Torcedores que são ‘barrados’ na Liga Colombiana são liberados na Libertadores

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No fim de janeiro deste ano, a Comissão Local de Futebol de Bogotá proibiu a entrada de líderes da Comandos Azules, principal organizada do Millonarios, cujo símbolo é uma caveira, em quatro jogos como mandante no El Campin. Os torcedores foram punidos por atirar fogos de artifício, algo proibido no país, na final do Campeonato Colombiano, contra o Independiente de Medellín.
O jogo foi em 16 de dezembro de 2012, no mesmo dia em que o Timão sagrou-se campeão do mundo no Japão. Os Azuis conquistaram o título na decisão por pênaltis. Logo após a conquista, houve diversos episódios de baderna na cidade, com danificações a ônibus e instalações. O saldo trágico foi de quatro mortos - dois por conta de brigas e dois por acidentes - e sete feridos.
A punição para os torcedores barrados na Liga não é válida para a Libertadores. Todos estão liberados para o jogo desta quarta. Na competição sul-americana, a torcida do Millos já “aprontou”: atirou um objeto em um auxiliar, que ficou caído por alguns minutos, na partida contra o Tijuana (MEX). O clube foi punido pela Conmebol a pagar uma multa de US$ 30 mil (cerca de R$ 60 mil).
- Isso deixa uma imagem ruim. Também traduz em maus resultados no ponto de vista econômico, causa consequência em nomes que poderíamos contratar lá na frente. É um comportamento que não ajuda ninguém, a torcida, jogadores, autoridades que organizam, as finanças, por isso é uma preocupação permanente. É preciso um bom comportamento dos nossos torcedores - afirmou o presidente do Millonarios, Felipe Gaitán, ao LANCE!Net.
Casos recentes de violência
Março de 2013
Andrés Felipe Gil Giraldo, fanático pelo Millonarios, caminhava com amigos na rua durante a madrugada quando encontrou torcedores do Santa Fé. Após discussão e confronto físico, o jovem morreu segundos depois de ser atingido na cabeça.
Fevereiro de 2013
Novo confronto entre torcedores rivais deixou morto um torcedor do Millonarios menor de idade, de 17 anos. Imagens da briga foram divulgadas pelas redes de televisão da Colômbia.
Dezembro de 2012
Dias antes do Natal, o torcedor Edwin Alexandre López, 18 anos, morreu depois de levar facadas no peito de dois torcedores do América de Cali, na cidade de Popayán, a cerca de 600km de Bogotá.
Outubro de 2012
O torcedor William Andrés Vásquez, 17 anos, morreu após ser atacado ao lado de seu pai por um grupo de torcedores do Santa Fé. Os dois haviam saído a pé para comprar bebidas durante a madrugada, quando encontraram 50 torcedores do Santa Fé.
Maio de 2012
Confronto entre torcedores de Millonarios e Santa Fé, na estação Trasmilenio, em Bogotá, deixou um torcedor azul morto. Outros dois ficaram seriamente feridos.
Fevereiro de 2012
Luis Carlos Mantilla, 18 anos, sofreu disparo de armas de fogo enquanto andava de ônibus em Bogotá. Ele estava com a camisa da Camisas Azules, organizada do Millonarios. Os assassinos, menores de idade, eram torcedores do rival Santa Fé.
Novembro de 2011
Antes de um clássico entre Millonarios e Santa Fé, um torcedor azul morreu a facadas após ataque de torcedores rivais. O episódio ocorreu a poucos metros do El Campín.
Controle no estádio
A partir de fevereiro deste ano, autoridades colombianas, em parceria com Millonarios e Santa Fé, que utilizam o El Campin, promoveram um novo sistema de segurança para a identificação de torcedores organizados no estádio. Quinze máquinas biométricas ficam localizadas nas entradas dos setores das organizadas, identificando o documento dos torcedores, que já têm de estar registrados na federação.Quem não está registrado, não poderá entrar.
Proibidos
Neste setor, menores de idade não entram. A segurança também está orientada a barrar quem estiver ou aparentar estar sob efeito de álcool ou drogas. Não haverá venda de bebidas alcoólicas dentro ou nos arredores do estádio. Bandeiras com hastes e instrumentos musicais não são mais permitidos.
Registro
O Millonarios já avisou que vai registrar todos os seus torcedores organizados em um futuro próximo. Estes serão identificados através da identidade e impressão digital. O clube afirma que, assim, será responsável pela escolha de quem vai entrar no estádio, podendo barrar quem quiser.
Ameaça
Em um comunicado, a prefeitura de Bogotá afirma que está depositando a confiança na torcida organizada. Se os maus comportamentos persistirem, as organizadas serão proibidas de entrar nos estádios por seis meses, e o setor será ocupado apenas por mulheres e crianças menores de 12 anos.
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