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Palmeiras 0 x 4 Santos no Brasileirão 1974; veterano Pelé brilha no Parque Antarctica

Com grande atuação de Pelé, Santos goleia o Palmeiras, em clássico de 1974.

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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 06/11/2025
07:45
Pelé - Santos
imagem cameraPelé celebra com os companheiros após marcar na goleada do Santos por 4 a 0 sobre o Palmeiras, no Parque Antártica, em 1974. (Foto: Divulgação / Santos FC)

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Santos goleou o Palmeiras por 4 a 0 em 20 de abril de 1974, com gols de Brecha, Nenê, Pelé e Fernandinho.
Pelé teve uma atuação magistral, marcando um gol e participando diretamente de outros na partida.
A vitória simbolizou a força do Santos, mesmo em transição, e expôs fragilidades do Palmeiras em reformulação.
Resumo supervisionado pelo jornalista!

No sábado, 20 de abril de 1974, o Parque Antártica — hoje Allianz Parque — foi palco de uma das maiores atuações de Pelé em seus últimos meses com a camisa do Santos Futebol Clube. Em duelo válido pela 9ª rodada do Grupo B do Campeonato Nacional de Clubes, o Peixe goleou o Palmeiras por 4 a 0, com uma exibição magistral do Rei do Futebol e uma atuação coletiva que simbolizou o poder do Santos mesmo em fase de transição. O Lance! relembra Palmeiras 0 x 4 Santos no Brasileirão 1974.

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O confronto, que reunia duas potências da época, colocava frente a frente o Palmeiras de Dudu, base da "Academia" bicampeã nacional, e o Santos de Pelé, que vivia seus últimos meses antes da despedida oficial, marcada para outubro daquele ano. O que se viu no gramado, porém, foi um massacre técnico e tático.

Com gols de Brecha, Nenê, Pelé e Fernandinho, o Santos deu uma aula de futebol e calou o estádio palestrino, impondo uma das derrotas mais duras do Palmeiras na década de 1970.

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Palmeiras 0 x 4 Santos no Brasileirão 1974

Primeiro tempo: Santos arrasador e Pelé como maestro

Logo nos primeiros minutos, o Santos mostrou que estava disposto a dominar. Com Mazinho e Nelsi Morais organizando o meio-campo, o time de Pelé controlava a posse e encontrava espaços na defesa alviverde.

Aos 10 minutos, o argentino Brecha abriu o placar, aproveitando passe preciso do próprio Pelé. O gol refletia o domínio tático do Santos, que mantinha linhas adiantadas e pressionava a saída palmeirense.

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Pouco depois, aos 20 minutos, Nenê ampliou em belo chute de fora da área: 2 a 0. O Palmeiras, atordoado, tentava reagir com Edu Bala e Nei, mas esbarrava na segurança do goleiro argentino Agustín Cejas e na firmeza de Zé Carlos e Vicente na zaga.

A "Academia" de Dudu e Leivinha vivia um momento de reformulação, e a diferença de ritmo era evidente. O primeiro tempo terminou com vaias da torcida alviverde e aplausos irônicos ao toque refinado do Santos.

Segundo tempo: Pelé dá show e comanda o baile do Santos

O segundo tempo foi um espetáculo à parte. Pelé, já com 33 anos, mostrou toda a sua genialidade. Aos 54 minutos, após receber de Mazinho, o Rei dominou, driblou Sérgio e tocou com a perna direita para o fundo do gol, marcando o terceiro e transformando o jogo em show.

Foi um lance que representou toda a elegância e precisão que o mundo conhecia. A torcida palmeirense, mesmo contrariada, aplaudiu. Era o respeito inevitável ao maior jogador da história.

Com o placar encaminhado, o Santos administrou o ritmo, trocando passes com tranquilidade. Aos 83 minutos, Fernandinho fechou a goleada com um chute rasteiro no canto esquerdo, após jogada coletiva que envolveu quase todo o ataque santista.

O 4 a 0 refletiu o domínio total do Peixe — em posse, finalizações e postura. A equipe de Pelé e Brecha jogava com leveza, inteligência e uma sintonia que parecia natural, mesmo sem as grandes estrelas da era de ouro dos anos 1960.

Pelé: o Rei em seus últimos capítulos no Brasil

O clássico contra o Palmeiras foi uma das últimas grandes exibições de Pelé antes de sua despedida do futebol brasileiro. Naquele 1974, o Santos ainda dependia de seu talento e liderança, e o Rei, mesmo com o físico já administrado, seguia decisivo.

Além do gol, Pelé participou diretamente das jogadas de três dos quatro tentos do Santos. Sua movimentação entre as linhas confundia a marcação palmeirense e abria espaços para Brecha e Nenê.

A imprensa da época destacou a atuação como "uma aula de arte e técnica". O jornal A Gazeta Esportiva estampou no dia seguinte:

"Pelé, mesmo no crepúsculo da carreira, segue o maior espetáculo do futebol."

Meses depois, em outubro, o Rei faria sua despedida oficial do Santos diante da Ponte Preta, encerrando uma era gloriosa.

O contexto do clássico e o contraste entre gerações

O confronto de 1974 também representou o encontro entre duas filosofias distintas. O Palmeiras, sob a liderança de Dudu, ainda carregava a herança da "Academia" dos anos 70, que priorizava posse de bola e jogo técnico. Já o Santos, mesmo renovado, manteve a essência ofensiva, buscando o ataque em velocidade e triangulações curtas.

O resultado mostrou o impacto da continuidade do estilo santista. O time de Vanderlei Luxemburgo, então jogador do Peixe, ainda mantinha o DNA da equipe multicampeã que encantara o mundo na década anterior.

A repercussão da vitória do Santos

A goleada de 4 a 0 teve grande repercussão na imprensa e no imaginário dos torcedores. Para o Santos, foi um símbolo de vitalidade — uma lembrança de que, mesmo após o auge dos anos 1960, o clube seguia competitivo e capaz de feitos grandiosos.

Para o Palmeiras, a derrota serviu como alerta. O time ainda se recuperava das mudanças no elenco e no comando técnico, e o resultado expôs fragilidades defensivas e falta de entrosamento.

Mas, acima de tudo, aquele sábado ficou eternizado por mais uma exibição do Rei. O gol de Pelé e sua atuação diante de um rival histórico no Palestra Itália foram um dos últimos grandes capítulos da sua trajetória em gramados brasileiros.

Ficha técnica - Palmeiras 0 x 4 Santos no Brasileirão 1974

Data: Sábado, 20 de abril de 1974 – 17h00
Local: Estádio Palestra Itália (Parque Antártica), São Paulo (SP)
Competição: Campeonato Nacional de Clubes – 1ª Fase, Grupo B, 9ª rodada

Gols: Brecha (10'), Nenê (20'), Pelé (54'), Fernandinho (83')

Palmeiras: Sérgio; João Carlos, Polaco, Jair Gonçalves e Zeca; Celsinho, Eurico, Dudu e Careca; Nei e Edu Bala. Técnico: Valdir de Moraes

Santos: Agustín Cejas; Bianchi, Zé Carlos, Vicente e Hermes; Nelsi Morais, Mazinho e Brecha; Nenê, Pelé e Fernandinho. Técnico: Pepe

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