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SAFiel: conheça o projeto que quer a torcida no comando do Corinthians

Apresentação da proposta está marcada para 28 de outubro

Torcida do Corinthians na Neo Química Arena (Foto: Divulgação/ Corinthians)
imagem cameraProposta visa uma SAF administrada pelo torcedor do Corinthians(Foto: Divulgação/ Corinthians)
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Ulisses Lopresti
São Paulo (SP)
Dia 04/09/2025
05:15

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Com uma dívida avaliada em R$ 2,5 bilhões, o Corinthians busca se reestruturar financeiramente, e um dos temas mais debatidos é a criação de uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol). Enquanto parte dos torcedores rejeita ver o Timão com um 'dono', empresários corinthianos decidiram propor um projeto em que a própria Fiel poderia ditar o futuro do clube.

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A SAFiel começou a ser formada em fevereiro deste ano pelo empresário Carlos Teixeira, o investidor Mauricio Chamati, o advogado tributarista Eduardo Salusse e o publicitário Lucas Brasil. A ideia consiste em criar uma SAF democrática, em que torcedores seriam acionistas do Corinthians.

Seriam dois proprietários: o Parque São Jorge e os torcedores acionistas, reunidos sob o CNPJ da Invasão S.A. O clube aportaria as propriedades do futebol e a dívida, enquanto a SAF garantiria o pagamento das pendências e um novo investimento financeiro.

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A gestão do Corinthians passaria a ser feita por quatro conselhos, Administrativo, Fiscal, Cultural e de Governança, todos definidos pelos votos dos torcedores acionistas. Os órgãos, então, definiram um CEO, a partir de regras do estatuto da SAF, que estaria preparado para gerir o clube.

(Foto: Reprodução/SAFiel)

- É uma refundação administrativa e financeira do Corinthians. Como se o clube fosse reestruturado do ponto de vista da gestão, criando uma cultura empresarial, porque o futebol hoje é um negócio. No mundo inteiro, os clubes que vencem as principais ligas ou se destacam em relação aos concorrentes contam com uma gestão profissional. Em alguns casos, é possível fazer uma boa gestão a partir do modelo associativo, mas isso é exceção. O modelo associativo carrega ciclos eleitorais, no caso do Corinthians, a cada três anos há eleição, o que permite a entrada de um novo presidente que pode mudar totalmente a linha de atuação do clube - disse Carlos Teixeira em entrevista exclusiva ao Lance!.

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Participação popular

Há alguns exemplos deste modelo de gestão no esporte internacional, o mais conhecido deles é o Green Bay Packers, time da NFL, em que os torcedores se tornaram acionistas do clube e foram peça importante na revitalização da equipe. A primeira ideia dos empresários foi entrar politicamente no Corinthians, mas acabaram desistindo

- Quando percebemos que o caminho político era inviável por diversas razões, fomos forçados a pensar em outro tipo de solução. E isso acabou sendo ótimo, porque no fim das contas um dos grandes trunfos da SAFiel, e são vários, é ter sido pensada de fora para dentro, por corinthianos comuns que estão fora do Parque São Jorge. Pessoas que não têm nenhum comprometimento político, nenhum compromisso com linhas de poder dentro do clube e que, de forma legítima, querem dar uma contribuição ao Corinthians, recolocando-o no lugar que merece. Por isso, foi positivo não termos ingressado na política interna: isso nos deu a chance de pensar em um projeto como pessoas de fora, autênticas, e que considero espetacular sob vários aspectos - contou o empresário.

Os acionistas da Invasão Fiel S.A seriam divididos de duas formas. Parte seria destinado a torcedores do Corinthians, que teriam que comprovar o vínculo sendo associados do Parque São Jorge, ou membros do Fiel Torcedor por um longo período. O grupo teria direito a voto, e os valores poderiam desde grandes aportes, como R$ 10 milhões, até os mínimos, no valor de R$ 200. Entretanto, a ideia é garantir a presença massiva dos torcedores com o menor investimento, para garantir uma participação popular.

- O primeiro ponto é que existe um limite máximo de compra: mesmo que alguém tenha R$ 100 milhões, não poderá adquirir todo esse valor em ações com direito a voto. O teto individual será de 1,8%. Além desse limite, quando as ações forem distribuídas, criaremos potes de reservas populares. Isso significa que haverá três categorias: um para investidores que a legislação classifica como profissionais), outro para investidores qualificados, faixa intermediária, também prevista em lei, e o terceiro, mais popular. Em todos os casos, a ação será a mesma: todo corinthiano vai comprar o mesmo tipo de ação. A divisão em potes serve justamente para garantir espaço ao investidor popular, evitando que quem tem mais dinheiro ultrapasse os limites e “invada” a participação destinada à base da Fiel - explica Carlos.

Carlos Teixeira do Corinthians
Carlos Teixeira, um dos idealizadores do projeto (Foto: Ulisses Lopresti/Lance!)

A outra classe de acionistas seria destinada a investidores que não desejam ter direito a voto. Esses teriam mais liquidez e poderiam vender suas ações em até cinco anos, em uma eventual Oferta Pública Inicial (IPO), quando o clube passaria a ser negociado na bolsa de valores.

Apresentação oficial

O projeto passa por alguns ajustes ainda antes de ser oficialmente lançado. A data oficial será no dia 28 de outubro, quando os organizadores da SAFiel pretendem apresentar uma proposta ao Conselho Deliberativo do Corinthians.

Os idealizadores da SAFiel se reuniram recentemente com representantes das torcidas organizadas do Corinthians. O objetivo do encontro foi apresentar detalhes do projeto e conquistar maior apoio da Fiel para a proposta de transformação do clube em uma SAF popular.

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