Garone: ‘Vasco de Maurício Souza repete os erros de 2021’
Time tem apenas uma vitória nos últimos cinco jogos
"Hoje vi um time que conseguiu desenvolver um pouco mais, trocar mais passes, criar mais situações de gol, teve o recorde em troca de passes e chegadas ao terço final". A declaração é de Maurício Souza, técnico do Vasco, após o empate em 1 a 1 com o Ituano, 15º colocado da Série B, em São Januário. Mas bem que poderia ser uma reprise de alguma coletiva de Marcelo Cabo, Lisca ou Fernando Diniz em 2021.
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Ter mais posse de bola e trocar mais passes em momento algum fez do Vasco mais perigoso. Nem em 2021, nem nesta terça-feira. Aliás, desde o ano passado é cada vez mais claro que ocorre o oposto: a equipe fica mais frágil.
Não é uma questão de posse ou passe em si. É a forma como se posiciona pra isso. A ideia do treinador vascaíno é trocar passes e ocupar o campo adversário com o maior número de jogadores possível. Na teoria, isso aumentaria a ofensividade do time. Na prática, porém, o que se vê é uma equipe mais exposta. Assim como no ano passado.
Edimar e Gabriel Dias, dois laterais que com Zé Ricardo nunca subiam simultaneamente, agora sobem. Andrey, idem. Às vezes até Yuri. E se os jogadores de trás avançam, os da frente também andam uma casa. Resultado: Quintero e Anderson Conceição tendo que cobrir metade do campo sozinhos. E toma-lhe contra-ataque. Como no gol de Rafael Papagaio, que abriu o placar esta noite.
O Vasco se posiciona para atacar e, quando vê, está sendo atacado. Por isso trocou 523 passes certos no jogo - feito comemorado por Maurício -, mas só finalizou 11 vezes. Já o Ituano precisou de apenas 177 para concluir dez contra o gol de Thiago Rodrigues.
Foi uma estratégia do adversário, não um mérito cruz-maltino. Para atacar os espaços em velocidade com Neto Berola, os paulistas precisavam primeiro que os vascaínos se adiantassem. Dito e feito.
Não há o que comemorar numa posse que deixa o time mais exposto do que ofensivo. O gol de empate não saiu através de uma pressão ou uma bela jogada trabalhada, mas sim de uma das poucas armas ofensivas que a equipe possui: a bola parada de Nenê e o jogo aéreo. Além, claro, da falha do goleiro Filipe.
O Vasco de Zé Ricardo também tinha suas limitações ofensivas, mas era sólido na defesa. Solidez que vinha exatamente de uma estrutura onde laterais e volantes dificilmente ultrapassavam a linha da bola. Principalmente de forma simultânea. Na tentativa de tornar o time mais ofensivo, Mauricio vem tirando dele sua maior virtude. Talvez a única.
* Com estatísticas do site Footstats