Fluminense paga por inoperância na Libertadores e vê principal objetivo esportivo e financeiro ir embora

Tricolor foi mal e ainda contou com erros de arbitragem para perder a boa vantagem e ser eliminado pelo Olimpia nos pênaltis na terceira fase

Olimpia x Fluminense - Nino
Fluminense foi eliminado pelo Olimpia na terceira fase da Libertadores (Foto: Staff images/CONMEBOL)

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O discurso desde o início do ano era que a Libertadores seria a grande obsessão do Fluminense na temporada. No entanto, o time que entrou em campo no Estádio Defensores del Chaco, em Assunção, no Paraguai, não parecia ser o mesmo que projetou esse objetivo. Inoperante no ataque e desatento com a principal qualidade do adversário, o Tricolor traçou mal a estratégia e viu a boa vantagem conquistada no Rio de Janeiro ruir diante de um Olimpia (PAR) que soube jogar e se motivar pela vaga na fase de grupos.

A derrota nos pênaltis foi apenas o capítulo final de uma história quase inacreditável construída ao longo do 2 a 0 para os paraguaios no tempo normal. Para o torcedor será difícil digerir o resultado porque mesmo com todas as limitações que o time já havia mostrado nas 14 partidas disputadas, nenhum jogo previa a falta de vontade e estratégia que viriam no Paraguai depois de um 3 a 1 que gerou confiança no Estádio Nilton Santos.

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A arbitragem interpreta um papel também fundamental nessa história. Sem VAR na principal competição do continente até as oitavas de final, o árbitro Roberto Tobar protagonizou dois lances no mínimo polêmicos em momentos chave para o Flu. Primeiro, ao anular o gol de David Braz aos sete minutos da etapa inicial, o que poderia mudar completamente o cenário do confronto. Depois, ao dar vantagem em falta sobre Nino, que segundos depois perdeu a bola e precisou parar o adversário para evitar o gol, mas não a expulsão por ser o último homem.

Mas o debate não pode se reduzir apenas a isso. Se Abel Braga afirmou que o Fluminense precisaria lutar fora de casa e não se apoiar na vantagem, o que se viu no campo foi o contrário. Mesmo a escalação de Jhon Arias e Martinelli, que mereciam a vaga como titulares, não fez o time jogar. Se antes o debate era se a venda de Luiz Henrique atrapalharia o ambiente na decisão, agora a certeza é que isso foi o menor dos problemas diante de uma estraégia falha e noite ruim de todos. Gabriel Teixeira, é importante citar, novamente perdeu um gol cara a cara com o goleiro. E agora custou caro.

Dentre tudo que faltou ao Tricolor, talvez o principal tenha sido a atenção à principal arma do Olimpia com as bolas aéreas e o peso da experiência tão buscada pelo Fluminense no mercado. O Flu parecia nem estar pronto para os pênaltis e os erros de Felipe Melo e Willian Bigode, dois dos mais velhos do elenco, foram apenas consequência de um time que não tinha os batedores de qualidade em campo.

No quesito financeiro, a queda na Libertadores significa deixar de ganhar pelo menos cerca de R$ 15,5 milhões pelas partidas da fase de grupos. Mas ser eliminado na terceira fase pelo menos fará com que o Flu dispute a Copa Sul-Americana e, assim, vai arrecadar uma premiação menor, já que são 900 mil dólares (R$ 4,6 milhões na cotação atual) pelos três primeiros jogos. Esse valor não paga nem a folha salarial do futebol tricolor, que gira atualmente em torno de R$ 6 milhões. Veja as premiações abaixo.

Como a principal competição do continente era tratada como prioridade, a queda vai impactar nos cofres e agravar a necessidade por novos recursos financeiros. A venda de Luiz Henrique por um valor que pode chegar até 13 milhões de euros (R$ 72 milhões) foi justificada pela crise nos cofres. O Fluminense, vale lembrar, segue com os salários de fevereiro e a segunda parcela do 13º atrasados. Novas vendas estão programadas, como já admitiu o presidente Mário Bittencourt.

Agora, o Fluminense volta as atenções para o Campeonato Carioca, onde faz o primeiro jogo da semifinal na próxima segunda-feira, às 20h, contra o Botafogo no Estádio Nilton Santos. O sorteio da Sul-Americana acontece no dia 25 de março, às 12h (de Brasília), em Assunção, no Paraguai. O Tricolor se junta aos outros seis brasileiros no torneio: Atlético-GO, Santos, Ceará, Internacional, São Paulo e Cuiabá.

VEJA AS PREMIAÇÕES DA SUL-AMERICANA

Fase 1: US$ 225 mil por jogo como mandante (cerca de R$ 1,1 milhão).
Fase de grupos: US$ 300 mil por cada jogo em casa (cerca de R$ 4,6 milhões com as três partidas como mandante).
Oitavas de final: US$ 500 mil (cerca de R$ 2,5 milhões).
Quartas de final: US$ 600 mil (cerca de R$ 3 milhões).
Semifinal: US$ 800 mil (cerca de R$ 4 milhões).
Vice-Campeão: US$ 2 milhões (cerca de R$ 11,1 milhões).
Campeão: US$ 5 milhões (cerca de R$ 25,3 milhões).

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