Copa de 1990: o dia em que a Alemanha bateu a Argentina de Maradona
8 de julho marca os 35 anos da final entre Alemanha e Argentina

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A final da Copa do Mundo de 1990, disputada no Estádio Olímpico de Roma, reuniu os dois protagonistas da edição anterior: Alemanha Ocidental e Argentina. Quatro anos antes, em 1986, Maradona havia conduzido os argentinos a um título memorável no México. Na Itália, o reencontro foi marcado por uma atmosfera de revanche e tensão. A equipe alemã, mais regular e estruturada ao longo do torneio, enfrentou uma seleção argentina combalida, sem brilho ofensivo e repleta de ausências por lesão e suspensão. Relembre a decisão da Copa de 1990 entre Alemanha x Argentina.
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A Copa de 1990 não ficou marcada pelo espetáculo técnico, mas sim pela intensidade física, marcação dura e placares apertados. Foi o Mundial com a menor média de gols até então, e a final refletiu exatamente esse padrão. De um lado, a Alemanha controlava o jogo com paciência e força coletiva. Do outro, a Argentina resistia como podia, apostando em sua tradição copeira e no talento isolado de Maradona, que atuava limitado fisicamente e sem o mesmo brilho de quatro anos antes.
A partida foi carregada de tensão. Com poucas chances claras de gol, o duelo caminhava para a prorrogação até que, aos 85 minutos, o árbitro assinalou um pênalti a favor da Alemanha. Andreas Brehme bateu com perfeição e decretou a vitória por 1 a 0. Com o apito final, a Alemanha Ocidental conquistou seu terceiro título mundial e encerrou a hegemonia momentânea da América do Sul no torneio. Foi também a última Copa antes da reunificação alemã, dando ao título um peso simbólico ainda maior.
A final em Roma da Copa de 1990: Alemanha 1 x 0 Argentina
O jogo decisivo aconteceu em 8 de julho de 1990 e teve público superior a 73 mil pessoas. A Alemanha Ocidental dominou a posse de bola desde o início e se posicionou com linhas adiantadas, forçando o recuo argentino. A Argentina, por sua vez, entrou em campo bastante desfalcada e com claras limitações físicas. Maradona jogou no sacrifício e pouco conseguiu produzir. Caniggia, outro nome decisivo em fases anteriores, estava suspenso. Com essas baixas, os argentinos adotaram uma postura defensiva extrema, praticamente abrindo mão do ataque.
Durante a maior parte do jogo, a Alemanha rondou a área adversária, mas encontrou dificuldades para furar a retranca. O goleiro Goycochea, que havia sido herói nas disputas por pênaltis nas fases anteriores, fazia uma partida segura. Porém, aos 85 minutos, em lance polêmico, o árbitro marcou um pênalti alegando falta de Sensini sobre Rudi Völler. Andreas Brehme foi para a cobrança e deslocou o goleiro, definindo o placar.
A partida também entrou para a história por ser a primeira final de Copa do Mundo com duas expulsões. Pedro Monzón foi o primeiro jogador da história a ser expulso em uma decisão, após entrada violenta em Klinsmann. Pouco depois, Gustavo Dezotti também recebeu o vermelho por falta dura em Kohler. Com dois a menos, a Argentina terminou o jogo com nove jogadores e sem forças para reagir.
A campanha da Alemanha até o título
A trajetória da Alemanha Ocidental na Copa de 1990 foi consistente e eficiente. Na fase de grupos, a equipe estreou goleando a Iugoslávia por 4 a 1 e depois venceu os Emirados Árabes por 5 a 1. Com um elenco experiente e liderado por jogadores como Matthäus, Brehme, Klinsmann e Völler, a seleção mostrou desde o início um futebol sólido e bem organizado.
Nas oitavas de final, derrotou a Holanda por 2 a 1 em jogo quente, marcado por provocações e clima de rivalidade. Nas quartas, passou pela Tchecoslováquia com uma vitória por 1 a 0. A semifinal foi um verdadeiro teste de nervos: empate por 1 a 1 contra a Inglaterra no tempo normal e vitória por 4 a 3 nos pênaltis. O goleiro Illgner brilhou, e Matthäus mostrou liderança ao converter sua cobrança com precisão.
A Alemanha chegou à final como favorita, tanto pela campanha quanto pelo desempenho técnico superior. Mesmo sem encantar, foi uma seleção extremamente eficiente, que soube controlar os jogos e aproveitar os momentos certos. O técnico Franz Beckenbauer, campeão como jogador em 1974, se tornou o segundo a conquistar o título também como treinador.
O fim da era Maradona e a nova fase do alemães
Para a Argentina, a derrota marcou o fim simbólico da era Maradona no topo do futebol mundial, já que, em 1994, ele foi pego no doping. Em 1986, ele havia encantado o planeta com uma campanha mágica, mas em 1990, apesar de sua liderança emocional, já não tinha o mesmo brilho físico. A seleção argentina, que chegou à final mais pela superação do que pelo desempenho técnico, saiu de campo derrotada, mas reconhecida por sua entrega e capacidade de competir mesmo nos momentos mais adversos.
Para a Alemanha, o título de 1990 representou o encerramento de um ciclo vitorioso e o início de uma nova era. Poucos meses depois, viria a reunificação do país, tornando o troféu ainda mais emblemático. A conquista reafirmou o papel da seleção alemã como uma das potências do futebol mundial e pavimentou o caminho para novos ciclos de sucesso nas décadas seguintes.
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