Lauter no Lance!: e, como prometido, recordes mundiais caíram, melhores marcas do ano também
Mas, e o mundo da bola? E o Tour? Mande notícias do mundo de lá!

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E tudo isso aconteceu na pacata Eugene, lá no Oregon, quase dentro do Canadá, a caminho do Alasca. Eu avisei! O Hayward Field, estádio onde aconteceu a etapa, em homenagem a Steve Prefontaine, corredor que desafiava tudo e todos, inclusive o biotipo de fundista, pela compleição física mais forte e menos leve, e colecionava recordes, entre os 1500 e 5 mil metros, morto aos 24 anos, por conta de um acidente automobilístico, com seu icônico MG vermelho conversível, em alta velocidade.
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Prefontaine era veloz e pilotava velozmente seu MG. Sua vida passou rápido demais. As competições escolares, a vida universitária e o início das quebras de recordes mundiais, a maioria lá em seu quintal, o Hayward Field. E a Diamond League de sábado passado, em sua 50ª edição, todas em sua homenagem, priorizou as distâncias de meio fundo e fundo. Dos 1500, passando pela milha, sofrendo nos 3 mil c/ obstáculos e as gigantes 5 e 10 mil metros. Todas amigas íntimas de Pre**!
Abriram algumas honrosas exceções, com belas provas de campo, como a tímida vitória de Duplantis no salto com vara, cravando ínfimos 6 metros, ou os duelos épicos de lançamentos e arremessos. E o que dizer da disputa insana do salto em distância feminino, com uma marca digna de ouro olímpico, 7,07m. E assim foi, uma chuva de recordes, mundiais, da competição, melhores marcas mundiais e recordes da Diamond League, em quase todas as provas, na pista e no campo. Meus olhinhos míopes se fartaram de ver tantos resultados espetaculares!
E a prova dos Tenores, os 400 c/ barreiras, que teve a presença de dois deles, o nosso Alison Piu e o atual líder do ranking mundial e campeão olímpico, Rai Benjamin, com uma vitória convincente de Piu, em 46:65, num duelo de grandes, que foram se revezando na liderança à cada passagem de barreiras, até os últimos 50 metros finais, quando Piu usou e abusou de sua forte chegada e venceu Rai pela primeira vez este ano. Warholm que se cuide, estes dois tenores estão assombrando plateias.
E o que dizer das duas provas extremas: a mais curta feminina, e a mais longa masculina, que concentraram grandes atletas, nos proporcionando duelos absurdos:
- nos 100 metros, a adolescente campeã olímpica, Julien Alfred, de Santa Lúcia, imbatível até então neste ano, foi batida pela anfitriã Melissa Wooden, líder do ranking mundial, numa disputa duríssima, que teve a diferença entre elas de míseros 2 centésimos de segundo, 10:75 e 10:77.
- e nos 10 mil metros, masculino, uma prova onde 10 atletas terminaram abaixo de 27’10” e 7 alucinados abaixo de 27 minutos!! E que teve como vencedor, outro adolescente de 18 anos, o etíope Biniam MEHARY (escrevo o nome completo do sujeitinho, para que o guardemos, em breve ele será lenda), com o tempaço de 26:43, a melhor marca do mundo, no ano.
Recordes mundiais
Mas, e os recordes mundiais, tão propalados, vieram? Claro! E justamente de onde deviam vir, de duas mulheres africanas, mais especificamente, do Quênia:
Nos 5 mil metros - Beatrice Chebet voa nas 12 voltas e meia, e, pela primeira vez, uma mulher corre os 5 mil metros abaixo dos 14 minutos, cravando impensáveis 13:58 (ATENÇÃO, este ano, apenas dois brasileiros, HOMENS, conseguiram baixar os 14 minutos nos 5 mil metros!!!). O único adversário difícil no sábado para Chebet, foi o tempo. Mas mesmo assim, ela o venceu!
Nos 1500 metros - um pouco mais de uma hora depois do recorde mundial de Chebet, sua compatriota, Faith Kipyegon, destruiu mais um tabu, baixou o tempo de 3’50 nesta distância. Pela segunda vez o intangível foi profanado, foi pulverizado. Kipyegon quebrou tudo, adversárias de alto nível, e a marca emblemática de SUB 4 nos 1500.
Três distâncias icônicas, preferidas de Prefontaine, que foram as grandes provas deste PRE Classic número 50. Não existia forma melhor de celebrar os 50 anos de quando Steve Prefontaine ganhou a eternidade. Dois recordes mundiais quebrados, e um 10 mil onde um bando de velozes fundistas deram o máximo de seus corpos e almas. Em algum lugar, um bigodudo de cabelos esvoaçantes, sorriu agradecido!
Quanto ao mundo da bola…
Daqui a alguns minutos começa a disputa da rodada semifinal do Mundial de Clubes. São 3 times europeus, cisnes gigantes e belos, e “apenas um rapaz latino-americano…”, um feio patinho tricolor, representando as Américas! Viemos de longe e fomos longe também, até aqui. Hoje o Brasil e as Américas, todas, vestem um manto tricolor, um bando louco da cabeça, mas não doente do pé! Avante, tricolores!
E o Tour de France, mande notícias!
O Tour é assim, vai esquentando a cada semana, progredindo, sendo construído.
Balela, desde a primeira etapa, em Lille, lá no norte, os ciclistas mandaram às favas a cautela e torceram os cabos, quebraram o pau! A etapa de hoje, apenas a quarta, foi infernalmente deliciosa! Quedas, fugas em sequência e o domínio do gigante entre os grandes. Tadej Pogačar acaba de vestir a “amarelinha” e promete não tirar tão cedo. Vale à pena acompanhar, seja da TV francesa, na ESPN (que faz diariamente um resumão, e passa no fim do dia, e ao vivo pela manhã), ou no YouTube, em vários canais. É espetacular, pela disputa, pelas belezas naturais e arquitetônicas e pelos dramas de uma prova que desafia o humano, nos seus mais de 3400 quilômetros de distância. Imperdível!!
Que dias loucos da cabeça! Continuemos!
Nos vemos de novo na coluna de sexta!
Lauter Nogueira
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