Amanda relembra caso de racismo para defender jovem de Barueri

Titular da Seleção Brasileira de vôlei saiu em defesa de companheira

Amanda em ação pela Seleção Brasileira
Amanda em ação pela Seleção Brasileira (Wander Roberto/Inovafoto)

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Titular da Seleção Brasileira nos três jogos iniciais da Liga das Nações, a ponta Amanda usou as redes sociais para sair em defesa da jovem Isabelle, atleta das categorias de base de Barueri. O pai dela denunciou um caso de racismo em partida contra o Sesi Bauru, nesta semana.

Na postagem, Amanda, que na temporada passada defendeu o time do Hinode/Barueri, relembrou um caso sofrido por ela, ainda na adolescência, para apoiar a garota.

"O meu primeiro contato com o racismo, eu tinha 13 anos e minha irmã Helo, 11. Voltávamos da escola, de um treino de vôlei e sofremos racismo no ônibus que pegávamos todos os dias pra voltar pra casa. Ali, descobri o que era impotência pela primeira vez e de forma precoce. Ao relatarmos pra minha mãe, as duas filhas juntas, aos prantos, foi materializado essa impotência através do olhar de dor dela. Nunca mais me esqueço do olhar da minha irmã de medo e de dor da minha mãe. Não queríamos mais pegar o ônibus no outro dia... e sabe o que ela nos disse: "Vocês vão entrar no ônibus de cabeça erguida, pois precisamos ser fortes, resistentes e não deixar que nada nem ninguém mude o nosso caminho. Se dói em mim, imagina num pai. Esse recado é pra tantas Isabelles que sofrem diariamente, em todos os lugares e de todas as formas: NADA, NEM NINGUÉM é capaz de mudar o seu caminho de luta e sucesso! Você é linda, forte e capaz de realizar o que quer que seja. Agora pros racistas: covardia tem nome, tem preço e é crime! Racistas não passarão! Força, pai, força, Isa", escreveu Amanda.

Gilmar Venâncio, pai de Isabelle, tornou público o caso nesta quinta-feira, com a seguinte mensagem:

"Um pai indignado !! Na noite de ontem (22/5), minha filha foi até Bauru defender o Barueri sub-17 contra o Sesi Bauru. E se os casos de racismo que eu acompanho nos noticiários já são revoltantes, imagine sendo com minha filha. A torcida local a chamando de macaca e outras coisas. Fui buscar ela agora (5h50) e quando a vi tive que conter o choro, com aquele aperto no peito. Na revolta de eu não estar por perto. Se estivesse, iria dar merda de verdade", postou.

Em nota oficial, o Sesi Bauru disse que está buscando esclarecer os fatos:

- O Sesi Vôlei Bauru vem a público solidarizar-se com o sentimento de revolta e indignação manifestado em post de rede social por Gilmar Venâncio, pai de jogadora do Barueri que relatou que sua filha teria sofrido uma ofensa de cunho racista oriundo da torcida presente ao jogo de ontem de sua equipe, válido pelo Campeonato Paulista das categorias de base, diante do Sesi Vôlei Bauru, em Bauru. O Sesi Vôlei Bauru está apurando os fatos para, se comprovadas a informada, lamentável e revoltante atitude, tomar todas as providências cabíveis, inclusive legais, referentes ao caso. O Sesi Vôlei Bauru não tolera e nem compactua com qualquer tipo e/ou forma de preconceito e os repudia de forma veemente, seja ele racial, sexual, social, de gênero, religioso e de todas as demais formas em que ele possa se manifestar. Por isso, o Sesi Vôlei Bauru reafirma seu compromisso com o respeito à honra e a dignidade humana e que seguirá lutando de forma firme e permanente no combate ao preconceito no ambiente esportivo.

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