Ednaldo alega ter sofrido intolerância na CBF por ser ‘um negro nordestino’
Presidente destituído do cargo fez afirmações em documento enviado ao STF nesta segunda-feira (19)

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Em petição enviada pela defesa de Ednaldo Rodrigues, onde o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) destituído do cargo solicita a suspensão da ação movida pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), o representante afastado de suas atribuições alega que foi vítima de intolerância enquanto foi representante da entidade máxima do futebol brasileiro. No texto, Ednaldo cita que se tornou alvo de "exclusão política" por ser um "nordestino negro" à frente da CBF.
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A alegação de "resistências estruturais" dita por Ednaldo é acompanhada de uma série de temas levantados por sua defesa em um documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF). A petição foi apresentada nesta segunda-feira (19) com o intuito de declarar sua desistência de retornar ao comando da CBF, bem como um apelo para que a Suprema Corte "deixe para trás", nas palavras da defesa, a ação movida pelo TJ-RJ.
Foi essa ação protocolada pelo desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro que retirou Ednaldo do cargo, nomeou um interventor e determinou novas eleições na CBF. A ação do TJ-RJ é movida a partir de uma suspeita de falsificação de assinatura em um documento homologado no STF que manteve Ednaldo Rodrigues à frente da CBF no começo deste ano.
No trecho redigido pela defesa do ex-presidente, é citado que Ednaldo sofreu com "movimentos de exclusão política" em duas oportunidades enquanto comandou a confederação - sem especificar quais teriam sido estes momentos. O ex-presidente alega que encontrou resistência dentro de sua atuação por conta de sua cor de pele e origem, e que tais ações foram ataques difamatórios que tinham como objetivo se opor à sua gestão na CBF.
- Considerando que o Peticionário [Ednaldo], por duas vezes, foi vítima de movimentos de exclusão política, promovidos por particulares, que não se contentam em ver o futebol brasileiro em outro patamar, que expressam resistências estruturais ao fato de um nordestino negro ocupar o cargo mais alto do futebol nacional — sendo alvo de ataques difamatórios orquestrados por setores inconformados com sua atuação firme, ética e transformadora - destaca parte do trecho.
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Na sequência, a defesa de Ednaldo Rodrigues ainda afirma que não há comprovações de ações que manchem sua gestão, e que o Judiciário teria sido induzido ao erro.
- Mesmo sem jamais ter sido apontada qualquer conduta que maculasse sua honra ou o regular exercício de sua função, setores que terminaram por induzir o Judiciário ao erro, como o ocorrido na semana passada - completa.
Outros trechos do documento alegam de que o agora ex-presidente teria sido uma figura que "rompeu com oligarquias" no futebol brasileiro e apresentou uma gestão transparente e com governança.

Ednaldo cita impacto na 'vida pessoal'
O documento enviado pela defesa de Ednaldo ainda alega impactos negativos das investigações contra o ex-presidente e sua família sofreram. Segundo outro trecho da petição, o presidente destituído teria sofrido com acusações injustas e "ações coordenadas e criminosas".
- Movido pelo profundo desejo de restaurar a paz no futebol brasileiro e, sobretudo, a serenidade de sua própria vida familiar, que tem sido abalada por equívocos públicos, interpretações distorcidas e insinuações injustas, maledicentes e criminosas, orquestradas e coordenadas por diversos grupos.
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