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Clubes brasileiros podem entrar na Bolsa de Valores? Entenda riscos e possibilidades

Abertura de capital pode ser alternativa para angariar fundos, mas também traz um lado negativo

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Clubes de futebol entram na bolsa de valores como forma de angariar capital (Foto: Alfredo Estrella/AFP)

Lucas Pessôa - 03/04/2024 - 16:20

Lucas Pessôa - 03/04/2024 - 16:20

A abertura de capital, também conhecida como IPO (Initial Public Offering), tem sido um tema cada vez mais debatido no futebol brasileiro. Com a Lei da SAF e clubes tradicionais sendo comprados por investidores, a busca por capital na bolsa de valores pode ser uma alternativa para angariar fundos. 

Apesar de acontecer desde os anos 1980 na futebol europeu, o financiamento via mercado de capitais ainda não tem nenhum exemplo no Brasil. O recurso pode ser usado pelos clubes de diversas formas - como investir no estádio, pagar dívidas e reforçar o elenco -, mas também traz possíveis riscos.

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💸 Conheça alguns dos clubes listados em bolsas pelo mundo:

  • Manchester United (MANU) - Bolsa de Nova York (NYSE)
  • Juventus (JUVE) - Bolsa Italiana
  • Borussia Dortmund (BVB) - Bolsa de Frankfurt
  • Roma (ASR) - Bolsa Italiana
  • Ajax (AJAX) - Bolsa de Amsterdam
  • Celtic (CCP) - Bolsa de Londres
  • Benfica (SLBEN) - Euronext Lisboa
  • Lazio (LAZI) - Bolsa Italiana
  • Sporting (SPSO) - Euronext Lisboa
  • FC Porto (FCPP) - Euronext Lisboa

Para entender o cenário mais a fundo, o Lance! Biz entrevistou Pedro Oliveira, sócio-fundador da OutField Inc., a primeira gestora de recursos do Brasil a ter certificação da Anbima e da CVM para atuar com foco exclusivo nos mercados de esporte e entretenimento.

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💰 Confira as perguntas e respostas abaixo:

Lance! Biz: Você acredita que a abertura de capital de clubes de futebol pode virar uma tendência no Brasil? Se sim, o que falta para isso acontecer?

Pedro Oliveira: Não vejo esse movimento acontecendo no curto prazo. O mercado de capitais está passando por um momento de mudanças estruturais no Brasil e no mundo, e os clubes de futebol, como classe de ativos, ainda precisam amadurecer bastante antes de estarem aptos a acessar investidores por meio do mercado público. Esse amadurecimento precisa estar inteiramente refletido na visão gerencial, com foco em governança e sustentabilidade financeira de longo prazo.

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Mesmo que tenhamos tido muitas mudanças positivas nos últimos anos, ainda estamos longe de um cenário em que as SAFs tenham esse histórico de gestão qualificada que as torne elegíveis aos olhos do investidor que está na bolsa. Além disso, minha opinião é de que não é claro que o caminho do mercado de capitais público é o mais saudável para empresas como clubes de futebol ou quaisquer times de natureza esportiva/competitiva. No mercado esportivo mais maduro do mundo (EUA) não temos nenhum time que fez esse movimento, por exemplo.

Lance! Biz: Quais critérios um clube precisa atender para abrir capital?

Pedro Oliveira: Sobretudo estamos falando de requisitos de transparência na divulgação de informações, de órgãos e mecanismos de governança que poucos clubes possuem instalados atualmente, e de regras de compliance muito bem instituídas e respeitadas pelos clubes enquanto empresas.

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Lance! Biz: Quais são as vantagens e desvantagens?

Pedro Oliveira: A vantagem está no acesso a formas de financiamento por meio do mercado de capitais e na necessidade de se ter controles muito mais apurados implementados. A desvantagem está em sempre ter sua operação e informações sujeitas ao escrutínio público, algo que, no caso dos clubes de futebol, pela natureza muito pública da coisa, já se aplica na prática. Entendo que a grande diferença está no olhar contínuo do regulador para as práticas de gestão e governança que devem ser observadas a todo o tempo, coisa que historicamente o futebol não fez.

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Lance! Biz: Quais exemplos positivos de fora do Brasil você pode destacar?

Pedro Oliveira: Há clubes que acessaram mercado de capitais com sucesso, como o caso recente da holding dona do Club América do México que fez o movimento de abertura de capital para levantar fundos a fim de reformar o Estádio Azteca, que será utilizado na Copa do Mundo de 2026. Outros clubes como Manchester United, por exemplo, fizeram o movimento a fim de oferecer uma avenida de liquidez aos acionistas.

Dinheiro - Futebol - Mega da Virada

Clubes de futebol usam Bolsa de Valores como forma de angariar capital (Arte Lance!)

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