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Bruno Henrique, do Flamengo, é condenado em caso de manipulação de apostas

Julgamento foi feito pelo STJD nesta quinta-feira. Procuradoria pode recorrer

Bruno Henrique, em ação pelo Flamengo contra o Corinthians, no Maracanã, pela ida das semifinais da Copa do Brasil 2024 (Foto: Thiago Ribeiro/AGIF)
imagem cameraBruno Henrique foi julgado nesta quinta-feira (Foto: Thiago Ribeiro/AGIF)
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Lucas Bayer
Rio de Janeiro (RJ)
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Izabella Giannola
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 04/09/2025
17:25
Atualizado há 2 minutos

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Bruno Henrique, atacante do Flamengo, foi punido em caso de manipulação de apostas. O jogador levou uma suspensão de 12 jogos do Brasileirão e uma multa de 60 mil reais. O julgamento aconteceu no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), no Centro do Rio de Janeiro (RJ). A procuradoria do caso pode recorrer, se necessário.

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O julgamento contou com Michel Assef Filho veio como advogado do Flamengo e Ricardo Pieri Nunes, como advogado do jogador, além da presença do Flavio Araújo Willeman, vice-presidente do Flamengo.

Uma das principais linhas de defesa de Bruno Henrique, apresentada pelos advogados Michel Assef Filho e Alexandre Vitorino, foi o pedido de prescrição do caso em favor do jogador e do Flamengo.

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- O Flamengo reitera o seu posicionando de cumprimento às regras. De reprovação a qualquer ato de manipulação por resultado. Por isso o Flamengo está aqui. Para demonstrar o apoio ao seu atleta. Para no final do processo fazermos justiça - disse Assef.

- A primeira defesa do réu é o tempo. Caducou realmente a pretensão punitiva - completou Alexandre.

Assef ainda reconheceu que a luta contra a manipulação de resultados é legítima e importante, mas alerta que o processo precisa respeitar os prazos e regras do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). Segundo o regulamento, a Procuradoria tem até 60 dias para oferecer denúncia após tomar conhecimento de um possível ilícito.

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(Foto: Lucas Bayer/ Lance!)

- A procuradoria tem 60 dias para fazer o que quer. Estamos todos juntos nessa luta (contra a manipulação de resultados), mas não podemos rasgar o código. Estamos criando um monstro para combater outro monstro - disse o advogado.

O auditor Alcindo Guedes foi contrário a defesa do Bruno Henrique após a apresentação dos argumentos. Enquanto isso, o auditor Guilherme Martorelli votou a favor do BH. William Figueiredo votou contra. Até esta etapa, o marcador da audiência pendendo contra o jogador.

O presidente Marcelo Rocha, presidente, votou para colher a prescrição do caso de Bruno Henrique. O julgamento começou pela análise do pedido de prescrição feito pela defesa de Bruno Henrique, ou seja, a tentativa de encerrar o processo alegando que o prazo para punição já teria expirado. Esse ponto foi rejeitado pelo tribunal, por 3 votos a 2.

Com essa decisão, o caso não foi arquivado. Desta forma, os auditores passaram para a segunda parte: avaliar o mérito, ou seja, se Bruno Henrique é culpado ou inocente em relação à acusação de envolvimento em manipulação de resultados.

Auditores e membros da defesa ouviram o depoimento do delegado Daniel Cola, que participou de investigações sobre manipulação de apostas esportivas. Ele mencionou, entre outros pontos, conversas entre Bruno Henrique e seu irmão a respeito da projeção para um cartão amarelo no jogo entre Flamengo e Santos, em 2023.

Na sequência, Pedro Lacaza (representante da casa de apostas KTO) concedeu seu depoimento também. Pelo lado do Flamengo, Assef também se manifestou. Na sua argumentação, alegou que não existiu nenhum prejuízo esportivo no que diz respeito aos cartões tomados.

Fazendo uso do seu direito, Bruno Henrique deu seu depoimento de forma breve.

