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Lance! Olímpico: Julia Coutinho supera timidez para criar solo impactante

Ginasta de 15 anos é uma das promessas da modalidade

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Beatriz Pinheiro
São Paulo (SP)
Dia 19/09/2025
11:30

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O ciclo olímpico rumo aos Jogos de Los Angeles 2028 já começou. Por isso, o Lance! traz, toda sexta-feira, um perfil com atletas promissores no esporte olímpico, apresentando nomes que podem brilhar ao longo dos próximos anos. Desta vez, o destaque é a ginasta Julia Coutinho que, aos 15 anos, vem surgindo como uma promessa da modalidade.

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A menina do Rio de Janeiro, que em 2025 fez sua estreia em competições adultas internacionais, viralizou em maio deste ano, ao conquistar a medalha de ouro na Copa do Mundo de ginástica artística, na Eslovênia, com sua apresentação de solo ao som do clássico "Maria, Maria", de Milton Nascimento. Em conversa exclusiva com a reportagem do Lance!, Julia Coutinho e seu treinador, Walmy Junior, contaram sobre os desafios da criação de uma série impactante.

Segundo a dupla, o principal objetivo era elevar o nível de competitividade da série de solo com mais capricho na parte artística. Associando os elementos técnicos à rotina planejada em conjunto com o coreógrafo Hugo Santiago Lopes, Walmy apostou em Julia para apresentar uma série 100% brasileira, mas havia um obstáculo a ser superado: a timidez da ginasta no tablado.

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— No solo, meu treinador fala que a gente é um personagem, então esse ano eu tentei tirar toda essa vergonha que eu tinha, eu era bem mais travada, mais tímida. Eu tive que sair totalmente da minha zona de conforto e agora eu me solto. No começo foi bem difícil, bem difícil mesmo. Eu me sentia muito desengonçada e achava que eu não podia. Teve vezes que eu queria de verdade desistir daquilo, porque dançar, pra mim, era péssimo - disse Julia.

— Quando a gente conseguiu fazer a série, fomos pra Copa do Mundo e furou a bolha, todo mundo saiu falando disso. Eu fiquei pensando: "que acerto!", fiquei muito orgulhoso da gente ter conseguido chegar em uma coisa que realmente funcionasse e orgulhoso dela estar conseguindo enfrentar essa barreira, que não foi fácil. A gente ainda tá aprimorando a série, chegando num ponto ideal, mas acho que agora a gente já tá com ela mais amadurecida - contou Walmy.

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O treinador de Julia Coutinho também falou sobre a responsabilidade que as ginastas brasileiras carregam no solo, aparelho mais forte da jovem. O país construiu uma tradição em história que passa pela medalha de prata de Daniele Hypólito no Mundial de 2001, pelo icônico "Brasileirinho" de Daiane dos Santos e pelo ouro olímpico de Rebeca Andrade, ao som de funk.

— O Brasil hoje é referência na parte artística, mundialmente. Quando o Brasil chega pra fazer solo, já existe uma expectativa em cima disso, porque já se sabe que o nosso artístico é bom, sabe que é uma coisa culturalmente forte, a Rebeca levando funk, a Daiane com o Brasileirinho... Então a ideia era essa, uma coisa que fosse a cara do Brasil, que chegasse internacionalmente e as pessoas reconhecessem a força que é o solo do Brasil - explicou.

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Julia Coutinho é atleta do Flamengo
Julia Coutinho é atleta do Flamengo (Foto: Confederação Brasileira de Ginástica CBG)

Referências e futuro

Atleta do Flamengo, Julia Coutinho tem como companheiras de clube as medalhistas olímpicas Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Lorrane Oliveira e Jade Barbosa, grandes referências do esporte. A jovem falou sobre a convivência com atletas que admira e sobre as trocas com as mais experientes.

— É incrível, a gente se inspira muito nelas. A nossa convivência com elas é muito legal porque elas vão nos ensinando também, vão dando dicas de ginástica, de vida também, é muito incrível. Antigamente eu ficava com mais vergonha, agora eu já tô me acostumando - contou.

Convocada para a Copa do Mundo da Hungria, que acontece entre os dias 26 a 28 de setembro, Julia Coutinho segue, ao lado da delegação brasileira, direto para Doha, onde a seleção fará a aclimatação e preparação para o Mundial de Ginástica Artística, principal competição deste início de ciclo olímpico. Ao pensar em futuro, Julia prefere dar passos pequenos e não pensar muito adiante.

— Na nossa reta final de preparação, a gente tá limpando tudo o que podemos limpar das minhas séries e eu espero fazer o meu melhor. O que vier, é consequência. Eu prefiro assim, pensar um passo de cada vez, pra não me deixar ansiosa - finalizou.

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