‘Gratidão ao MMA brasileiro’ motiva vinda do LFA ao Brasil, diz Ed Soares; veja os planos da organização

Evento que mais exporta lutadores para o Bellator e o UFC no mundo, o norte-americano LFA: Legacy Fighting Alliance anunciou oficialmente sua vinda para o Brasil e Ed Soares, CEO da organização, revelou os planos da companhia com a vinda para o país; veja a entrevista

(Foto: Reprodução)
Ed Soares, CEO do LFA, falou sobre os planos da organização no Brasil (Foto: USA Today Sports)

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Evento que mais exporta lutadores para o Bellator e o UFC no mundo, o norte-americano LFA (Legacy Fighting Alliance) anunciou oficialmente sua vinda para o Brasil. Embora a pandemia tenha impedido a realização de uma edição no primeiro semestre de 2021, o plano da organização é estrear em solo tupiniquim no mês de julho. CEO fundador da companhia e empresário de inúmeros atletas da elite do MMA mundial, Ed Soares revelou alguns planos da empresa e os motivos que a trouxeram para o país.

- Eu sou muito grato ao MMA brasileiro por tudo o que ele fez para mim, e trazendo o LFA para cá, eu quero reacender o cenário nacional, dar uma vitrine para motivar ainda mais os atletas que estão aqui. Quero que o LFA seja a vitrine para apresentar esses atletas para o mundo. Quero trazer as oportunidades de volta ao Brasil, porque atletas de alto nível não faltam, só que, infelizmente, nem todos têm oportunidade de mostrar o trabalho. A gente vai ajudar ao Bellator e ao Ultimate a verem que são os melhores atletas do Brasil - afirma.

Somente no ano passado, mesmo em meio à pandemia, o LFA realizou 16 eventos nas mais variadas regiões dos EUA, mandou 48 lutadores para o UFC e 18 para o Bellator. Os planos para o Brasil não são muito diferentes. Ed Soares projeta realizar quatro edições em 2021 e, a partir do próximo ano, entre seis e 10. Mais do que aumentar o número de lutadores brasileiros no radar das maiores organizações de MMA do mundo, o empresário garante que vai pagar bolsas próximas a das edições norte-americanas.

- O pensamento é valorizar mais os atletas. Vamos pagar os valores que pagamos nos EUA. Esse valor convertido em real acaba sendo um dinheiro melhor do que as bolsas costumam ser por aqui. A principal coisa que eu sinto quando converso com atletas é que eles se sentem desvalorizados pelos eventos. Eu quero trazer um respeito, reviver o MMA brasileiro, eu devo isso para o MMA do Brasil por tudo o que eu conquistei através dele. É uma espécie de devolução - destaca.

Confira abaixo o bate-papo completo com o CEO do LFA:

– Como surgiu a ideia de trazer o LFA para o Brasil?

Eu sou muito grato ao MMA brasileiro por tudo o que ele fez para mim, e trazendo o LFA para cá, eu quero reacender o cenário nacional, dar uma vitrine para motivar ainda mais os atletas que estão aqui. Quero que o LFA seja a vitrine para apresentar esses atletas para o mundo. Quero trazer as oportunidades de volta ao Brasil, porque atletas de alto nível não faltam, só que, infelizmente, nem todos têm oportunidade de mostrar o trabalho. A gente vai ajudar ao Bellator e ao Ultimate a verem que são os melhores atletas do Brasil

– Quais os planos para o LFA no Brasil? Fazer uma edição pontual ou fixar um calendário regular?

Eu converso com vários atletas daqui e vejo que, infelizmente, no Brasil não tem oportunidade suficiente para a quantidade de talentos que tem, especialmente neste momento de pandemia, no qual nem podendo viajar muitos deles estão, o que limita ainda mais as oportunidades. Comecei a pensar: por que o Brasil não tem tantos campeões morando aqui como antes? A gente vê que quando começam a ganhar dinheiro, muitos deles saem daqui para morar fora. Isso não pode. O Brasil é a meca, é onde tudo começou.

– O mercado de lutas no Brasil não é tão desenvolvido quanto nos EUA. O que a expertise do LFA pode contribuir para a evolução do mercado brasileiro?

O pensamento é valorizar mais os atletas. Vamos pagar os valores que pagamos nos EUA. Esse valor convertido em real acaba sendo um dinheiro melhor do que as bolsas costumam ser por aqui. A principal coisa que eu sinto quando converso com atletas é que eles se sentem desvalorizados pelos eventos. Eu quero trazer um respeito, reviver o MMA brasileiro, eu devo isso para o MMA do Brasil por tudo o que eu conquistei através dele. É uma espécie de devolução. Vejo as pessoas dizerem que a vinda para o Brasil vai ser ótima para o LFA por conta do câmbio. Mas não é isso, não.Eu não quero mão de obra barata, é o contrário, eu quero valorizar os atletas. Essa é a minha maior mensagem. Quero que os atletas sejam tratados como eles merecem ser tratados.

– A ideia é promover um card de lutas entre brasileiros ou vai mesclar, trazendo estrangeiros para lutarem aqui?

Por conta da pandemia, limitações de viagens, a gente vai dar todas as oportunidades para atletas brasileiros. Eu até me sentiria mal trazendo atletas de fora, onde tem várias oportunidades, para tomar vagas de atletas brasileiros que tanto precisam de chances. Tem a parte chata, que é a luta entre brasileiros, mas eu me sinto mais confortável com isso do que trazer estrangeiros para consumir vagas daqui.

– Hoje o LFA é o campeão de audiência no Fight Pass. Quais os planos globais do LFA?

Somos a organização mais parceira dos atletas no mundo. Não existe no mundo um evento que apoia os atletas mais que a gente. Eu sou promotor com cabeça de empresário de atleta. A maioria dos promotores pensam na promoção, eu realmente penso no atleta primeiro. Você pode assinar um contrato de 50 lutas com o LFA, sequer estrear ou fazer uma luta, que mesmo assim, se aparecer uma oportunidade melhor, a gente vai te liberar. Eu não quero amarrar nenhum atleta, eu estou aqui para ajudá-los. O que mais me faz feliz é vê-los seguir a carreira. Se um atleta de sucesso é uma parede feita de vários tijolos, eu quero que o LFA seja um, dois ou três tijolos que compõem esse sucesso.

– Existe alguma previsão de data e local para a primeira edição do LFA no Brasil? Sei que há negociações para o Rio de Janeiro e Búzios. Existe alguma outra cidade ou estado no pleito?

Estamos programando dois eventos em julho. Pretendemos terminar o ano com quatro eventos no Brasil e, ano que vem, aumentar esse número para seis a 10 eventos. A princípio, vamos realizá-los na Upper Arena, no Rio. Tive uma reunião ótima mês passado com o prefeito de Búzios. Ele gostou muito da ideia de fazer um LFA lá. Eu amo Búzios, então seria uma honra fazer uma edição lá.

– A que você credita o sucesso do LFA?

Eu garanto que em toda edição do LFA você vai ver pelo menos quatro atletas que em breve estarão brilhando no UFC ou no Bellator. É uma garantia. Assistindo ao LFA, você está assistindo o início da carreira de futuros ídolos. É quase garantia: se você pega o cinturão do LFA, você está praticamente carimbando um contrato com Bellator ou UFC.

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