Loco Abreu, ao L!: ‘História não entra em campo. Tenho de corresponder no Rio Branco’

Empolgado para defender seu 28º clube, uruguaio conta o que pesou para acerto com o capa-preta, descarta favoritismo e relembra momentos na seleção e no Botafogo

Loco Abreu é o astro do Rio Branco para o Campeonato Estadual
(Foto: Thiago Félix / Rio Branco)

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A seriedade continua a ser o grande trunfo para Loco Abreu seguir sua trajetória no futebol. Às vésperas de dar os primeiros passos pelo Rio Branco no Campeonato Capixaba de 2019, o jogador de 42 anos faz do posto de referência da equipe uma forma de transmitir força aos demais companheiros e crê que favoritismo tem de ser comprovado dentro de campo.

Em entrevista ao LANCE!, na qual esbanja franqueza e traz recordações de sua carreira, o uruguaio se diz ambientado ao clube capa-preta e promete dedicação em seu 28º clube:

- Em todo time no qual eu jogo, pode não ser um River Plate ou La Coruña, mas vou defender com o mesmo respeito. Podem não ter o mesmo "oba-oba" da imprensa, mas cada um tem uma tradição e vou honrar a camisa que visto.


LANCE!: Como tem sido este seu início de trabalho no Rio Branco?

Loco Abreu: Na verdade, a gente está na fase de condicionamento, buscando fazer um trabalho de pré-temporada aqui no China Park (hotel-fazenda em Domingos Martins, na região serrana do Espírito Santo). Nosso objetivo é terminar a preparação para chegar forte e ter um bom desempenho no Campeonato Capixaba.


L!: Você é a referência do clube capa-preta para este ano. Que conselhos tem passado para os demais companheiros nesta pré-temporada?

Ah, isso é muito legal. Na hora que você chega, representa incentivo de buscar o jogo, de que minha chegada dá mais gana para os jogadores.

L!: O que pesou para o seu acerto com o Rio Branco?

Bom, primeiramente, é o time mais popular e o maior campeão do estado. Além disto, o clube quer elevar o nível do futebol capixaba. Quando o presidente (Luciano Mendonça) passou isso para mim, aceitei na hora.

L!: Você chegou recepcionado em peso pela torcida, aumentou o número de vendas do clube e se tornou uma atração para os jogos do Rio Branco. Esperava tamanha repercussão?

Sim, esperava sim. Sabia da forma que eles transmitiram a paixão deles por minha chegada ao Rio Branco. Vejo isto com muita gratidão, com muita honra.

L!: Você torna-se não só a grande atração do Rio Branco, mas também o principal jogador do Campeonato Capixaba. Como corresponder a este desafio dentro de campo?

Treinar, se preparar e tornar o time competitivo. Não tem como ser diferente. Tem de preparar-se e ser responsável, dar o máximo e correr atrás. Vi jogos do Campeonato Capixaba em 2017 e 2018 e, aqui, não tem dessas de favoritismo. Tem de saber jogar e ter humildade em campo.

L!: Mas o Rio Branco ganha o posto de favorito com sua chegada...

Isso são vocês da imprensa que estão dizendo!

L!: O que tem achado de morar no Espírito Santo? Já provou da moqueca?

Estou gostando muito. É uma versão pequena do Rio de Janeiro. Lá no Rio, eu moro na Barra da Tijuca (bairro da Zona Oeste da cidade), que é muito parecida com Vitória. Já experimentei a moqueca, gostei muito. Mas a cidade não é a única coisa que importa para mim. Pesa o dia a dia no clube, o vestiário, se eu não me sinto bem no ambiente do clube, eu vou embora. Mas aqui no Rio Branco não, o dia a dia tem me agradado muito.

L!: O Rio Branco é seu 28º clube na carreira. E o presidente  do clube, Luciano Mendonça, disse que você está com "fome de jogo" para disputar todas as partidas do Estadual. Como manter este fôlego aos 42 anos?

Ah, mas você vê pela minha estatística que, dificilmente, fico fora de um jogo. Estou bem preparado fisicamente, treino individualmente na academia.

L!: Você traz para o clube uma bagagem de quem disputou Copa do Mundo e de quem já foi campeão da Copa América. Quais experiências você guarda de ter defendido a seleção do Uruguai por tantos anos?

É muita felicidade. Sou um privilegiado por ser campeão, por ser um dos artilheiros da seleção. É um privilégio e uma honra. Mas a vida de um jogador se conta por sua realidade. A história não entra em campo. Depois de ter defendido a seleção do Uruguai, tenho de, a cada partida, corresponder com boas atuações.

L!: Qual foi o melhor parceiro de ataque que você teve na seleção celeste e na sua carreira?

Na verdade, joguei com muitos companheiros. Tive parcerias muito boas na minha carreira. A que ficou muito marcante e com quem joguei por muitos anos foi a que fiz com Herrera, no Botafogo.

L!: Aliás, o Rio Branco é sua quinta equipe no Brasil, mas também sua terceira alvinegra. Ao chegar ao clube capa-preta, vieram muitas lembranças do Botafogo?

É lógico que vieram. Minhas lembranças são muito boas. Aqui no estado também têm muitos torcedores do Botafogo, que sei que vão comparecer em peso no Kleber Andrade e espero que fiquem felizes.

L!: A propósito, sua chegada causou impacto também em adversários do Rio Branco. Há torcedores querendo ver você jogar...

O que realmente é bom de transmitir! Vai elevar o impacto do torneio. Espero que, daqui a pouco, os demais clubes capixabas também possam aumentar o nível de seu elenco e tornar a competição ainda mais forte.

L!: O Rio Branco estreia contra o Rio Branco-VN neste sábado pelo Campeonato Capixaba. O que a torcida pode esperar de você neste confronto?

Respeito, dedicação e profissionalismo.

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