Renato Gaúcho, ao ‘Fala, Jogadô’: ‘Peguei o Flamengo no fogo cruzado’

Técnico é o primeiro entrevistado do 'Fala, Jogadô', novo quadro semanal do Lance!


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Na estreia do 'Fala, Jogadô', novo programa de entrevistas do Lance!, pudemos ver Renato Gaúcho, técnico do Grêmio, na sua essência: polêmico, irreverente e cheio de personalidade. No papo com a apresentadora Ana Goebel, o ídolo do Imortal falou sobre diversos temas como Seleção Brasileira, sua vida em Porto Alegre e até histórias curiosas da carreira.

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Em um dos melhores momentos do bate-papo, Renato comentou sua passagem pelo Flamengo, em 2021. O treinador afirmou que foi muito feliz no Rubro-Negro e que gostaria de voltar ao clube algum dia, apesar das dificuldades enfrentadas.

- Peguei o Flamengo no fogo cruzado. São coisas que acontecem, mas procurei trabalhar direitinho. Quem não gostaria de retornar ao Flamengo?

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Renato Gaúcho foi o primeiro convidado do novo quadro de entrevistas do Lance! (Foto: reprodução/Lance!TV)

Mas o presente do técnico também foi assunto na entrevista. Atualmente na terceira posição do Brasileirão, com um jogo a menos que as demais equipes, o técnico revelou o desejo de ser campeão da principal competição nacional.

- É um sonho que eu tenho. Praticamente todas as vezes que disputei o Brasileirão, cheguei entre os quatro. Não conquistei o título, mas o Grêmio estava na Libertadores e na Copa do Brasil. Disputávamos o Brasileiro com time misto e dávamos ênfase nos mata-matas. De vez em quando precisa segurar uma competição para andar bem nas outras. Este ano não estamos na Libertadores, então dá para caminhar nas duas (Brasileiro e Copa do Brasil).

Leia mais trechos da entrevista de Renato Gaúcho ao Lance!.

DISPUTA PELO BRASILEIRÃO:
- Sem dúvida. Corro atrás desse título, que como treinador ainda não tenho. A gente tem trabalhado bastante, estamos bem na competição, mas falta muita coisa.

TREINARIA CLUBES QUE JÁ DEFENDEU COMO JOGADOR MAS AINDA NÃO DIRIGIU?
- Minha profissão é de treinador, e mais importante é ter emprego. O único clube que, com todo o respeito, eu jamais treinaria por ser nosso rival, é o Internacional. Mas se amanhã tiver que ir para um clube como Cruzeiro, Botafogo, vou analisar a proposta e, se tiver que ir, vou sem problema algum.

VOLTARIA AO FLAMENGO?
- Pode ser, em outro momento. Fui muito feliz no Flamengo, mesmo sem conquistas. A maior prova é que o grupo todo veio me abraçar quando nos enfrentamos no Maracanã. Criei uma amizade muito grande com o grupo, dentro e fora do campo. Infelizmente não veio título. Peguei o Flamengo no fogo cruzado: três competições, sete ou oito jogadores machucados e aquele episódio do Andreas na final da Libertadores, quando ele pisou na bola e poderíamos ter conquistado a Libertadores. São coisas que acontecem, mas procurei trabalhar direitinho. Se um dia tiver que voltar pro Flamengo, sem problema algum. Quem não gostaria de treinar ou voltar ao Flamengo?

O FLAMENGO ATRAPALHOU SUA IDA À SELEÇÃO?
- Não. Se você for ver os números, depois do Jorge Jesus tive 73 ou 74% de aproveitamento. Tenho a melhor média de todos os técnicos que passaram no Flamengo. As pessoas não entendem que tínhamos três competições, sete ou oito jogadores no departamento médico… minha consciência está tranquila sobre o trabalho. Você não pode analisar um treinador se ele é bom ou ruim se ele é campeão ou não. Eu tenho uma admiração muito grande pelo Abel (Ferreira), é um grande treinador, mas falaram 'O Abel ganhou, então é bom; o Renato perdeu, então é ruim'. Você não pode analisar um treinador por 90 minutos. Então se eu ganho, eu sou o bom e ele o ruim? Minha consciência está tranquila.

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ANCELOTTI NA SELEÇÃO:
- É um assunto delicado. A partir do momento que dou uma opinião, vão analisar minha opinião. Esqueçam o Renato treinador, é o Renato torcedor: sou totalmente contra a espera. É top? É top. Mas só daqui um ano. E durante esse ano? O Brasil vai fazer seis ou sete jogos pelas eliminatórias, sem treinador. A pergunta que muitas pessoas não tem coragem de fazer, eu pergunto: e se o Ancelotti chegar e não der resultado?

