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Lance! Olímpico: Ana Sátila dribla problema de saúde e quase desistência por quinta Olimpíada

Brasileira viveu temporada desafiadora após Paris

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Beatriz Pinheiro
São Paulo (SP)
Dia 31/10/2025
16:00
Brasileira terminou a final do caiaque individual em sétimo lugar
imagem cameraAna Sátila na disputa do Mundial de canoagem slalom (Foto: Divulgação/ CBCa)

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O ciclo olímpico rumo aos Jogos de Los Angeles 2028 já começou. Por isso, o Lance! traz, toda sexta-feira, um perfil com atletas de destaque no esporte olímpico, que podem brilhar ao longo dos próximos anos. Desta vez, o destaque é para Ana Sátila, que driblou um problema de saúde na temporada pós-Paris para buscar duas medalhas no Mundial de Canoagem Slalom.

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Reconhecida e transformada em meme durante os Jogos Olímpicos de 2024 como incansável, Ana Sátila tirou uma pausa forçada na atual temporada. No início de junho, ela sofreu com fortes dores abdominais causadas por uma pedra na vesícula, e passou cinco dias internada na Espanha. O problema a tirou das três primeiras etapas da Copa do Mundo de canoagem slalom.

— Eu não sabia como era esse processo de cirurgia, lesão… Foi a primeira vez na minha carreira que eu deixei de competir. E eu odiei aquela sensação de ficar em casa, assistir todo mundo. Quando eu tive essa crise, esse ano, eu fiquei mentalmente abalada, porque eu amo aquilo ali, quando eu treino, é pensando na competição, em me divertir e chegar o mais preparada possível. Eu fiz toda a preparação, até o finalzinho e, faltando dois ou três dias pra competição começar, foi onde eu senti aquela crise. Quando eu senti isso, pensei: "ferrou, acabou" - conta.

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Em conjunto com a equipe médica da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) e do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Ana Sátila optou por fazer a cirurgia para retirada da vesícula após o Mundial da modalidade, realizado no início de outubro. A atleta relatou que ainda sentia o incômodo durante a Copa do Mundo da Alemanha, em setembro, de onde saiu com uma prata, e durante o Mundial, onde conquistou dois bronzes.

O procedimento foi realizado no dia 15 de outubro e, apesar de ainda não ter completado o período de um mês recomendado para o retorno às atividades físicas, Ana Sátila reforçou seu lado "trabalhador" e admitiu a ansiedade para voltar para a água.

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— Eu poderia voltar a treinar agora, eu quero treinar agora, mas eu sei que tem que esperar realmente a recuperação. Eu incomodo todo mundo, na verdade, porque eu tô me sentindo muito bem. Por fora, eu sei que eu tô quase 100%, mas por dentro que é o negócio, a gente tem que esperar o tempo que o médico pediu, de mais ou menos um mês. Mas semana que vem eu já consigo voltar bem de leve, uma bike, um exercício que não atrapalha em nada e fazendo essa consulta com os médicos pra eles me liberarem pra voltar a remar - contou.

Ana Sátila voltou ao pódio no Mundial de Canoagem Slalom
Ana Sátila voltou ao pódio no Mundial de Canoagem Slalom (Foto: Divulgação/ CBCa)

'Pensei em parar de remar'

Ana Sátila já soma quatro Olimpíadas no currículo. A estreia aconteceu nos Jogos de Londres 2012, quando ainda tinha 16 anos e, segundo a própria atleta, sem saber muito bem o que estava fazendo. Quatro anos mais tarde, chegou aos Jogos do Rio 2016 no top-5 do ranking mundial da modalidade, com chances reais de medalha. Porém, o fator casa, que poderia ter sido um incentivo a mais, acabou se tornando uma pressão maior do que a canoísta podia suportar na época.

— Eu tinha zero preparo mental pra suportar aquela expectativa, foi uma competição muito desafiadora e eu cheguei a pensar em parar de remar. Foi uma dor muito imensa, porque eu treinava todos os dias pensando naquela medalha nas Olimpíadas em casa, visualizando meus pais ali torcendo, porque as competições são todas fora. Aquilo me mudou muito - relembrou.

Contando com o suporte de amigos e pessoas próximas, Ana desistiu de abandonar o esporte e seguiu para mais um ciclo olímpico desafiador, atravessado pela pandemia da covid-19. Em Tóquio, em 2021, se tornou a primeira mulher brasileira a avançar para uma final olímpica da canoagem slalom. No ciclo seguinte, em Paris, deu um passo adiante, com o quarto lugar no caiaque.

— Até Paris, parecia que eu tinha que fazer muita coisa pra chegar. Agora parece um caminho mais simples, que a gente já descobriu, já desbravou, e agora falta um detalhe que a gente vai trabalhar nesse ciclo. É claro que estou focada 100% em Los Angeles e é por isso que essa temporada foi tão difícil pra mim, por não ter conseguido seguir exatamente o planejamento, mas o resultado final tá na linha do que o nosso planejamento pedia. Me superei diversas vezes e isso muda algo muito grande dentro de mim - finalizou.

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