Filha de pai brasileiro é disputada por três seleções e projeta carreira internacional
Noemi Scheinkman já foi convocada para defender a Alemanha, Brasil e Israel
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Existem pessoas que nascem com um talento inato, como se sua função na sociedade já estivesse previamente determinada. Este é o caso de Noemi Scheinkman, filha de pais brasileiros que, aos 15 anos, acumula convocações para três seleções distintas.
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Nascida em Munique, na Alemanha, a jovem se mudou para os Estados Unidos aos 8 anos. Por lá, iniciou sua trajetória no futsal, praticando a modalidade entre homens e mulheres. Após se destacar em sua faixa etária, migrou para o campo. Consolidada no futebol de base norte-americano, Noemi optou por realizar um intercâmbio para Israel, em 2023. No país, defendeu o Maccabi Petach-Tikva, onde marcou 14 gols e distriubiu 23 assistências na última temporada.
- Nasci na Alemanha, mas sempre tive o desejo de morar em Israel, visitei diversas vezes Tel Aviv (capital do país) no verão e amei Israel. Meu desejo era mudar para lá. Quando a oportunidade de realizar um ano de intercâmbio no país apareceu, eu fui para um escola internacional - explicou Noemi.
O bom desempenho rendeu à meia-atacante uma convocação para defender a seleção alemã, em dezembro do ano passado e, posteriormente, um chamado para participar dos treinamentos das equipes sub-15, sub-16 e sub-17 de Israel, mesmo sem ter a cidadania do país.
No entanto, Noemi tem uma preferência clara na carreira: defender a Seleção Brasileira. E, o que antes era sonho, se transformou em realidade neste ano. No início do mês, a jovem foi chamada pela Seleção sub-15 para um período de treinamentos em Sorocaba, interiror do estado de São Paulo, sob supervisão da técnica Simone Jatobá.
Eu quero escolher o Brasil, o estilo de futebol é parecido com o meu jogo
ao ser questionada sobre sua preferência
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PLANEJAMENTO DE CARREIRA E FUTURO
Após o período em Israel, encurtado em razão da guerra que ocorre na região, Noemi planeja os próximos passos na carreira. A jogadora pretende realizar um período de treinamentos no São Paulo, conhecido por ter diversas atletas convocadas para as seleções de base do país, na metade do ano.
A ideia da jovem é tentar uma vaga na Seleção sub-17, que disputa a Copa do Mundo da categoria em outubro, na República Dominicana. Apesar de não aparecer na última chamada, realizada no dia 24 de maio, Noemi mantém esperanças de jogar o Mundial e vê no clube paulista uma oportunidade para alcançar seu objetivo.
Enquanto se prepara no Brasil, Noemi planeja a próxima temporada. Ela recebeu sondagem de duas equipes do futebol europeu, uma da Alemanha e outra da Holanda, mas as conversas ainda estão em andamento. A outra possibilidade seria retornar para a Flórida, nos Estados Unidos, onde iniciou sua trajetória no esporte e seu pai reside atualmente.
Espero que no futuro eu continue defendendo a Seleção Brasileira e atue em uma equipe profissional na Europa
afirmou Noemi Scheinkman
DIFERENÇA ENTRE SELEÇÕES
Mesmo aos 15 anos, Noemi já apresenta características marcantes em campo e um estilo de jogo definido. Camisa 10 de origem, a jogadora atua como meia-atacante, realizando a conexão entre os setores com aproximações e lançamentos em profundidade.
Além disso, a jovem pode recuar um pouco em campo e atuar como uma camisa oito, ajudando no começo da construção de jogadas, ou como segundo volante, atuando na função "box-to-box".
Questiona a respeito das experiências nas seleções dos três países (Brasil, Israel e Alemanha), Noemi explicou as principais diferenças e demonstrou uma clara preferência de estilo.
- Na Alemanha eu fui convacada em Dezembro. Lá, o futebol é mais direto, eles não jogam muito no meio campo, foi um pouco difícil jogar lá. Depois disso, fui chamada para as seleções sub-15, sub-16 e sub-17 de Israel, e lá eles jogam mais no meio campo, mas o futebol também é direto. Depois, em maio (de 2024), fui convocada para a Seleção Brasileira. Eu gostei mais do estilo do Brasil porque aqui se joga mais no meio, consigo me conectar com as outras jogadores e achar os passes para as atacantes - destacou.
- No Brasil eles são mais abertos, querem ser seus amigos. Eu fui para a Seleção com duas americanas, eles trataram nós (ela se inclui no grupo) como brasileiras, fiz amizade muito rápido com elas. Na Alemanha, já foi mais difícil, eu estava sozinha, e elas eram mais quietas, não falaram muito comigo. Em Israel também foi um pouco difícil, eles falam muito rápido hebráico, e eu ainda estou aprendendo, mas eles fizeram o melhor para se comunicar comigo - finalizou.
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