Waldir Peres, o goleiro da Copa-82 e de muitos títulos celebra 65 anos

Ídolo no São Paulo,  com presença na lista do Brasil em três Mundiais e campeão no Timão, ex-goleiro (rei do pênalti) e atual treinador ainda é lembrado por falha  na Espanha-82    

Waldir Peres
Waldir Peres recebe uma camisa estilizada de Rogério Ceni. Dois goleiros marcantes história são-paulina (Foto: Eduardo Viana/Lancepress!)

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A eliminação do Brasil no Mundial de 1982 foi conseqüência de erros coletivos e do imponderável que habita o futebol. Mas muitos insistem em lançar Waldir Peres, que neste sábado está completando 65 anos, como um dos destaques negativos da tragédia. Na realidade, o ex-goleiro cometeu uma única falha, no gol de Andrei Bal, na estreia da Seleção Brasileira, com vitória de 2 a 1 sobre a União Soviética.

- Quem conhece a posição sabe que isso é normal na carreira, costuma afirmar o protagonista, que esteve em três Copas – Alemanha Ocidental-74, Argentina-78 e Espanha-82 – e jogou por quase 20 anos em oito clube distintos, entre os quais o São Paulo e o Corinthians.

Waldir Peres nasceu em Garça, interior paulista, em 2 de janeiro de 1951. Iniciou sua trajetória profissional na Ponte Preta, em 1970. Mas foi no clube do Morumbi que fez fama, de 1973 a 1984, e pelo qual atuou em 611 partidas, conquistando os títulos paulistas de 1975, 1980 e 1981, e o Brasileiro de 1977. Nas decisões de 1975, diante da Portuguesa, e de 1977, do Atlético-MG, essa num Mineirão superlotado, deixou o campo como herói, graças ao seu desempenho nas disputas por pênaltis.

Vestiu a camisa do São Paulo pela última vez na goleada de 7 a 1 sobre o Café-Londrina-PR, em amistoso realizado no interior paranaense, substituído pelo jovem Barbiroto. Ao sair do Tricolor, o ex-goleiro defendeu América-RJ, Guarani, Corinthians – ganhou o Paulistão de 1988 -, Lusa, Santa Cruz-PE e regressou à Ponte Preta, no qual deixou os gramados. Prosseguiu, no entanto, como treinador, dirigindo por 19 clubes, de São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná e Tocantins.

Seleção Brasileira

Waldir Peres fez sua primeira partida com a camisa verde e amarela em 14 de outubro de 1975, na vitória de 2 a 0 sobre o Peru, em Lima, pela Copa América. Mas não foi muito feliz. O adversário havia vencido por 3 a 1 no duelo de ida da decisão, em Belo Horizonte. E conquistou o título no sorteio, como previa o regulamento.

O goleiro fez 28 jogos contra seleções estrangeiras, o último na terrível derrota de 3 a 2 para a Itália de Paolo Rossi, em 5 de julho de 1982, no Estádio Sarriá, que afastou o time treinado por Telê Santana do Mundial. Nesses oito anos, levantou as Copas do Atlântico, Roca, Rio Branco, e a Taça Osvaldo Oswaldo Cruz, todas em 1976. Nos três Mundiais que disse presente, foi reserva de Emerson Leão em 1974, terceiro goleiro em 1978 e e titular em 1982, posição que praticamente garantiu em triunfos espetaculares  contra a então Alemanha Ocidental: defendeu dois pênaltis na vitória por 2 a 1, em 1981, em Stuttgart; e na vitória por 1 a 0 em amistoso no dia 21 de março de 1982 , no Maracanã, diante de pouco mais de 150 mil espectadores.

Até então, era questionado por mídia e opinião pública, e ameaçado por João Leite, do Atlético-MG, Carlos, da Ponte Preta, e Paulo Sérgio, seu suplente na Espanha. Nas vitórias sobre os alemães, praticou intervenções notáveis, ( no Maracanã, foram três incríveis) encerrando a polêmica.

De qualquer forma, aos completar 65 anos de idade, 46 de futebol, Valdir Peres pode afirmar que integrou uma das mais fantásticas Seleções Brasileiras da história, ao lado de craques como Leandro, Júnior, Toninho Cerezo, Falcão, Zico e Sócrates, e que mistérios do esporte mais popular do mundo não quiseram tornar campeã. Se tal ocorresse, ninguém lembraria o gol de Bal.

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