Rivalidade na maratona aquática é aposta de medalha do Brasil no Rio

Em destaque no radar do COB, modalidade conta com o embalo de Ana Marcela Cunha e a experiência de Poliana Okimoto para alcançar pódio inédito nos Jogos Olímpicos de 2016

Ana Marcela Cunha e Poliana Okimoto
Ana Marcela Cunha e Poliana Okimoto: as apostas do Brasil na maratona aquática (Fotos? Divulgação)

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Não faz muito tempo que a maratona aquática estreou nos Jogos Olímpicos. Foi na edição de Pequim (CHN), em 2008, que Ana Marcela Cunha, com 16 anos, e Poliana Okimoto, aos 25, inauguraram a modalidade no evento sob os olhares do mundo. Se naquele momento era cedo para sonhar com o pódio, hoje, o panorama é outro.

Do fôlego e das braçadas de ambas, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) espera ao menos uma medalha na Olimpíada do Rio, em 2016. Aos 23 anos, a baiana Ana Marcela vive sua melhor fase, coroada com o prêmio de atleta do ano da entidade, entregue há uma semana, ao lado do canoísta Isaquias Queiroz.

Após bater na trave nas eleições 2010 e 2014, ela recolocou o esporte em evidência, como fez Poliana, de 32, em 2013. Na ocasião, a paulista se sagrou campeã nos 10km no Mundial de Barcelona (ESP). Em julho deste ano, Ana foi ouro nos 25km (não-olímpica) e bronze na disputa menor, em Kazan (RUS).

– Sou a única mulher na América do Sul a ter duas medalhas de ouro em Mundiais de esportes aquáticos e brigo para ser a melhor, independentemente da prova – garantiu Ana Marcela, que também conquistou o ouro nos 25km no Mundial de Xangai (CHN), em 2011.

As duas garantiram a classificação para os Jogos do Rio no Mundial da Rússia. Ana ficou em terceiro, e Poliana, em sexto (as dez primeiras asseguravam vaga). Apesar de reconhecer o melhor momento da oponente nos últimos anos, a paulista se vê viva na disputa por resultados.

– É da cultura brasileira dar valor a quem está em primeiro lugar. A Ana tem todo o merecimento. Tive uma lesão quando estava na liderança do Circuito Mundial e precisei parar para me cuidar. Mas quero ser a melhor de novo – disse Poliana, que sofreu uma ruptura de uma vértebra da coluna cervical no ano passado.

A expectativa para a Rio-2016 é de apagar as frustrações de Londres (ING), em 2012. Na época, Ana Marcela não se classificou, e Poliana, no auge, sofreu uma hipotermia que a fez abandonar a disputa. Atualmente, elas defendem o mesmo clube, a Unisanta, e tiram proveito da rivalidade. Apesar disso, a primeira treina em Santos, e a segunda, em São Paulo.

– Isso ajuda em nossa preparação, pois competimos bastante juntas e nos estimulamos – contou Okimoto.

A melhor posição do Brasil na maratona aquática em Jogos Olímpicos até hoje foi o 5º lugar de Ana Marcela, em 2008.

– Fui 11ª no Mundial que valia vaga para Londres. Mas é na hora da dificuldade que os grandes atletas crescem para dar um impulso e voltar. Foi o que aconteceu comigo – disse Ana Marcela.

BATE-BOLA
Poliana Okimoto
maratonista aquática, ao LANCE!

‘O circuito do Rio é estranho’

LANCE!: Como está sua preparação?
Poliana Okimoto: Tive uma evolução. Meu técnico (Ricardo Cintra) antes era psicólogo, nutricionista, treinador e marido. Hoje, é só técnico e marido (risos). Ter uma equipe ajuda a recuperação muscular.

LANCE!: O que você achou do circuito do evento-teste em Copacabana?
Poliana: Achei o circuito estanho. Algumas boias saem do padrão. Mas temos de nos adaptar, pois não vai mudar. É ir para frente sem pensar que será ruim.

OS CURRÍCULOS


Ana Marcela Cunha
Eleita a melhor atleta de 2015 no Prêmio Brasil Olímpico, a baiana é a brasileira com o maior número de medalhas em Mundiais, com seis. Em Kazan (RUS), neste ano, foi ouro nos 25km, prata nos 5km por equipe e bronze nos 10km; em Barcelona (ESP), em 2013, foi prata nos 10km e bronze nos 5 km; em Xangai (CHN), em 2011, faturou o ouro nos 25km.


Poliana Okimoto
Atleta do ano em 2013 e eleita a melhor do mundo em águas abertas pela revista Swimming World no mesmo ano, é dona de quatro medalhas em Mundiais: em Barcelona, levou o ouro nos 10km, a prata nos 5km e o bronze nos 5km por equipe; em Roma (ITA), em 2009, levou o bronze nos 5km. Faturou a prata nos Pan do Rio, em 2007, e Guadalajara (MEX), em 2011.

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