A SELEÇÃO NÃO PRECISAVA DE 'CHOQUE' COM UM ESTRANGEIRO?
- Então coloca o gringo agora. O Ancelotti é top, mas o Brasil é o país que mais conquistou Copas do Mundo, não pode se dar o luxo de esperar o treinador mais um ano. Ele é top? Ele é top, mas tem outtros tops. Muita gente fala que no Brasil falta organização. É essa a organização?

ANCELOTTI PODE 'DOMAR' NEYMAR?
- Concordo plenamente. Mas repito, só sou contra a espera do tempo. Mas quem decide são as pessoas da CBF. Tenho que continuar trabalhando para, quem sabe um dia, poder assumir a Seleção.

QUAL JOGADOR BRASILEIRO GOSTARIA DE TREINAR?
- Neymar. Eu gostaria de treinar o Neymar. Tenho certeza que algumas coisas iriam mudar na vida dele, para melhor.

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CRÍTICAS DA IMPRENSA X RESPEITO DOS JOGADORES:
- O jogador tem contato comigo, então sabe do meu trabalho. O jornalista, muitas vezes, e não é só comigo, falta o respeito com os profissionais. Eles falam o que bem entendem. Se critica o trabalho é uma coisa, mas muitas vezes atacam a vida pessoal das pessoas. Outro dia dei uma entrevista falando que as famílias de jogadores e treinadores sofrem com isso. Mas não podemos esquecer que o jornalista também tem família, e se um dia jogadores e treinadores se reunirem e decidirem atacar A, B ou C, tem que segurar as pontas. Muitas vezes é uma inveja, atacam o treinador porque não gostam do cara. Ele não conhece o dia a dia do treinador, então aproveita a crítica. Mas o jogador tem contato com o treinador, sabe como o cara age. Uma coisa é dar opinião quando se convive com uma pessoa no dia a dia, outra é opinar quando não se conhece essa pessoa no dia a dia.

JÁ SE ARREPENDEU DE ALGUMA DECLARAÇÃO?
- Muitas vezes, no passado, faltava experiência. Hoje eu 'conto até dez', até pela profissão que eu levo. Mas hoje eu vejo um jogador que, às vezes, chuta o balde, e eu pergunto: e aí? Então acontece até hoje, principalmente quando pega alguém de cabeça quente.

PREFERE SER JOGADOR OU TREINADOR?
- Eu prefiro ser jogador. Dentro das quatro linhas, eu sabia que podia ajudar os problemas do meu time dentro do campo. Hoje, como treinador, tenho que preparar meu time e depender deles (jogadores).

COM QUAL JOGADOR QUERIA TER JOGADO?
- Queria ter jogado com o Neymar. E dos estrangeiros, eu queria muito ter jogado com o Messi e com o Cristiano Ronaldo. Até três, com o Suárez, que está aqui hoje.

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MESSI OU CRISTIANO RONALDO?
- O Messi para mim é o melhor do mundo, está em outro nível. O Cristiano é um fenômeno, mas o Messi é imbatível. Eu cito eles como exemplo para o meu grupo.

É VERDADE QUE ZICO JÁ MARCOU LATERAL PARA RENATO JOGAR?
- Isso começou em uma discussão pós-jogo. O Carlinhos era o treinador. O Jorginho (lateral), o Ailton e o ZInho falaram que ele tinha que voltar mais para marcar o lateral do adversário. Eu falei: não tenho condição que fazer as duas coisas. Se eu voltar para marcar, não vou ter a força de chegar na frente. Uns carregam o piano e outros tocam. O Carlinhos ficou em dúvida, pediu para eu marcar lateral e eu falei que não marcava. Respondi: 'Me tira do time'. Então o Zico pediu a palavra, olhou para os jogadores e falou: "Carlinhos, deixa que eu volto para marcar lateral que ele está decidindo jogo lá na frente".

COMO É O RENATO EM CASA?
- Aqui no Sul vou para o meu Alcatraz, o hotel que é minha prisão. Não vou para casa porque moro sozinho aqui, minha família está no Rio, então preciso de tudo na hora, o hotel me dá 24 horas. Estresse suficiente eu já tenho aqui no clube. Eu preciso disso em mãos. Mas quando estou em casa é só jogo e filme. Eu não cozinho. Sei fazer um café quando preciso. Não tive tempo de aprender a cozinhar, trabalho desde os 12 anos. Nem churrasco eu sei. Com todo respeito a quem sabe fazer churrasco, mas o cara sofre demais. O malandro é o cara que fica na mesa esperando e ainda critica o churrasco pronto.

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