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NFL com Lacalle: a moda e o futebol americano andam lado a lado e o público quer isso

A NFL se porta fora dos campos, mas é preciso atenção para não deixar o jogo de lado

Travis Kelce Taylor Swift
imagem cameraTravis Kelce e Taylor Swift, dois ícones do mundo pop que têm ligação com o atual momento da NFL
Dan Lacalle
São Paulo (SP)
Dia 31/07/2025
17:26

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A NFL virou uma grife. E não estou falando só das marcas de roupas licenciadas.

Hoje, mais do que entender o que é uma formação Nickel, o fã médio quer saber qual boné o Travis Kelce usou no jogo de domingo. A estética anda lado a lado com o esporte. E, sejamos sinceros, a liga sabe disso e capitaliza como ninguém. O problema é que, nessa equação bilionária de branding, conteúdo e "collabs", o futebol americano não pode começar a parecer cada vez mais pano de fundo. E sabemos que, em diversos esportes, existem atletas que vão para esse lado de usar o esporte como um detalhe, um acessório.

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Não é por acaso que o Super Bowl tem parecido mais o Met Gala do esporte do que uma final esportiva. Em 2024, foram 123,4 milhões de espectadores nos EUA, número histórico. Estive lá e me deparei com personagens como Justin Bieber, as Kardashians, Taylor Swift... todos querem estar no grande palco. Mas a pergunta que fica é: quantos estavam ali pela bola voando no ar e quantos pela expectativa de ver a Taylor Swift beijando o melhor Tight End da liga? Não é crítica à Taylor, que aliás trouxe uma nova audiência à liga e isso é incrível – é só o retrato fiel de uma mudança de prioridade.

A NFL entendeu como ninguém o jogo fora de campo. Está presente em colaborações com marcas de moda, nos trends do TikTok, no reality da Netflix e até nos stories da sua prima que nunca viu um snap, mas agora torce para os Chiefs. O escudo da NFL virou um símbolo cool, não muito diferente dos demais hypados que você vê por aí. Você veste. Você compartilha. Você consome. Só não necessariamente assiste.

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Enquanto isso, jogar futebol americano continua sendo um privilégio. E não estou falando só do Brasil, onde falta até grama sintética pra flag. Mesmo nos EUA, o esporte é menos acessível que o beisebol e o basquete. Equipamento caríssimo, risco altíssimo, portas fechadas para quem não está no sistema desde cedo. A NFL se posiciona como liga global, mas seu produto esportivo segue restrito e complexo, por mais que eles se esforcem para continuar estimulando os mais jovens, inclusive em comunidades.

Se a NFL se transformar 100% em entretenimento de lifestyle, sem abrir caminhos reais para o esporte florescer fora do eixo EUA-Canadá, qual será o futuro do jogo? E vejo o Brasil como ponto fundamental para a resposta dessa pergunta. Sim, somos importantes terras para a maior liga esportiva do mundo.

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Aliás, a moda passa. O jogo, se bem cuidado, fica.

Mas para isso, precisa sair da vitrine e usar bem os seus modelos.

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