Ex-Flamengo relembra acerto com ‘Corinthians’: ‘Caímos para a segunda’
Brasileiro tem passagem por mais de 16 clubes em dez países diferentes
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Vestir a camisa de um dos maiores clubes do futebol brasileiro e ouvir uma das torcidas mais apaixonadas do mundo entoar seu nome é o sonho de muitos jogadores de futebol. Foi com essa expectativa que Serginho Barboza, o "Jogador Dublê", encarou um novo capítulo em sua carreira, após anos de experiências desafiadoras pelo mundo da bola.
No entanto, o que o aguardava superaria qualquer previsão; de fato, uma vivência inédita estava a caminho. Em entrevista exclusiva ao Lance!, ele revelou os bastidores dessa história. Assista no vídeo acima.
Flamengo, América Central e Ásia: uma incansável diáspora ⚽
Garoto do Ninho, Serginho integrou uma geração considerada promissora, ao lado de nomes como Samir (zagueiro), Adryan (atacante) e Muralha (meia). Contudo, o caminho até os profissionais foi bloqueado por um conhecido plantel do Flamengo, liderado à época por Ronaldinho Gaúcho. Sem espaço, ele viu-se obrigado a trilhar rotas alternativas.
Ponta-direita de origem, Baborza nunca se limitou às extremidades das fronteiras sul-americanas. A partir de então, foram inúmeros clubes: Costa Rica (Limón), Guatemala (Comunicaciones B) e Honduras (Juticalpa), Laos (Master 7), Camboja (Svay Rieng), Nepal (Dhangadhi) e Índia. No sétimo maior país do mundo, inclusive, ele deixou seu legado, atuando por cinco clubes: Punjab, Minerva Academy, Delhi, Rajasthan United e Malappuram.
Corinthians? 🤣
Todo esse percurso culminou em sua primeira experiência no futebol europeu, marcando o terceiro continente explorado pelo atleta em sua trajetória como verdadeiro andarilho. Só que não era bem assim. Após vivenciar os primeiros impactos da pandemia enquanto atuava na Índia, Serginho enfrentava meses de inatividade e escassez de oportunidades no futebol.
— Precisava acertar uma parada para poder voltar a jogar. O empresário daqui me liga: "Europa, bora?" "Claro!". Agora vai dar bom, acho meus números lá ainda estão valendo. Aí ele deu uma sumida e volta: "bora para o Corinthians?" "Bora, tá maluco". Daqui a pouco o contrato no "zap" chega: Corinthians de Malta — explicou Serginho.
— Fui para lá, mas era pandemia. País top demais, tudo limpinho. Eu acostumado com América Central e Ásia. Só que tava muito restrito — completou.
O time era o Zejtun Corinthians Football Club, mais conhecido como Zejtun, localizado na cidade homônima, em Malta, arquipélago situado na região central do Mediterrâneo. Carinhosamente, para Dublê, o "Corinthians de Malta".
Contudo, a passagem do brasileiro pelo time não teve um desfecho esportivo pacífico. Em meio ao agravamento da crise sanitária, a liga foi suspensa devido à pandemia. Antes da paralisação, a equipe já enfrentava dificuldades: vinha de uma campanha abaixo das expectativas, ocupando as últimas posições da tabela, em parte por enfrentar os adversários mais fortes da competição nas rodadas iniciais. Após o "lockdown", a situação se agravou. Sem conseguir reagir à altura da pressão, o clube acabou sendo rebaixado para a segunda divisão local.
— Era meio de tabela sempre. Os nossos últimos jogos lá era contra os times que estavam embaixo. A gente fez os primeiros jogos contra os times que estavam no topo, os times grande, passamos um "veneno" ali, e fomos caindo. Ficamos em quarto debaixo para cima (o primeiro fora da zona de rebaixamento). Segunda onda da pandemia e a liga tem que parar, porque Malta eles ganham dinheiro com quem vem de fora. (Quando voltou) A rodada, rebaixamos. Fomos para a segunda. Caímos com o Corinthians — explicou Dublê.

Por trás das câmeras 🤳
Ao todo, foram dez países, 16 clubes profissionais e uma coleção de histórias tão diversas quanto improváveis. Serginho encontrou, curiosamente, seu verdadeiro lugar não em campo, mas na palma da mão, por meio de um celular.
A imersão no universo digital começou por acaso, motivada pela curiosidade e inspirada no exemplo de outro atleta: Digão, que também compartilhava os bastidores da carreira como jogador de futebol no Instagram. Por sorte, Serginho sempre teve o hábito de registrar as situações mais curiosas das suas viagens a trabalho. Assim, cada vídeo publicado é sustentado por imagens reais captadas ao longo da sua trajetória.
— Vi que tinha um celular velho e outro novo, botava sempre em uma bolsa e vi que tinha muita coisa. Desde 2014 tenho foto e vídeo. Acompanho um amigo, Digão (@digão86), que posta, ele fala sempre de futebol e eu achava maneiro. "Ah, vou meter também uns vídeos" e soltei a parada. Foi muito rápido. Tenho nem noção ainda do que está acontecendo, tem 29 dias a parada — revelou Serginho ao Lance!.
Sem filtros, sem glamour e com muito carisma, "Dublê" virou sensação. Em um mês no Instagram, os números falam por si: 18 milhões de visualizações, 1,7 milhão de contas alcançadas em vídeos carregados de autenticidade e bom humor. Em um ambiente cada vez mais controlado por assessorias e falas planejadas, seu conteúdo representa um sopro de espontaneidade.
Agora, embalado pelo sucesso viral, Serginho tem um novo e ambicioso objetivo: entrar para o Guinness Book. Ele almeja ser o primeiro jogador da história a marcar um gol e distribuir uma assistência em todos os seis continentes do globo. A missão já está parcialmente cumprida — faltam África e Oceania para completar o feito. Para quem já deixou sua marca em quatro blocos geográficos, o desafio parece grande, mas está longe de ser impossível.
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