Conheça a origem do termo volante no futebol nacional
Sobrenome de um jogador argentino se transformou no nome da posição.

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No futebol brasileiro, o termo "volante" é usado para designar a posição do meio-campista que atua protegendo a defesa e organizando a saída de bola. Mas poucos sabem que esse nome curioso tem uma origem diretamente ligada a uma figura histórica: o jogador argentino Carlos Volante. Conheça a origem do termo volante no futebol.
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Conheça a origem do termo volante
Carlos Martín Volante, que brilhou em clubes brasileiros entre as décadas de 1930 e 1940, principalmente no Flamengo, ficou conhecido pela maneira aguerrida e estratégica com que atuava. Sua posição em campo exigia muita movimentação, marcação forte e participação ativa na construção das jogadas.
Com o tempo, o sobrenome "Volante" começou a ser associado à função que desempenhava. Os torcedores, jornalistas e comentaristas passaram a utilizar "volante" para se referir a jogadores que atuavam com características semelhantes: protegendo a defesa, articulando a transição entre a defesa e o ataque e circulando com liberdade pelo meio-campo. Assim, a expressão se consolidou no Brasil como o nome oficial para a posição de meio-campo defensivo.
O papel do volante dentro de campo
O volante é peça fundamental no esquema tático de qualquer equipe. Sua função vai além de apenas marcar os adversários. Ele é responsável por interceptar passes, proteger a linha defensiva, iniciar jogadas ofensivas e dar equilíbrio à equipe.
Tradicionalmente, o volante era visto apenas como um marcador. No entanto, com a evolução do futebol, a posição se tornou cada vez mais estratégica. Hoje, espera-se que o volante tenha excelente visão de jogo, capacidade de passe qualificado, boa leitura tática e resistência física para atuar em todas as faixas do campo.
Em muitos times modernos, a posição se desdobra em dois tipos principais:
- Primeiro volante: Focado na marcação, na proteção direta da defesa e na recuperação da bola.
- Segundo volante: Com características mais técnicas, auxiliando na construção ofensiva e na chegada ao ataque.
Essa evolução mostra como o futebol exige que o volante seja um jogador cada vez mais completo, dominando tanto os aspectos defensivos quanto os ofensivos.
Carlos Volante: de jogador a inspiração de uma posição
Carlos Volante foi mais do que um bom jogador; ele foi uma verdadeira referência de comportamento tático dentro de campo. Com sua inteligência, força física e espírito de liderança, marcou época no futebol brasileiro.
Após sua passagem como atleta, Volante também teve sucesso como treinador, dirigindo importantes clubes do Brasil e contribuindo ainda mais para a evolução tática do futebol nacional. Seu legado, porém, ultrapassa os troféus conquistados: está eternizado na própria linguagem do futebol brasileiro.
O fato de seu sobrenome ter se transformado em sinônimo de uma posição reflete o tamanho de sua influência. Sempre que um treinador instrui um jogador a atuar como volante, direta ou indiretamente está homenageando Carlos Volante e sua contribuição para a história do esporte no país.
A cultura do futebol e a adaptação dos termos
Assim como aconteceu com o "gol" — adaptação do inglês "goal" — o termo "volante" demonstra como o futebol brasileiro criou sua própria identidade linguística para descrever as funções em campo. Ao invés de adotar termos internacionais como "midfielder" ou "holding midfielder", o Brasil escolheu uma palavra própria, cheia de história e significado.
Isso mostra também a criatividade do torcedor e da imprensa esportiva no Brasil, que sempre buscaram formas originais e emotivas para traduzir a paixão pelo futebol em palavras únicas.
Além do volante, outros termos nasceram dessa cultura brasileira, como “ponta”, “camisa 10” e “falso 9”, reforçando o jeito especial que o país encontrou para contar a história do futebol em sua própria língua.
Muito mais do que uma posição
A história do termo “volante” no futebol brasileiro é uma homenagem involuntária, mas justa, a um jogador que marcou época. Carlos Volante, com seu estilo de jogo vibrante e sua inteligência tática, não apenas brilhou em campo, mas deixou um legado permanente na cultura do futebol do Brasil.
Hoje, o volante é visto como o motor do time, o jogador que equilibra defesa e ataque, e que muitas vezes passa despercebido pelos holofotes, mas que é absolutamente essencial para o sucesso de qualquer equipe.
Ao ouvir um treinador ou um torcedor mencionar a importância do volante, estamos celebrando não apenas uma função tática, mas também a memória de um jogador que, de maneira única, influenciou o vocabulário e a história do futebol brasileiro para sempre.
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