Queda de Mourinho representa a 11ª mudança de técnico de Abramovich

Antes de o russo entrar, os Blues tinham trabalhado com apenas 25 treinadores

Claudio Ranieri estava quando Abramovich chegou
 (Foto: Valery Hache/AFP)

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Desde o fim da primeira passagem de José Mourinho pelo Chelsea, o russo Roman Abramovich, dono do clube, ganhou a fama de não ter paciência com os seus treinadores. Quando o substituto do português assumir, terá sido a 11ª troca de treinadores desde que o magnata passou a comandar o clube. Isso contando com Ray Wilkins, interino em 2009, que ficou por apenas um jogo. Uma mudança radical na história dos Blues. Em seu primeiro século de vida, apenas 25 técnicos tinham passado pelo time.

Abramovich comprou o Chelsea em 2003. Na altura, o técnico era Claudio Ranieri, que já estava lá desde 2000. O italiano levou os Blues ao vice da Premier League, mas o russo chamou Mourinho, que tinha levado o Porto à conquista da Liga dos Campeões. Em sua primeira passagem, levou seis títulos, incluindo dois Campeonatos Ingleses. Começou mal em 2007/08 e foi demitido.

Para o seu lugar, Abramovich aproveitou o israelense Avram Grant, então diretor de futebol. Acabou sendo vice de três torneios: Liga dos Campeões, Campeonato Inglês e Copa da Liga. Não foi aproveitado, e chegou, enfim, Luiz Felipe Scolari. Mas o brasileiro não se deu com um elenco cheio de astros, como Cech, Lampard, Joe Cole, Drogba, Ballack, Malouda, Deco e Terry, e acabou caindo meses depois.

Ray Wilkins entrou, ficou apenas um jogo, e Abramovich contratou Guus Hiddink para ficar de interino de fevereiro até maio. Perdeu apenas uma vez e conquistou a Copa da Inglaterra. Mesmo com prestígio, não ficou de vez. O russo foi buscar Carlo Ancelotti, um dos técnicos mais vencedores da Europa nos últimos anos. Conquistou três títulos, mas sem sucesso em torneios internacionais, saiu.

No início da temporada de 2011/12, Abramovich tentou repetir a receita de quando levou Mourinho. Foi buscar, também no Porto, André Villas-Boas. O jovem treinador vinha de uma temporada brilhante em Portugal. Mas decepcionou, acumulando 21 tropeços em 40 jogos, sendo 10 derrotas, e saiu. Roberto Di Matteo, então auxiliar, assumiu. Inicialmente, seria como interino até o fim da temporada.

O "problema" é que ele conquistou a inédita Liga dos Campeões. Nem mesmo Roman Abramovich dispensaria o italiano. Porém, a temporada seguinte não foi das melhores, e caiu logo em novembro, poucas semanas antes do Mundial de Clubes. E então foi a vez de vir mais um interino até o meio do ano que vem. Rafa Benítez assumiu, perdeu para o Corinthians em Yokohama, e apesar de ganhar a Liga Europa, não ficou.

E então, tudo voltou a Mourinho, que já não está mais. A tendência é que Abramovich aposte novamente em um interino até o fim da temporada, e Guus Hiddink é o favorito para assumir essa função novamente.

Até a chegada de Mourinho, o Chelsea era um clube tradicional e importante de Londres, mas com poucos títulos. Em seus primeiros 100 anos, justamente o período que não teve Abramovich, foram 25 técnicos, incluindo interinos e alguns com menos de cinco jogos. Neste período, foram 15 títulos, sendo que um terço disso tudo foi entre 1998 e 2000 apenas com o italiano Gianluca Vialli. Desta forma, o português é, com folga, o treinador mais vencedor dos Blues, com oito troféus.

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