Fluminense revive insatisfações da era Renato Gaúcho com Zubeldía
Argentino chegou ao sexto jogo com o time

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O momento vivido pelo Fluminense parece uma repetição de alguns dos problemas que marcaram o fim da era do Renato Gaúcho: insistência em nomes e pouco aproveitamento da base. Com o técnico Luis Zubeldía à frente, o cenário de agora reflete, em muitos aspectos, os pontos de crítica que a torcida levantava no último ciclo.
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Durante a era Renato, parte da torcida cobrava insistentemente a insistência no uso de Everaldo e o pouco espaço dado a John Kennedy, que atuava por poucos minutos mesmo em boa fase. O então treinador também era questionado por ignorar reforços contratados, como Lavega, Lezcano e Santi Moreno, e por demorar a abrir mão de seu esquema com três volantes, só modificando a estrutura com a entrada de Lucho Acosta na sua última partida pelo Tricolor. Além disso, o uso limitado de jogadores da base, como Riquelme e Júlio Fidelis, foi tema recorrente entre os tricolores.
Agora, sob o comando de Zubeldía, os mesmos sintomas reaparecem. O treinador argentino, que inicialmente promoveu o retorno de Germán Cano e retirou Everaldo do time, voltou a apostar na hierarquia e recolocou o camisa 14 como titular mesmo diante de atuações mais convincentes de John Kennedy. O atacante formado em Xerém foi destaque em partidas como as vitórias sobre Atlético-MG e Mirassol, mas perdeu espaço após a Data Fifa.
Na volta da pausa, contra o Juventude, o Flu teve atuação apagada com Cano em campo e só reagiu após a entrada de John Kennedy, que participou da jogada do gol salvador de Thiago Silva. Mesmo assim, no clássico diante do Vasco, o técnico manteve a opção pelo argentino desde o início, e o Fluminense voltou a ter dificuldades ofensivas.
Outro ponto de semelhança é o uso recorrente de Soteldo, mesmo sob vaias da torcida. O venezuelano, que também era nome frequente nas listas de Renato Gaúcho, voltou a ser alvo de críticas nas últimas rodadas. Diante do Juventude, Riquelme, destaque da base, entrou antes do meia-atacante e deu a assistência para o gol da vitória. Ainda assim, contra o Vasco, Zubeldía voltou a priorizar Soteldo, justificando a escolha pela "experiência", mas o camisa 7 novamente teve atuação apagada.
Entre os nomes formados em Xerém, o principal prejudicado neste início de trabalho de Zubeldía é Júlio Fidelis. O lateral-direito vinha em ascensão sob o comando de Renato Gaúcho, ganhando minutos e caindo nas graças da torcida tricolor. Jovem e ofensivo, Fidelis se destacava pela verticalidade.
Desde a chegada de Zubeldía, no entanto, o cenário mudou completamente. O lateral ainda não apareceu em nenhuma lista de relacionados, perdendo espaço mesmo em partidas em que o Fluminense teve baixa produção pelos lados. O treinador chegou a justificar a escolha de Guga contra o Vasco como uma busca por "verticalidade", mas o discurso não se refletiu em campo. O camisa 23 não é um lateral de velocidade nem de ultrapassagem, e sim um jogador de apoio por dentro e sustentação na construção.
A ausência do jovem retrata um incômodo antigo. Assim como na era Renato Gaúcho, o Fluminense volta a repetir o padrão de pouca abertura a novas opções, apostando na manutenção de nomes já consolidados, mesmo quando o rendimento em campo não é o ideal.
Para o Fluminense transformar o potencial em resultado, Zubeldía terá que não apenas ajustar peças, mas também romper com os padrões que vinham sendo questionados. Sem corrigir essas repetições de passado, a reta final do Brasileirão corre o risco de repetir os fantasma que atormentaram o clube no ciclo anterior.
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Como fica o Fluminense?
Com o resultado, o Fluminense fica estacionado na tabela com 41 pontos e na sétima colocação do Campeonato Brasileiro. O Tricolor volta a campo para enfrentar o Internacional no próximo sábado (25), 17h30 (de Brasília), no Maracanã.

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