- Gostaria de afirmar a minha inocência e dizer que confio na justiça esportiva, jamais prometido. Nas infrações que estou sendo acusado, meus advogados estão aí e falarão com mim durante a defesa do processo. Faço questão de mostrar o meu respeito e a minha total confiança nesse tribunal. Desejo um excelente julgamento a todos, que tudo transcorra rapidamente. Um forte abraço e uma boa tarde a todos - disse o jogador.

A partir daí, começaram os depoimentos restantes. Michel Assef Filho, advgoado do Flamengo ao descartou as infrações de Bruno Henrique.

- Não tem informação privilegiada (de Bruno para Wander), isso vale zero. O Bruno não força o cartão (contra o Santos). Ele sequer faz a falta e se revolta com o árbitro logo em seguida, para a agonia do Flamengo, que estava querendo o cartão. Pois essa era a maneira mais benéfica para o Flamengo, ele receber esse cartão amarelo (cumpriria suspensão contra o Fortaleza e voltaria contra o Palmeiras). Qualquer conhecedor mediano de futebol saberia que o Bruno Henrique iria tomar cartão amarelo naquele jogo - disse.

As sustentações terminaram perto das 16h (de Brasília). A votação começou após uma pausa de dez minutos. Antes, Michel Assef chegou a atender a imprensa e falou sobre o caso.

- Confio muito no Bruno Henrique, jogador exemplar. Espero que a reputação volte a ser como antes - disse o advogado.

O auditor Alcindo Guedes, após longo discurso, absolveu Bruno Henrique do artigo 243 do CBJD (que previa punição por até 720 dias). Por outro lado, votou contrário ao atacante na denúncia no artigo 243-A. Assim, aplicou a pena mínima, com 12 partidas, com multa de R$ 60 mil.

Guilherme Martorelli, vice-presidente da 1ª Comissão Disciplinar do STJD, se posicionou pela absolvição nos artigos 243 e 243-A, aplicando apenas uma multa de R$ 100 mil com base no artigo 191.

William Figueiredo votou a favor de Bruno Henrique nos artigos 191 e 243. Mas condonou o camisa 27 no 243-A, com 12 partidas, mais R$ 60 mil de multa. A auditora Carolina Ramos absolveu o atleta no artigo 243 e o condenou no 243-A, com suspensão de 12 jogos e multa de R$ 60 mil.

O presidente Marcelo Rocha também absolveu Bruno Henrique no artigo 243. Já no 243-A, votou pela suspensão de 12 partidas + multa de R$ 60 mil.

Entenda o cenário

Bruno Henrique foi denunciado pelo Ministério Público do DF em junho, junto com o irmão, Wander Nunes Pinto, e mais sete pessoas. Segundo a acusação, o atleta teria avisado ao irmão que receberia um cartão amarelo na partida contra o Santos, em novembro de 2023, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Na ocasião, o jogador estava pendurado com dois cartões no Brasileirão.

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Apostas feitas por Wander, a esposa dele, uma prima e amigos levantaram suspeitas das casas de apostas pelo volume investido no cartão do atacante. Mensagens extraídas do celular do irmão de Bruno Henrique serviram de base para a denúncia.

Bruno Henrique
Conversa entre Bruno Henrique e seu irmão (Foto: Reprodução/Metrópoles)

A investigação da Polícia Federal começou em agosto de 2023. Em novembro, Bruno Henrique e outros suspeitos foram alvo de buscas, e o indiciamento ocorreu em abril deste ano.

Apostador confessa esquema de manipulação

Douglas Ribeiro Pina Barcelos, amigo do irmão de Bruno Henrique, confessou ter sido beneficiado pelo camisa 27 em apostas esportivas. Em audiência, realizada no último dia 4 de junho, o apostador afirmou que sabia das intenções de Bruno Henrique em ser advertido com cartão amarelo. Ele é um, dentre outros nove indiciados por conta do esquema, que ainda é investigado pela Polícia Federal.

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