Como o psicológico afeta o desempenho em quadra? Entenda o caso de Bia Haddad
João Fonseca e Seleção Brasileira de vôlei também foram temas da conversa

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A número 1 do Brasil e 33ª do ranking feminino de tênis, Beatriz Haddad Maia, anunciou na manhã desta segunda-feira (22) o fim antecipado da temporada 2024/25. A equipe do Lance! conversou com a psicóloga esportiva Taís Trevizan de Morais sobre como o fator psicológico de um atleta de alto rendimento pode influenciar sua performance em quadra. Além da tenista, também foram abordados a ascensão de João Fonseca e a eliminação do Brasil no Mundial de vôlei masculino.
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— Na psicologia do esporte, o atleta precisa estar focado em quatro aspectos: tático, técnico, físico e o psicológico. É necessário esse trabalho interdisciplinar porque geralmente o que afeta o desempenho é essa dificuldade de concentração. Então, ele não consegue se concentrar porque está lidando com as suas emoções, não sabe o que fazer com elas, não sabe para onde direcionar a atenção, a respiração, não sabe como se regular — comentou.
Após ser eliminada nas quartas de final do SP Open, a brasileira Bia Haddad viajou para a Coreia do Sul para disputar o WTA 500 de Seul. Nas duas partidas do torneio, a tenista apresentou sintomas como tremores e dificuldade para respirar, o que a levou a uma derrota e a uma reflexão sobre a pressão psicológica no esporte.
— É muita pressão vindo de todos os lados. É a única brasileira na classificação mundial do tênis, então a pressão é alta e ela não sabe lidar. Toda vez que ela se deixa levar pelo que está na cabeça dela. Também pode ser o fato de como o esporte foi construído na vida dela, qual é a motivação dela para ela estar ali. Para a Bia, é muito difícil estar lá. — disse a psicóloga.

No caso de João Fonseca, o jovem de 18 anos vive o melhor momento da carreira, com vitórias importantes sobre grandes nomes do tênis. O carioca apresenta uma postura diferente da de Bia Haddad Maia quando está em um momento delicado durante uma partida. A psicóloga Thaís Trevizan de Moraes comentou sobre o possível motivo para essa diferença de comportamento.
— A relação com o esporte e com os técnicos, provavelmente, foi diferente. Porque se uma pessoa sabe lidar com essas emoções, é porque teve uma preparação anterior. A questão da motivação e como ela enxerga o esporte pode ser muito diferente do que a da Bia, devido à história de vida dela. Ao que ela já passou. Então, acho que tem muito a ver com isso, com essa preparação feita desde o início, pensando em um ambiente que não seja tão coercitivo e tão aversivo. Eu sinto que o João respira para estar ali em quadra — completou.
Eliminação da Seleção Brasileira no Mundial de vôlei masculino
A Seleção Brasileira masculina de vôlei foi eliminada do Mundial ainda na fase de grupos, terminando na 17ª posição — a pior colocação do país na história do campeonato. A equipe precisava vencer apenas um set para avançar, mas minutos antes da partida decisiva, o técnico Bernardinho recebeu a notícia do falecimento de sua mãe no Brasil.
— Bernardinho sempre foi conhecido por sua intensa emocionalidade e ficou desestabilizado, com dificuldade de concentração, de se manter em quadra e de manter a compostura. Depois que você analisa tudo o que aconteceu, você vira a página e recomeça de novo — comentou a central Thaísa.
No esporte coletivo, o trabalho psicológico é diferente do individual. A coesão grupal se dá quando todos estão alinhados com o mesmo objetivo e o grupo tem uma cultura forte, onde todos estão alinhados com os valores dessa cultura. O trabalho se direciona para isso, não, por exemplo, para o início do atleta no esporte.
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