Argentinas fazem ‘intercâmbio’ na Superliga por vaga olímpica inédita

Destaques do Rio do Sul, Mimi Sosa e Tati Rizzo tentam feito histórico: levar país à Rio-2016

Mimi Sosa e Tatiana Rozzo(foto:Divulgação/Rio do Sul/Equibrasil)
Mimi Sosa e Tatiana Rizzo, do Rio do Sul, defendem a seleção  da Argentina (Fotos: Divulgação/Rio do Sul/Equibrasil)

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Único representante da Região Sul do Brasil na Superliga feminina de vôlei, o Rio do Sul/Equibrasil aproveitou a proximidade geográfica com a Argentina para unir o útil ao agradável.

Sexto colocado no campeonato, o time reforçou o elenco com duas atrações do país vizinho em 2015. Em “troca”, cedeu a babagem do vôlei brasileiro a quem tenta disputar pela primeira vez uma Olimpíada e fazer história para sua nação.

Os personagens envolvidos na trama são três: a central Mimi Sosa, melhor sacadora da Superliga 2014/2015, a líbero Tatiana Rizzo, melhor defensora da atual edição (93.8% de eficiência), e o técnico Spencer Lee, do time catarinense.

Entre os dias 6 e 10 de janeiro, as “hermanas” disputam o Pré-Olímpico sul-americano, em Bariloche (ARG), contra Peru, Colômbia, Venezuela e Chile. O campeão leva uma vaga na Rio-2016. Nunca a Argentina disputou uma Olimpíada no vôlei feminino. No masculino, o país assegurou em outubro a classificação para a sua sétima edição.

– Pode ser a nossa primeira vez. Eu confio muito no trabalho, pois nosso nível está crescendo. A ansiedade é que está nos matando – disse ao LANCE! Mimi, que defende a Argentina há sete anos e está na segunda temporada no Brasil.

A qualidade das estrangeiras é apontada por Spencer como um dos ingredientes da boa campanha do Rio do Sul. A equipe, que briga pela classificação aos playoffs, já venceu favoritos como Camponesa/Minas e Sesi-SP. Até agora, foram sete vitórias e cinco derrotas.

A saga em busca das argentinas foi uma solução encontrada pelo técnico para fortalecer o elenco diante do pouco orçamento disponível (o décimo dentre os 12 times na disputa, segundo ele). Em 2014, quem puxou a fila foi a levantadora Yael, também da seleção do país.

– Talvez essas atletas não seriam tão visadas pelos clubes grandes, mas, para nós, têm mercado. Fico honrado por elas terem escolhido Rio do Sul – falou Spencer.

Até agora, três das 12 seleções já estão classificadas para a Olimpíada do Rio no vôlei feminino. Além do Brasil, país-sede, China (campeã) e Sérvia (vice) garantiram vagas na Copa do Mundo deste ano.

O Rio do Sul está em Lima (PER) até quarta-feira para amistosos contra a seleção local. O time volta a jogar pela Superliga no dia 9 de janeiro, contra o Sesi-SP, às 14h40 (de Brasília), em São Paulo.

Com a palavra
Spencer Lee, técnico do Rio do Sul/Equibrasil

"A chance da Argentina é muito grande"

A Mimi e a Tati estão na expectativa de ir pela primeira vez a uma Olimpíada. É um sonho de muita gente, e nós somos parte do sonho delas. A chance da Argentina é muito grande, e é importante para nós trabalhar com atletas que têm postura de raça, característica do argentino. Relacionamos muito a imagem deles ao futebol, mas agora temos o exemplo em uma equipe de vôlei. A duas têm uma vantagem interessante, que é a experiência.

Neste ano, o mercado nacional estava escasso na posição de líbero. Falta experiencia, e é uma função muito importante. Com um bom libero, você começa bem as jogadas. A Tati nos trouxe essa bagagem. Hoje, ela soma em tranquilidade e segurança. A Mimi já é figurinha carimbada. Foi melhor sacadora da Superliga.

Há um reconhecimento da Argentina ao vôlei brasileiro. Nós as ajudamos a se prepararem para buscar a vaga olímpica. Ao mesmo tempo, elas elevaram o nosso nível.

Bate-Bola
Mimi Sosa, central do Rio do Sul ao LANCE!

LANCE!: O que te levou a renovar o contrato para jogar mais um ano no Brasil?
Mimi: A Superliga para mim sempre foi um sonho. Agora já é um cumprido, fique feliz em renovar, pela torcida, pelas pessoas que sempre estão conosco. Acho que continuar qui para mim e u desafio importante. Ano passado, foi um objetivo alcançado.

L!: Você é uma central considerada baixa (1,78m). Isso já te prejudicou?
M: Quando comecei, ninguém acreditava que eu conseguiria jogar nesse nível por causa de minha altura, mas trabalho todos os dias para saltar, na academia. Cuido dos joelhos, porque preciso muito deles para me manter neste nível. A vontade que eu tenho de me superar. Já estou há 7 anos na seleção argentina. Fui quatro anos capitã.

BATE-BOLA
Tatiana Rizzo Líbero do Rio do Sul, ao L!

LANCE!: Como foi conciliar nos últimos meses o foco na busca pela classificação olímpica e na Superliga?
Tatiana: A classificação é importantíssima para mim, mas são dois torneios diferentes. Jogar a Superliga é muito legal. Tentei me concentrar neste tempo no Brasil para melhorar meu rendimento e desfrutar ao máximo de cada partida. Agora que já estamos em Bariloche, o foco esta todo na classificação.

L!: Até que ponto a presença de você e da Mimi ajudou o Rio do Sul?
T: Não são só duas jogadoras que têm de jogar bem. As 14 devem estar prontas para atuar 100 %. Somos uma equipe alta e, em momentos de dificuldade, precisamos de bom rendimento geral.

L!: O que a experiência de disputar a Superliga acrescentou em seu jogo para você levar à sua seleção?
T: A Superliga é um torneio muito intenso. O nível das jogadoras é alto, e os saques e ataques do adversário são muito agressivos. Sinto que me ajudou a evoluir o meu jogo de modo geral.

L!: O que mais gosta no Brasil?
T: O que mais gosto são as praias.

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