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Troféu de Brasil e Uruguai, na abertura do Mineirão, fica esquecido por 21 anos

Dia 01/03/2016
01:58

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O estádio do Mineirão recebe nesta quarta-feira o primeiro Brasil e Uruguai depois da reforma, mas 48 anos atrás a rivalidade sul-americana também esteve presente no estádio, em jogo amistoso que marcou a abertura do palco mineiro.

Naquele feriado de sete de setembro a Seleção foi representada pelo time inteiro do Palmeiras, então comandado pelo técnico argentino Filpo Nuñez. Ele é o único estrangeiro a dirigir o Brasil em toda a história. E a vitória por 3 a 0 rendeu o troféu Taça Inconfidência.

O prêmio pela vitória, porém, ficou em Minas Gerais e acabou chegando ao Palestra Itália mais de 21 anos depois daquele confronto.

– É uma data especial para quem jogou futebol. Fizemos uma grande festa no estádio e depois no hotel em razão daquela vitória. A taça ficou lá (em Belo Horizonte) para exposição e demorou muito para chegar ao Palmeiras, nem sei precisar quando isso aconteceu – relembra o ex-goleiro Valdir Joaquim de Moraes, então titular do Palmeiras e que na época também já havia atuado pela Seleção Brasileira.

A entrega da taça ocorreu após uma partida do Campeonato Brasileiro de 1986 entre Palmeiras e Atlético, no Mineirão. Ela foi recebida por Jorginho Putinatti, então capitão alviverde. Desde a vitória contra a Celeste até a retirada do troféu foram 22 partidas no Mineirão contra Atlético, Cruzeiro e também América.

Para o ex-volante Dudu, a escolha da CBD (Confederação Brasileira de Desportos) aconteceu porque naquele momento a Seleção passava por um período de reformulação:

– Naquele jogo o Palmeiras foi escolhido porque a Seleção, vamos dizer assim, estava passando por um período de entressafra, sem perspectiva. Estava meio parada. Como o Palmeiras vinha com uma equipe bem entrosada e futebol de muita qualidade, não poderia deixar de representar a Seleção.

Amistoso? Nada disso

Apesar de ser uma partida festiva para a inauguração do estádio mineiro, dentro de campo a tradicional rivalidade entre Brasil e Uruguai esteve presente.

– O uruguaio não alivia em nada. São jogadores dentro de uma escola, chegam junto, marcam duro – diz o ex-volante Dudu.

Valdir Joaquim de Moraes também tem a mesma opinião do ex-companheiro de Palmeiras:

– Pra mim não existe partida amistosa, ainda mais quando se fala de um Brasil e Uruguai.

A base da Celeste era formada por atletas de Peñarol e Uruguai e isso facilitou para os brasileiros, já que estavam acostumados a enfrentá-los pela Libertadores.

Mineirão era "espetacular"

A atual realidade do Mineirão depois da reforma ficou bem diferente do que era quando aconteceu a inauguração. Os jogadores do Palmeiras ficaram impressionados com a estrutura do estádio quando pisaram pela primeira vez no gramado.

– Existia uma preocupação da gente jogar bem e ganhar. O Mineirão era um estádio novo e espetacular – disse Ademir da Guia.

Com a palavra: Márcio Trevisan, historiador do Palmeiras

"Escolha da CBD por todo time do Palmeiras nunca ficou clara"

Nunca se soube exatamente a razão da então CBD ter convidado somente o time do Palmeiras. Acredita-se que foi uma junção de duas coisas. Time forte da primeira Academia e Santos e Botafogo, que também formavam a base da Seleção, estavam excursionando. Esta versão é extra-oficial. O Palmeiras foi o primeiro clube a ceder todos os atletas pra Seleção.

Ficha técnica:

BRASIL 3x0 UURUGUAI
Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Data: 7/7/1965
Árbitro: Eunápio de Queirós
Renda: Cr$ 49.162.125,00
Gols: Rinaldo, 27'/1T (1-0); Tupãzinho, 35'/1T (2-0); Germano, 29'/2T (3-0)

BRASIL: Valdir (Picasso); Djalma Santos, Djalma Dias, Valdemar Carabina (Procópio) e Ferrari; Dudu (Zequinha) e Ademir da Guia; Julinho (Germano), Servílio, Tupãzinho (Ademar Pantera) e Rinaldo. (Dario) Técnico: Filpo Nuñez.

URUGUAI: Taibo (Bogni); Cincuneggi (De Britos), Manicera, Varela e Caetano; Nunez (Lorda) e
Duskas; Franco, González, Héctor Silva (Virgílio) e Esparrrago (Morales) Técnico: Juan López.

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