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Dirigentes de futebol que viraram políticos

Clubes de futebol seguem sendo alavanca para dirigentes ingressarem na política

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Alexandre Kalil, Zezé Perrella e Andrés Sanchez (Foto: Divulgação/Wikipédia/Divulgação/Wikipédia/Divulgação/Wikipédia)

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"A Política e o Futebol andam lado a lado", essa frase sempre ecoa pelos quatro cantos do país, e muitos cartolas de equipes brasileiras, usam o futebol como escada para a política e assim sucessivamente. o Lance! te mostra três dos principais cartolas de clubes mais populares do Brasil que encararam o desafio na política. Confira:

José Perrella de Oliveira Costa (Zezé Perrella)

Assumiu pela primeira vez a presidência do Cruzeiro em 1994, cargo que ocupou entre 1995 e 2002, durante três mandatos. Em 2003 seu irmão Alvimar Perrella assumiu a cadeira.

Em 2008 foi novamente eleito presidente do Cruzeiro, assumindo em 2009 o seu quarto mandato no comando do clube com término em 2011. Durante este último mandato, Zezé Perrella e Alexandre Kalil, ex-presidente do Atlético-MG, protagonizaram diversas trocas de farpas. Em certa ocasião, o presidente do Cruzeiro brincou, afirmando que a sala de troféus do Galo se parecia com a praia de Guarapari, no Espírito Santo, por só ter mineiros, devido ao número de turistas de Minas Gerais que frequentam a cidade ser muito elevado. Em outubro de 2017, Perrella foi eleito por aclamação como presidente do conselho deliberativo do clube.

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Foi deputado federal pelo PFL (hoje Democratas-DEM), no período de 1999 a 2003 atingindo a segunda maior votação entre os candidatos à Câmara dos Deputados em Minas. Em 2002 candidatou-se ao Senado, obtendo 2,94 milhões de votos, quarta colocação no estado, foi eleito deputado estadual em do estado em 2006, pelo PSDB. Em 2009 deixou o PSDB (Partido Social da Democracia Brasileira) e filiou-se ao PDT (Partido Democrático Trabalhista).

Em junho de 2010, seu nome foi oficializado como primeiro suplente na candidatura de Itamar Franco ao senado. Com o falecimento de Itamar, Perrella foi empossado em 11 de julho de 2011 para cumprir o restante do mandato. Na época, era investigado por suspeita de lavagem de dinheiro na venda do zagueiro Luisão, em 2003, investigação que já dura 12 anos, sem que nenhuma denúncia fosse feita por parte do Ministério Publico. Esta investigação foi aberta pelo promotor Eduardo Nepomuceno, promotor afastado por seus pares no Conselho Nacional do Ministério Público, por conter irregularidades em processos de sua autoria e abuso de poder. É dono de uma fazenda em Minas Gerais avaliada em R$ 60 milhões. Em março de 2016 anuncia sua saída do PDT (Partido Democrático Brasileiro) e dias depois o ingresso no PTB (Partido Trabalhista Brasileiro). Em janeiro de 2017, ingressa no MDB (Movimento Democrático Brasileiro). Em julho de 2017 votou a favor da reforma trabalhista.

Em outubro de 2017 votou a favor da manutenção do mandato do senador Aécio Neves derrubando decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal no processo onde ele é acusado de corrupção e obstrução da justiça por solicitar dois milhões de reais ao empresário Joesley Batista. Em novembro de 2018, o senador votou a favor do aumento de salário dos integrantes do STF (Superior Tribunal Federal), que gerará o reajuste de milhares de salários no nível federal, estadual e municipal, com impacto negativo estimado de R$ 6 bilhões/ano no orçamento nacional.

Perrella
Zezé Perrella (Foto: Divulgação/Wikipédia)

Andrés Navarro Sanchez (Andrés Sanchez)

Assumiu a presidência do Corinthians em 2007, pouco antes da maior tragédia esportiva do clube, o rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro. Desde então comandou uma grande e profunda reformulação da estrutura funcional do clube e do futebol, aliado com o departamento de marketing, comandado por Luis Paulo Rosenberg, e com o departamento financeiro, comandado por Raul Corrêa da Silva. As mudanças culminaram com o retorno do Corinthians à elite do futebol brasileiro, conquistando título da Série B em 2008, após contratar Mano Menezes para comandar a equipe, tendo o treinador gaúcho levado à equipe à final da Copa do Brasil, tendo sido derrotado na final contra o Sport.

