Vale a pena? Mesmo com dinheiro e ações, pré-temporadas podem prejudicar
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Os últimos acontecimentos em relação a Messi acenderam a discussão se vale a pena viajar tanto durante a pré-temporada. Na semana passada, o argentino criticou a forma com que estes períodos são montados, e no dia seguinte foi cortado do amistoso do Barcelona contra a Malásia. E hoje, não vai defender a Argentina contra a Itália, em Roma.
– Estamos trabalhando demais. Existem muitos atos (publicitários, filantrópicos...), muitas viagens, e treinamos quando podemos – disse Messi na semana passada, quando esteve no sexto país diferente, contando a Espanha, para a pré-temporada do Barcelona.
De acordo com o departamento médico do Barça, ele sofreu uma sobrecarga muscular na coxa esquerda. O que soa estranho por se tratar do início dos trabalhos de uma temporada.
Apenas neste ano, o clube arrecadou 15 milhões de euros (cerca de R$ 45 milhões). Pouco para o seu orçamento milionário. Mas na onda do "não é pelos R$ 0,20", tem bem mais planejamento, como ações de marketing, merchandising, e valorização da marca pelo mundo.
Preparo não é ideal
Para os profissionais da saúde, é compreensível que o clube queira arrecadar pelo mundo. Mas também há a a percepção de que prejudica a preparação do time.
– Misturar pré-temporada com viagens longas e jogos antes da hora de o atleta estar fisicamente apto prejudica demais – explica o fisiologista Turibio Leite:
– Acho que estão dando um tiro no pé porque o prognóstico de ter prejuízo ao longo do ano é real.
Prejudicados
Messi
Por conta de uma sobrecarga na coxa esquerda, Messi foi cortado da partida de hoje contra a Itália.
Balotelli
O atacante italiano também está fora da partida. Por causa de uma cirurgia ainda no ano passado, seu joelho direito ficou inchado e está vetado.
Mais desfalques
Romero, Zabaleta e Lamela também estão com problemas físicos.
COM A PALAVRA
Paul Brigthen
Diretor comercial da SoccerEx
Como clube, você tem de balançar os dois interesses: a parte física e a parte comercial, de expansão internacional. Infelizmente, é muito difícil ter um balanço perfeito. Os jogadores que reclamam disso são os que todo ano querem mais com salário. E os clubes não podem abrir mão de fontes de renda e de novos mercados. Essa é a maneira que eles fazem, de levar o clube para lá, para ganhar mais receita e pagar mais para os jogadores.
Hoje em dia a parte mais complicada é o horário. Quando viajam, os jogadores viajam de classe executiva, então, eles conseguem descansar. Mas o fato de estar na Ásia um dia e dois dias depois estar nos EUA logicamente não é a condição ideal. Se quiser olhar apenas para a parte de condicionamento físico, o ideal seria ficar no mesmo local o tempo inteiro. Só que hoje em dia o esporte em geral é um negócio e o salário que os clubes pagam não é pouco. Eles têm de conseguir abrir novos mercados para vender produtos licenciados, crescer o programa de sócio-torcedor no mundo inteiro e também pelo valor que eles ganham para jogar nesses países.
Vejo o lado do jogador, mas o clube tem pouquíssimo tempo para fazer esses amistosos. Para ele, é um pouquinho do ano que vira uma mina de ouro. Entendo o posicionamento do Messi e de outros, mas o clube tem de pensar no interesse geral.
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