Quem foi Gilles Villeneuve, que dá nome ao circuito do GP do Canadá de F1
Piloto canadense foi um dos mais carismáticos e ousados da história da F1.

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Quando os pilotos alinham no Circuit Gilles Villeneuve em Montreal para o GP do Canadá, eles não correm apenas em um dos circuitos mais tradicionais do calendário da Fórmula 1 — correm também em um traçado carregado de emoção e história. O nome do circuito homenageia Gilles Villeneuve, o maior ídolo do automobilismo canadense, cuja carreira breve e intensa deixou uma marca indelével no esporte. O Lance! te conta quem foi Gilles Villeneuve.
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Ícone da ousadia e da pilotagem visceral, Villeneuve encantou fãs ao redor do mundo entre 1977 e 1982, período em que disputou 67 GPs pela McLaren e, principalmente, pela Ferrari. Embora não tenha conquistado um título mundial, acumulou 6 vitórias, 13 pódios, 2 poles e algumas das corridas mais memoráveis da F1.
Quem foi Gilles Villeneuve
Início de vida e primeiras corridas
Joseph Gilles Henri Villeneuve nasceu em 18 de janeiro de 1950, em Saint-Jean-sur-Richelieu, Quebec, e cresceu na pequena cidade de Berthierville. Desde cedo, mostrou talento e paixão por velocidade. Começou em corridas de snowmobile, modalidade em que foi campeão mundial em 1974, e que ele creditava por ter aprimorado seus reflexos e controle em condições adversas — algo que se veria mais tarde na F1, sobretudo em pistas molhadas.
Com o apoio da família e muito esforço pessoal, Gilles progrediu nas categorias de base. Foi campeão regional de Fórmula Ford em 1973 e brilhou na Fórmula Atlantic, vencendo os campeonatos canadense e americano em 1976. Sua reputação cresceu rapidamente e, em 1976, bateu estrelas da F1 como James Hunt em uma prova extracampeonato em Trois-Rivières, o que lhe abriu as portas da categoria máxima.
Chegada à Fórmula 1 de Villeneuve
Villeneuve estreou na F1 em 1977, convidado pela McLaren para o GP da Grã-Bretanha. Mesmo com um carro antigo, impressionou ao se classificar em nono e ganhar elogios da imprensa britânica. No entanto, não foi mantido pela equipe para o ano seguinte.
O destino interveio. Enzo Ferrari, impressionado por seu estilo agressivo e talento puro, o contratou para a Ferrari no final de 1977, após a saída de Niki Lauda. Assim começava uma das mais emblemáticas relações entre piloto e equipe na história da F1.
A ascensão com a Ferrari
Após um ano de aprendizado em 1978, que culminou com sua primeira vitória justamente no GP do Canadá, em Montreal, Villeneuve explodiu em 1979. Ao lado do sul-africano Jody Scheckter, travou uma temporada memorável.
Nesse ano, Villeneuve conquistou 3 vitórias e protagonizou momentos lendários, como o duelo de rodas com René Arnoux no GP da França, considerado um dos maiores da história da F1. Embora tenha terminado como vice-campeão, quatro pontos atrás de Scheckter, Gilles conquistou definitivamente os corações da torcida ferrarista e de fãs ao redor do mundo.
Estilo de pilotagem
Villeneuve era adorado não só pelo carisma fora das pistas, mas pelo seu estilo arrojado, quase inconsequente. Ele pilotava sempre no limite, fosse em treinos ou corridas, independentemente da posição ou do carro que tivesse em mãos.
Cenas icônicas incluem sua tentativa de levar a Ferrari de volta aos boxes em Zandvoort 1979, com apenas três rodas, e sua vitória em Jarama 1981, onde segurou um pelotão de carros mais rápidos com técnica e garra impressionantes.
Suas habilidades em pista molhada, forjadas nas corridas de snowmobile, também eram lendárias.
Tragédia em Zolder
O ano de 1982 prometia ser o de consagração para Villeneuve, com uma Ferrari finalmente competitiva. Mas um episódio polêmico no GP de San Marino, em que se sentiu traído pelo companheiro Didier Pironi, abalou seu ânimo.
Poucas semanas depois, durante o treino classificatório para o GP da Bélgica em Zolder, Villeneuve colidiu violentamente com o carro de Jochen Mass a mais de 200 km/h. O impacto foi devastador, e Gilles morreu aos 32 anos, deixando a F1 e seus fãs em estado de choque.
Legado: quem foi Gilles Villeneuve?
Embora sua carreira tenha sido curta, Villeneuve permanece como um dos pilotos mais admirados da história da F1. Sua postura sempre honesta, lealdade à equipe e ousadia nas pistas moldaram uma lenda.
Após sua morte, o circuito de Montreal foi renomeado como Circuit Gilles Villeneuve, em sua homenagem. É lá que a F1 celebra sua memória a cada GP do Canadá, com uma faixa escrita “Salut Gilles” eternizada na linha de chegada.
Além disso, seu filho Jacques Villeneuve deu continuidade ao legado da família ao conquistar o título mundial de F1 em 1997, tornando-se o primeiro e único canadense campeão da categoria.
Villeneuve é também membro do Canadian Motorsport Hall of Fame e do Canada’s Sports Hall of Fame, e permanece como um símbolo de paixão pelo automobilismo.
Um espírito que nunca envelhece
Décadas após sua morte, a imagem de Gilles Villeneuve continua a emocionar os fãs. Ele representa a essência do automobilismo puro, onde a vontade de acelerar e o amor pelo esporte superavam qualquer cálculo estratégico.
Gilles Villeneuve não foi apenas um piloto rápido — foi um ícone de coragem, autenticidade e espetáculo, qualidades que, até hoje, fazem do GP do Canadá uma corrida carregada de emoção e reverência.
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