Em dezembro de 2008, confirmou uma das maiores contratações da história do futebol brasileiro, ao anunciar que fechará contrato com Ronaldo Fenômeno para o ano de 2009. O estrelado atacante foi peça fundamental nas conquistas do Paulistão (invicto) diante do Santos, além da Copa do Brasil diante do Internacional, garantindo a participação corintiana na Copa Libertadores de 2010, ano do centenário do clube.

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Às vésperas do aniversário do clube em 2010, Andrés anunciou a construção do Estádio do Corinthians, o grande sonho dos torcedores, com capacidade de 49 mil pessoas. O estádio foi palco da abertura da Copa do Mundo de 2014.

Envolveu-se em polêmicas com o dirigente palmeirense Wlademir Pescarmona por acusar seu time de ter "entregado" o jogo ao Fluminense  para que o Corinthians não vencesse o campeonato. Em 2010 ainda, ao final do campeonato, no Prêmio Craque do Brasileirão, Andrés Sánchez foi vaiado pela torcida tricolor, após debochar dela no Rio de Janeiro logo depois de proferir o discurso sobre o centenário corintiano.

Andrés tinha uma rivalidade acirrada com o ex-presidente do São PauloJuvenal Juvêncio, que faleceu em 2015, e foi um dos responsáveis pela deserção de vários clubes do Clube dos 13 que tentavam conseguir o maior valor já pago no futebol brasileiro pelos direitos de transmissão. O Clube dos 13 era dirigido por Fábio Koff e tinha como vice-presidente Juvenal Juvêncio, que ganharam a eleição contra a chapa que apoiava Andrés SánchezRicardo Teixeira, que tinham como candidato Kléber Leite. Em fevereiro de 2018, foi eleito novamente presidente do Sport Club Corinthians Paulista. Com a eleição, deixou o mandato de deputado federal e foi substituído por Luiz Cláudio Marcolino ou Netinho de Paula.

No dia 11 de novembro de 2020, a poucos dias da eleição presidencial que definiria um novo mandatário para o Corinthians, Andrés pediu licença de seu cargo na presidência do clube. Isto fez com que um de seus vices, Alexandre Husni, assumisse a função interinamente. Andrés, entretanto, voltou a exercer o cargo de presidente menos de um mês depois, no dia 8 de dezembro. Ele permaneceu na função até o dia 3 de janeiro de 2021, quando foi sucedido pelo presidente eleito Duílio Monteiro Alves, que havia concorrido pela chapa "Renovação e Transparência", a mesma do próprio ex-presidente.

Já foi diretor de seleções da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) de 2011 a 2012. Em 2014, foi denunciado pelo Ministério Público Federal por sonegação fiscal. Em 23 de fevereiro de 2017, seu nome foi mencionado ao esquema de corrupção da construtora Odebrecht. A empresa alegou pagamento de 2,5 milhões de reais a título de caixa dois ao deputado. No mês seguinte, teve um inquérito pedido pelo então Procurador-Geral da República Rodrigo Janot no âmbito da Operação Lava Jato. Foi também, deputado federal de 2015 à 2019, pelo PT (Partido dos Trabalhadores).

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Andrés Sanchez (Foto: Divulgação/Wikipédia)

Alexandre Kalil

Filho do ex-presidente do Atlético-MGElias Kalil (1930-1993), foi presidente do conselho deliberativo e diretor de futebol, eleito presidente do 51º mandato do clube em 2008, cargo que ocupou até 2014. Aos 25 anos de idade, Alexandre recebeu a tarefa de comandar o voleibol do Clube Atlético Mineiro, modalidade hoje extinta no clube. Entre 1980 e 1983, durante a gestão de Kalil, o Atlético conseguiu sete títulos pelo vôlei - quatro campeonatos estaduais e outros três metropolitanos.

