Opinião: Foi lindo, Abel!
Técnico abriu mão da aposentadoria pelo impossível. E conseguiu

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Tem momentos que comprovam que futebol é muito mais do que só futebol.
Ele pode nos ensinar sobre preconceitos e como a luta contra eles é constante, como aconteceu na apresentação de Abel Braga na sua oitava chegada ao Internacional.
O treinador de 73 anos errou, claro. Sabe que errou.
Já pediu desculpas. Mais de uma vez.
E inteligente, sensível e grande coração que é, aprendeu com o erro.
O jogo de bola também tem muito a nos ensinar sobre amor, paixão e desprendimento.
Essa lição foi dada pelo mesmo Abelão ao voltar ao Inter pela oitava vez.
E, agora, para uma passagem meteórica e quase suicida.
Chegou para salvar o Colorado do rebaixamento.
O técnico abriu mão da aposentadoria pelo impossível. E conseguiu.
Recebeu uma ligação enquanto preparava um churrasco com amigos.
E, minutos depois, saía da tranquilidade da aposentadoria para entrar mais uma vez na história alvirrubra.
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Convocação e dívida
Com o time na zona de rebaixamento, ele se sentiu convocado e em dívida.
Em 2016, quando o Inter caiu, ele havia sido contatado para voltar ao Beria-Rio.
Disse não. E o Colorado disputou a Série B em 2017.
Era uma história que quase ninguém sabia.
E na sua volta à Padre Cacique ele confessou o arrependimento que guardou por não ter ajudado o Inter a tentar escapar da queda.
— Isso dói aqui — disse, apontando para o coração.
Por isso, aceitou tentar essa façanha agora em 2025.
Com dois jogos apenas pela frente.
Também disse que aceitou por acreditar na possibilidade de permanecer.
Poucos acreditavam
Poucos acreditavam.
Abelão, aquele que reverteu um clássico em Gre-Nal do Século, não estava entre esses. Ele acreditava.
E foi lá e fez valer a mística que tem ao treinar o time de vermelho.
Não sem antes alguns requintes de emoção.
Nem ele esperava, claro, a goleada logo no primeiro duelo que afundou ainda mais o time no Z4.
E as chances do Inter ficar se tornaram mais difíceis.

Veio fazer o impossível. E conseguiu
Sendo Abel o Abelão do "vamos pra dentro deles", porém, não desistiu.
Com seu jeito paizão, amoroso, carinhoso, juntou os cacos do elenco.
Consegui fazer com que um grupo que não correu o ano inteiro jogasse por ele.
Um jogo. Aliás, apenas os 45 minutos finais.
E, como ele mesmo disse certa vez, foi lindo, cara.
Teria sido lindo mesmo com o rebaixamento.
Só pela prova de amor e paixão pelo clube com o qual conquistou a Libertadores e o Mundial.
Pelo clube que quase levou ao título Brasileiro em 2020.
Vale lembrar que o técnico saiu da aposentadoria e não quis ser remunerado.
Veio fazer o impossível. E conseguiu!
Foi lindo, Abel!
Obrigado por essa lição!

PS.: precisamos falar de Rochet
Também precisamos falar do desprendimento do goleiro Sergio Rochet.
Mesmo sem condições, jogando com a mão esquerda inchada, ele não se escondeu.
Levou oito gols, claro. Mas estava ali pela coragem que muitos não demonstraram.
Pela coragem de jogar sem condições e correndo risco até de perder a chance de ir a mais uma Copa do Mundo, ele merece reconhecimento também.
Foi lindo, Rochet!

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