temporada e fomentar ainda mais o público que não para de crescer. 

Arsenal de marcas no evento no Brasil

Mas a partida de temporada regular no Brasil é apenas a cereja do bolo para os fãs da bola oval. Isso porque a NFL vem estimulando cada vez mais a interação do público em todas as ações que acontecem com a liga. Em setembro de 2024, foi possível visitar o NFL Experience pela primeira vez, no Brasil. Um espaço que funcionou como um - parque de diversões - do futebol americano, onde torcedores podiam observar itens históricos da liga que estavam expostos ou, até mesmo, participar de mini jogos e competições, além de assistir às partidas do início da temporada. E, claro, não posso deixar de fora o NFL in Brasa, evento que a National Football League promoveu no país para que os fãs pudessem ter uma experiência mais imersiva durante o Super Bowl. Isso sem falar em Watch Parties, clínicas esportivas com crianças vinculadas às franquias que têm direitos de trabalhar com o marketing no país, entre outras atividades.

Em ambas oportunidades, foi possível observar um arsenal de marcas realizando uma verdadeira imersão no futebol americano. Das principais, como XP Investimentos e Perdigão, às recém-chegadas como Boticário, New Era e Pizza Hut. Se era espaço publicitário, online ou não, a NFL estava o tempo inteiro rodeada de marcas parceiras com um excelente histórico e que, principalmente, também estavam trabalhando com o objetivo comum de estimular cada vez mais o futebol americano no país.

Nada é por acaso com a liga esportiva mais lucrativa do mundo. A NFL vir ao Brasil não foi só porque muita gente sonhou com isso e, do nada, ela foi ‘boazinha’. Como qualquer empresa, é preciso pensar no lucro e nas possibilidades logísticas. E a competição viu em terras brasileiras a possibilidade de trabalhar cada vez mais com um cenário emergente e com a parcela da população que é consistente economicamente, podendo suprir o teto que a liga inegavelmente tem nos Estados Unidos. 

Mas se engana quem pensa que isso é algo ruim. Além de fazer brilhar os olhos do fã de futebol americano que sonhou a vida inteira com um jogo da NFL no Brasil, estimula a criação de empregos (apenas na semana do São Paulo Game foram mais de 5 mil gerados segundo a prefeitura) e coloca o Brasil nos holofotes. Faz com que deixemos de ser aquele país visto como submundo para nos tornarmos quem dá aula de apresentação de eventos internacionais, com uma experiência diferenciada e repercussão avassaladora nas redes sociais.

Ou seja, se um jogo da NFL no Brasil se tornou pouco para o país, preparem-se porque o Rio de Janeiro deve se juntar a São Paulo e ser anunciado muito em breve como a sede da segunda partida anual da liga, em 2026. E não é por acaso.

Brasil voltará a ser palco de jogo da NFL
Brasil voltará a ser palco de jogo da NFL (Foto: Ettore Chiereguini/AGIF)

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