Nos anos de 2001, 2002, 2009, 2012 e 2013, conquistou o Troféu Guará como o melhor dirigente da temporada no futebol mineiro. Em 14 de outubro de 2004, foi reeleito presidente do conselho deliberativo, permanecendo até 29 de julho de 2006. Elegeu-se presidente do Clube Atlético Mineiro em 30 de outubro de 2008, com 271 votos, contra 130 de Sérgio Bias Fortes.

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Em seu primeiro mandato, Alexandre Kalil conseguiu sanar as dividas do Atlético, montou fortes elencos para o Brasileirão de 2010 e 2011, mas nesses dois anos o Galo brigou para não ser rebaixado, o que fez parte da torcida atleticana não o apoiar em sua reeleição. Kalil foi reeleito em dezembro de 2011, e prometeu fazer times ainda mais competitivos para 2012 e disse também que era obrigação do Atlético ser campeão mineiro daquele ano. O Atlético foi campeão mineiro de 2012 de forma invicta, o que não acontecia desde 1976, foi eliminado na Copa do Brasil nas oitavas de final pelo Goiás, mas terminou o ano como vice-campeão brasileiro.

O técnico Cuca estava perto de completar dez meses de Atlético-MG e já tinha uma equipe montada. Mas o treinador queria mais, estava em busca de um jogador para ser protagonista, o diferencial do time no Campeonato Brasileiro que começaria em algumas semanas. Para a felicidade do técnico, Kalil em uma rápida negociação contratou Ronaldinho Gaúcho, que se tornaria um dos maiores jogadores na história alvinegra.

Em dezembro de 2012, Kalil entrou na disputa pela frase do ano do programa Redação SporTV, com a frase: "É na mão desse tipo de gente, desse rapazinho que nós estamos. Ele se traveste de auditor do futebol brasileiro, que recebe R$ 1 bilhão por ano. Eu quero avisar aos presidentes dos clubes que nós estamos nas mãos desses garotinhos, desses menininhos que brincam no Facebook", ele disse essa frase após Ronaldinho Gaúcho receber uma partida de suspensão no Campeonato Brasileiro. O dirigente protestou contra um dos auditores do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que postou montagens em uma rede social contra um atleta do clube.

Na gestão Kalil entre os anos de 2009 e 2014, o Clube Atlético Mineiro foi 3 vezes campeão mineiro (2010, 2012 e 2013), vice-campeão brasileiro (2012), campeão da Recopa Sul-Americana de 2014, da Copa do Brasil de 2014 e da Copa Libertadores de 2013. Também sobre a gestão Kalil, o Galo teve a maior série invicta de um time como mandante na história do futebol brasileiro. Ao todo, o Galo ficou sem perder por 54 jogos, com 44 vitórias e dez empates entre Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, Mineirão e, sobretudo, no estádio Independência, local em que o número ganhou corpo com 38 jogos de invencibilidade. Entre outubro de 2013 e dezembro de 2014, o rival ficou 8 partidas sem vencer o Atlético Mineiro, que com mais 3 partidas realizadas em 2015, se tornaria uma das maiores séries invictas do maior clássico de Minas.

Na eleição municipal de Belo Horizonte em 2016, concorreu à prefeitura pelo PHS (Partido Humanista da Solidariedade), como o apoio da REDE (Rede de Sustentabilidade) e do PV (Partido Verde), tendo o deputado Paulo Lamac (REDE) como vice na chapa. Elegeu-se prefeito com cerca de 52,98% dos votos no segundo turno. Em 2020, foi reeleito em primeiro turno com 63,36% dos votos, desta vez, pelo PSD (Partido Social Democrático), tendo como novo vice-prefeito o ex-secretário de Fazenda Fuad Noman, também filiado ao PSD. Em 28 de março de 2022, renunciou à Prefeitura de Belo Horizonte, com vistas à candidatura ao governo de Minas Gerais. Teve a candidatura ao governo de Minas Gerais oficializada pelo PSD (Partido Social Democrático) no dia 24 de julho de 2022, porém obteve 3.805.182 votos (35,08%), ficando em segundo lugar.

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Alexandre Kalil (Foto: Divulgação/Wikipédia)

Estagiário sob supervisão de Vinicius Perazzini*

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