Mais de R$ 2 bilhões de receita em 2025: Flamengo pode se tornar o novo Bayern no Brasil?
Especialistas discutem após fala polêmica do CEO do Grêmio destinada ao clube carioca

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Em entrevista ao portal "Zero Hora", na última quarta-feira, o novo CEO do Grêmio, Alex Leitão, fez duras críticas à postura do Flamengo nos debates envolvendo os direitos comerciais do futebol brasileiro e acusou o campeão brasileiro de querer transformar o Brasileirão na Bundesliga, reforçando que o Rubro-Negro quer ter um papel dominante tal qual o Bayern de Munique no futebol alemão.
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— O que o presidente do Flamengo quer é que o Brasileirão se transforme em uma Bundesliga, onde o Flamengo seja o Bayern de Munique. De cada dez campeonatos, ele vai ganhar nove. Isso é o que ele quer, e é legítimo — declarou.
Em um retrospecto recente, o Flamengo venceu três títulos do Brasileirão nos últimos seis anos (2019, 2020 e 2025), ficando como vice em uma das edições (2021). Além disso, é destaque na Libertadores com as conquistas de 2019, 2022 e 2025.
Neste ano, por exemplo, o Flamengo vai se tornar o primeiro clube brasileiro a superar a marca de R$ 2 bilhões de receitas numa única temporada. A previsão da diretoria estava estimada em R$ 1,8 bilhão, mas a premiação do título da Libertadores e da Copa Intercontinental aumentou os números.
No Brasil, também foi o primeiro a atingir a marca do bilhão em faturamento, em 2022, repetindo os números em 2023 e 2024. Ao lado dele, somente Corinthians e Palmeiras atingiram esses feitos na última temporada. A equipe paulista tem estimativas de bater R$ 1,6 bi em 2025, o que seria um recorde em sua história.
Flamengo será o novo Bayern? O que dizem os especialistas
Após fala polêmica do CEO do Grêmio, alguns especialistas analisaram a situação do Flamengo no futebol brasileiro e também o porquê a afirmação pode ter sido dita.
— Sempre digo que a grande diferença no futebol brasileiro não é entre SAF e modelo associativo, e sim entre clube bem gerido e clube mal gerido. Para mim, existem quatro categorias: SAF bem gerida, SAF mal gerida, clube associativo bem gerido e clube associativo mal gerido. O que sustenta o Flamengo é exatamente essa combinação entre abundância de recursos e organização. Assim como o Palmeiras, iniciou a transformação há cerca de dez anos, abrindo mão de títulos e evitando loucuras no começo. Eles se organizaram, reduziram ou quitaram dívidas, investiram em base e infraestrutura — avalia Guilherme Bellintani, ex-presidente do Bahia durante o processo da SAF do clube com o Manchester City e atual CEO da Squadra Sports, primeira plataforma de multiclubes no Brasil.
— Há, sim, uma tendência de que os clubes grandes e organizados do país sigam dominando e ampliem esse domínio nos próximos anos. No futebol nada é garantido, mas hoje o cenário aponta para isso. A superioridade de clubes como o Flamengo é fruto de duas coisas muito claras: tamanho econômico e organização, com as finanças equilibradas e a estrutura fortalecida.

— O destaque do Flamengo no cenário nacional e internacional está também relacionado às receitas, mas este não é o único elemento importante. Estamos falando de uma gestão que se tornou referência no futebol brasileiro, principalmente quando tratamos de profissionalização e boas práticas de governança. A meu ver, estes, sim, são os elementos essenciais que permitem a maior competitividade que hoje se vê em campo — diz Moises Assayag, sócio diretor da Channel Associados e especialista em finanças no esporte, especialmente nas áreas de reestruturação financeira e operacional.
E acrescenta: — O exemplo do Flamengo é bastante ilustrativo. O clube abdicou de montar grandes times por alguns anos, com o objetivo de diminuir o tamanho da dívida e pagar as contas. Só depois, com o orçamento mais equilibrado e a capacidade de gerar caixa sendo recuperada, começou a mirar resultados esportivos mais ambiciosos. É um caminho mais difícil, mas o rubro-negro mostrou que, no médio e longo prazos, vale a pena.
Nos últimos dias, Flamengo e Palmeiras foram indicados ao prêmio de melhor clube do mundo. As equipes concorrem com mais 14 times no Globe Soccer Awards, entre eles, Bayern de Munique, Barcelona, Chelsea e PSG. A premiação é definida por voto popular e júri, e o vencedor será divulgado em cerimônia que acontece dia 28 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Também serão premiados o melhor jogador da temporada, melhor jogadora, melhor clube feminino, melhor promessa, melhor meio-campista, melhor atacante e melhor jogador de clube do Oriente Médio.
— Clubes melhor administrados, no longo prazo, tendem a gerar mais receitas e reduzir custos. Com maior superavit, eles tendem a formar equipes e elencos melhores. Esses, geram mais premiações e receitas com transferências, em um circulo virtuoso, que permite acessar melhores atletas e vencer mais jogos com eles. Esses jogos, isolados, são imprevisíveis, mas um grande conjunto deles, não — aponta Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, empresa de entretenimento norte-americana, que gerencia a carreira de centenas de atletas.
— Trata-se de um case avançado de monetização da paixão. A austeridade e a transparência atraem marcas globais e viabilizam investimentos em elencos de nível europeu, criando um círculo virtuoso: a gestão gera receita, que compra qualidade técnica, que por sua vez valoriza ainda mais a marca e atrai novos investidores — avalia Thales Rangel Mafia, Gerente de Marketing da Multimarcas Consórcios.
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